Evidências Covid 19

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Qual a propensão de pessoas com asma e doenças pulmonares em desenvolverem formas mais graves da COVID-19 ?

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A expressão de ACE2 está elevada em células epiteliais das vias aéreas de indivíduos mais velhos e saudáveis do sexo masculino, mas reduzida na asma

PALMEIRA, Vanila Faber

WARK, P.A.B. et al. ACE2 expression is elevated in airway epithelial cells from older and male healthy individuals but reduced in asthma. Respirology., v. 26, n. 5, p. 442-451, Mai. 2021 Epub 17 Jan. 2021. DOI: 10.1111/resp.14003 Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/resp.1400

O Coronavírus 2019, também conhecido como SARS-CoV-2, é o responsável pela doença conhecida como COVID-19, que alberga diferentes manifestações clínicas, incluindo a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Inicialmente imaginou-se que pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) seriam mais propensas às formas graves de COVID-19.

Asma e DPOC são doenças que cursam com inflamações pulmonares crônicas, sendo por isso imaginadas como grupos de risco para a COVID-19. Para investigar esta relação, o trabalho analisou amostras de tecido pulmonar (por meio de biópsia endobrônquica de células epiteliais dos brônquios) de pessoas sem doenças de base (grupo controle), de pessoas com asma e de pessoas com DPOC. Estas amostras foram submetidas a dois testes: PCR quantitativo em tempo real (Reação em Cadeia de Polimerase – usado para amplificar o material genético) e imuno-histoquímica (método que usa anticorpos para identificar e localizar proteínas). Estes experimentos tiveram a intenção de mostrar as diferenças de expressão da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), que é usada pelo Coronavírus 2019 para entrar nas células hospedeiras pulmonares.

O Coronavírus 2019, assim como qualquer vírus, precisa se tornar intracelular para utilizar a maquinaria enzimática da célula hospedeira e assim produzir mais cópias de vírus. Para isto, o Coronavírus 2019 utiliza sua proteína S (derivada de “Spike”), localizada no envelope viral, para se ligar à ECA2 e a outras proteínas celulares, e então ser endocitado pelas células do hospedeiro e se tornar intracelular. No trabalho pessoas com asma e DPOC foram investigadas quanto à expressão de ECA2 (além de outras moléculas envolvidas tanto na entrada como na saída do vírus das células pulmonares). Foi mostrado que pacientes com DPOC tiveram a expressão de ECA2 parecida com o grupo controle, enquanto pessoas com asma tiveram uma expressão de ECA2 reduzida, quando comparadas ao mesmo grupo controle.

O trabalho sugere que a expressão aumentada de ECA2 ocorre principalmente em idosos, e em pessoas do sexo masculino, enquanto que pessoas com asma e DPOC não parecem ser mais susceptíveis às formas graves de COVID-19. No caso de pacientes com asma, isto foi sugerido, pois eles tiveram uma menor expressão de ECA2. Uma das explicações se encontra no fato da asma ter um processo alérgico, tendo seu foco em citocinas como a IL-13, a qual leva a uma regulação negativa da ECA2 pela ADAM-17 (proteína usada pelo Coronavírus 2019 para sair da célula hospedeira), a qual tem foco anti-inflamatório (conforme demonstrado em outros trabalhos).

 

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Como a Vitamina D poderia contribuir para proteger a imunidade em casos de COVID-19 com fatores de risco?

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Explorando a ligação entre a vitamina D e os resultados clínicos em COVID-19

GIESTA, Monica Maria da Silva

LOHIA, P.; et al. Exploring the link between vitamin D and clinical outcomes in COVID-19. Am J Physiol Endocrinol Metab. v. 320, n. 3, p. E520-E526, Mar. 2021. [Epub 6 Jan. 2021] Doi: 10.1152/ajpendo.00517.2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33404354/

Publicações prévias mostraram o papel imunológico da vitamina D na resposta imunológica contra vírus e bactérias, além da sua ação em evitar exacerbações agudas nas doenças respiratórias. Baseados nesses estudos, os autores buscam a associação entre o papel imunomodulatório da vitamina D e o prognóstico clínico na COVID-19, realizando um estudo de coorte onde retrospectivamente foram medidos seus níveis de vitamina D no último ano. Os pacientes foram agrupados em 2 categorias: aqueles com níveis inferiores a 20 ng/ mL e aqueles acima de 20 mg/mL relacionando-os com desfechos mais críticos da doença como morte, necessidade de intubação, embolias e internações em UTI.

A vitamina D tem ação nas junções celulares, aumenta a imunidade inata, induz a produção de peptídeos antibacterianos, diminui a liberação de substâncias pró inflamatórias, modula a resposta imunológica adaptativa, tem papel antioxidante e regula o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona. Como tais fatores estão presentes na gênese da tempestade imunológica dos casos graves de COVID-19, os autores investigam a correlação entre seus níveis e o desenvolvimento de casos mais graves.  O trabalho foi desenvolvido inicialmente em pacientes confirmados com COVID-19, no Detroit Medical Center e no Wayne State University Institutional Review Board, maiores centros acadêmicos do sudeste de Michigan. De março a junho de 2020 foram avaliados 2001 pacientes com PCR positivo, excluindo menores de 18 anos, grávidas e pacientes que não possuíam registro dos índices de vitamina D no ano anterior, resultando finalmente em 270 pacientes a serem investigados.

A análise estatística consequente evidenciou uma média de idade de 63,8 anos, 43% de indivíduos masculinos, 80% de negros, 70% dos participantes com mais de 3 condições de comorbidades, 50% dos pacientes obesos. Destes participantes, 35% apresentavam níveis baixos de vitamina D, e neste grupo apenas 27% haviam realizado a suplementação.

Dos 270 pacientes, 81% precisaram de internação, 26,7% evoluíram para óbito, 14% necessitaram de internação em UTI, 81% necessitaram de suplementação de oxigênio e 21% de ventilação mecânica.

Como conclusão, os autores colocam que não houve associação entre os níveis de vitamina D e os desfechos mais graves das patologias. Tal conclusão corrobora com os estudos contraditórios prévios sobre o benefício da suplementação.

Como pontos negativos, o estudo seleciona uma coorte de pacientes com muitos vieses: pacientes predominantemente negros, distribuição heterogênea entre homens e mulheres, seleção de participantes com comorbidades já bem definidas como fatores de mal prognóstico para COVID-19 e um grupo com 80% de indivíduos com baixos índices de vitamina D, dos quais poucos foram suplementados. O estudo, além disso, não aborda quando foi feita tal suplementação, por quanto tempo e se foi feita até mesmo durante o período de desenvolvimento da doença.

Como pontos positivos, o artigo traz uma leitura acessível para leigos e profissionais de saúde, relaciona compreensivelmente as hipóteses levantadas e aborda a necessidade de outros estudos que possam confirmar ou refutar o benefício da suplementação.

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Em quais aspectos a vacina Sputnik difere das demais e quais os seus resultados?

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A corrida de 2020 para vacinas específicas contra SARS-CoV-2

DOLINSKY, Luciana

KARPIŃSKI, T. M. et al. The 2020 race towards SARS-CoV-2 specific vacines. Theranostics, v.11, n.4, p.1690-1702, Jan 2021. DOI:10.7150/thno.53691. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33408775

O artigo analisa a segurança e a eficácia da vacina Sputnik na prevenção da COVID-19. Os dados analisados são preliminares e se referem a um estudo clínico randomizado de fase 3 contemplando cerca de 20.000 indivíduos.

A pandemia vem resultando em esforços globais para o desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes para a prevenção da COVID-19. Há vacinas de vírus atenuados, vacinas baseadas em vetores, vacinas de RNA e de nanopartículas proteicas recombinadas. A vacina Gam-COVID-Vac, conhecida popularmente como Sputnik, utiliza dois vetores de adenovírus diferentes para minimizar a resposta imune prévia aos componentes do vetor; fator que pode ocorrer quando são utilizados adenovírus como carreadores de antígenos. Dessa forma é esperada maior resposta ao antígeno do SARS-Cov-2, no caso o gene responsável pela síntese da proteína S viral.

Os autores realizaram um estudo de fase 3 randomizado, duplo-cego, com controle placebo e multicêntrico. Os participantes foram randomizados na proporção de 3:1 para receber vacina ou placebo, com estratificação por faixa etária. Todos os participantes selecionados haviam testado negativo para o SARS-Cov-2 (RT-PCR e Sorologia IgG/IgM). A vacina foi administrada pela via intramuscular em duas doses, com intervalo de 21 dias entre ambas, sendo a primeira com o vetor rAd26 e a segunda com o rAd5; ambos os vetores carregando o gene completo da glicoproteína S viral. Os participantes foram monitorados quanto à infecção e também quanto à ocorrência de efeitos adversos durante todo o estudo.

Resultados estatísticos com diversas abordagens revelaram eficácia superior a 87% em todos os subgrupos estratificados por idade e sexo e eficácia de 73,1% após a primeira dose. A eficácia contra a COVID-19 nos graus de moderada ou severa gravidade foi de 100%. Análises preliminares demonstraram indução de resposta imune, com detecção de anticorpos específicos em 98% de 342 indivíduos vacinados e soroconversão de 98,25%. No grupo placebo a soroconversão foi de 14,91%. A imunidade celular também foi verificada em uma parcela da amostra, revelando que os vacinados possuíam níveis mais altos de interferon gama após reestimulação antigênica. Não foram observados efeitos colaterais graves relacionados com a vacina.

Os resultados preliminares da fase 3 de ensaios clínicos da vacina Gam-COVID-Vac demonstraram eficácia de 91,6% para a prevenção da COVID-19. Embora os estudos não tenham sido desenhados para análise de eficácia de uma única dose, foi possível observar efeito protetor parcial. A vacina induziu resposta humoral e celular em todas as idades, incluindo indivíduos acima de 60 anos, e não foram relatados efeitos adversos graves no grupo que recebeu o imunizante.

O estudo tem como ponto relevante a alta eficácia observada, bem como a ausência de efeitos colaterais graves. Há limitações no estudo, incluindo grupos reduzidos por faixa etária e análise apenas dos sintomáticos para cálculo da eficácia.

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Como os comportamentos pró-sociais podem contribuir para o bem-estar emocional durante a pandemia?

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Usando comportamento pró-social para salvaguardar a saúde mental e promover o bem-estar emocional durante a pandemia de COVID-19: um protocolo de relatório registrado para um ensaio clínico randomizado

MARTINHO, Alfredo

MILES, A.; et al. Using prosocial behavior to safeguard mental health and foster emotional well-being during the COVID-19 pandemic: A registered report protocol for a randomized trial. PLoS One, v. 16, n. 1, p. e0245865, Jan. 2021. Doi: 10.1371/journal.pone.0245865 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33503045/

Os efeitos de longo prazo da pandemia de COVID-19 tornaram a saúde mental uma preocupação urgente de saúde pública e, pesquisadores estruturaram um protocolo de pesquisa num volume grande e aleatório de pessoas no Canadá e nos EUA.

O objetivo é comprovar hipóteses de que atos que beneficiem outras pessoas tenham impactos positivos na felicidade e na saúde mental dos indivíduos, comparados com atos chamados neutros ou autofocados.

Sabe-se que as medidas rígidas para minimizar o contato entre indivíduos, em um esforço para conter a propagação da infecção na pandemia, embora seja uma abordagem de sucesso, o preço do isolamento na saúde mental, provavelmente, será alto.

As primeiras evidências da China sugeriam que esses temores estavam se concretizando; imediatamente após as medidas de bloqueio, entrevistados chineses relataram níveis moderados a altos de estresse, bem como altas taxas de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, sintomas depressivos e perturbações do sono.

Pesquisas mais recentes conduzidas em contextos canadenses, americanos e holandeses também mostram tendências em direção ao agravamento da saúde mental e maior sofrimento em pessoas de diversas idades conforme a pandemia se desenvolve.

Portanto, há uma forte necessidade de estratégias eficientes, eficazes e de baixo custo para preservar a saúde mental, que possam ser implantadas de forma rápida e ampla.

Atos que se concentram em beneficiar os outros – conhecidos como comportamentos pró-sociais – oferecem uma abordagem promissora; benefícios das atividades pró-sociais têm sido bem fundamentados na literatura.

A maioria das pesquisas sobre comportamento pró-social e emoções examinou felicidade ou índices de afeto positivo. Poucos estudos examinaram os efeitos de atos gentis em outras formas de bem-estar emocional ou indicadores específicos de saúde mental.

O estudo reproduz trabalhos anteriores, examinando os efeitos pró-sociais sobre a felicidade e, em seguida, os amplia, contribuindo para o pequeno corpo de pesquisas que avaliam os efeitos pró-sociais em três resultados adicionais: felicidade, ansiedade e depressão.

Serão examinados os efeitos do comportamento pró-social usando uma intervenção experimental de 3 semanas, seguida por uma avaliação de acompanhamento em 5 semanas, que fornecerá insights sobre a durabilidade dos efeitos pró-sociais.

Esta intervenção será incluída em uma pesquisa maior destinada a abordar várias questões relacionadas ao comportamento pró-social e à pandemia de COVID-19.

No início do estudo, será medido o bem-estar emocional com base na felicidade e sensação de que a vida é valiosa e a saúde mental dos participantes, medida como ansiedade e depressão.

Estudos publicados sobre comportamento pró-social provavelmente sofrem de viés de pequenas amostras. Foi realizada uma análise para determinar o tamanho da amostra necessária para detectar um tamanho de efeito adequado. No entanto, caso a amostragem inicial não produzir um tamanho de amostra suficiente, repetirão o procedimento de amostragem a cada semana até obterem um número suficiente de respondentes.

A pesquisa busca avaliar três tipos de atos (pró sociais, neutros e autocentrados) relacionando-os à felicidade (sensação de que a vida é valiosa) e doença mental (ansiedade e depressão) para tentar responder a quatro hipóteses, indicando como cada ato desse influencia essa relação.

Esses atos são ações descritas de forma sucinta na pesquisa como ações do dia a dia dos que responderam à pesquisa. Ações pró sociais são ações que beneficiem alguém; ações autocentradas são as que beneficiem a si próprio; e neutras são ações simples, cotidianas.

Esse trabalho é uma pesquisa em evolução, a ser atualizada à medida em que os resultados forem sendo codificados numa base estatística relevante.

No relatório final, o texto será atualizado conforme necessário para refletir quaisquer alterações das análises exploratórias e para descrever com precisão os processos de decisão. A introdução das análises exploratórias em termos gerais está descrita na seção de métodos e, a seguir, o fornecimento de detalhes completos na seção de resultados que ainda não haviam sido registrados até a publicação.

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Qual o benefício dos pacientes de COVID-19 proporcionado pela utilização de Azitromicina para o tratamento clínico?

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Azitromicina em pacientes internados no hospital com COVID-19: um ensaio de plataforma randomizado, controlado, aberto

SARMENTO, Rogerio

RECOVERY Collaborative Group. Azithromycin in patients admitted to hospital with COVID-19 (RECOVERY): a randomised, controlled, open-label, platform trial. Lancet v. 397, n. 10274, p. 605–612, Fev. 2021. Doi: 10.1016/ S0140-6736(21)00149-5. Disponível em: https://www.thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140-6736%2821%2900149-5

Este trabalho de pesquisa parte de um estudo clínico que está sendo realizado em 176 hospitais no Reino Unido, e que tem como objetivo fazer a avaliação da eficácia de diversas medicações relativas ao tratamento farmacológico de pacientes acometidos com COVID-19. Nessa parte do estudo que está sendo apresentada, a medicação avaliada é a Azitromicina. Outras terapias farmacológicas, como a dexametasona, a hidroxicloroquina, a composição lopinavir-ritanovir, o plasma convalescente e o tocilizumabe também foram estudadas neste largo estudo denominado RECOVERY (Randomised Evaluation of COVID-19 Therapy – Avaliação Randomizada da Terapia para COVID-19).

A Azitromicina faz parte de um grupo de antibióticos denominados macrolídeos, que além das propriedades antibacterianas apresentam propriedades imunomoduladoras e antiinflamatórias. O fato da dexametasona, um fármaco que também se caracteriza por possuir atividades antiinflamatórias, se mostrar benéfico em pacientes com lesão pulmonar por falta de oxigênio, como ocorre na COVID-19, estimula o uso da Azitromicina no tratamento dessa doença, com base nas mesmas propriedades farmacológicas. Um importante dado prévio, que tentou justificar o seu uso nesta doença, foi o fato de que estudos prévios evidenciaram benefícios da Azitromicina em pacientes afetados pela pneumonia por Influenza.

Na pesquisa foram estudados 7763 pacientes diagnosticados com COVID-19, os quais foram divididos aleatoriamente em 2 grupos, sendo que 2582 pacientes tomaram 500 miligramas de Azitromicina por dia e 5181 pacientes não tomaram a substância. Foram analisados os fatores referentes a mortalidade e ao tempo de internação.

Não houve diferença considerada estatisticamente significativa, tanto na mortalidade quanto no período de internação, entre os grupos estudados.

O estudo clínico, utilizando método comparativo entre os dois grupos populacionais, evidenciou que, em pacientes internados com COVID-19, o uso da Azitromicina não diminuiu a mortalidade nem o período de internação. Consequentemente, o seu uso clínico deve ficar restrito à presença de pneumonias bacterianas secundárias cujos microrganismos sejam sensíveis a este tipo de antibiótico.

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Como desenvolver um modelo para prever o risco de mortalidade por COVID-19 ?

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Previsão precoce do risco de mortalidade entre pacientes com COVID-19 grave, usando aprendizado de máquina

MONT’ALVÃO, Claudia

HU, C. et al. Early prediction of mortality risk among patients with severe COVID-19, using machine learning. International Journal of Epidemiology, v. 49, n. 6, 2020, p. 1918–1929, Jan. 2021. DOI: 10.1093/ije/dyaa171. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32997743/

A doença do coronavírus 2019 (COVID-19), causada por infecção por coronavírus 2, que evolui com síndrome respiratória aguda grave, está se espalhando globalmente. O objetivo dos autores foi desenvolver um modelo clínico para prever precocemente o resultado de pacientes com infecção grave por COVID-19 baseado em dados demográficos, clínicos e dos primeiros exames laboratoriais após a admissão.

As características demográficas, clínicas e laboratoriais são significativamente diferentes entre sobreviventes e não sobreviventes. Por exemplo, os não sobreviventes são pessoas mais velhas do que os sobreviventes. Dispneia, aperto no peito e distúrbio de consciência são mais comuns em pacientes que morrem do que naqueles que se recuperam. As concentrações de alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, creatinina, creatina quinase, lactato desidrogenase, troponina I cardíaca, peptídeo natriurético N-terminal pró-cérebro e dímero-d são marcadamente maiores em não sobreviventes do que em sobreviventes.

O desenvolvimento do modelo preditivo consistiu em três principais estágios: (i) processamento de dados, (ii) seleção de variáveis e modelo de avaliação, (iii) validação externa. Neste estudo de modelagem de predição clínica, os autores aproveitaram ao máximo os dados multifacetados de pacientes com COVID-19 na admissão para prever seus resultados. Quatro variáveis (correspondendo a idade, hsCRP, dímero-d e contagem de linfócitos) foram selecionadas e usadas para ajustar um modelo de regressão logística. O desempenho preditivo do modelo foi aceitável, tanto no conjunto de derivação quanto no conjunto de validação externa. Os autores também desenvolveram uma ferramenta web para implementar o modelo preditivo. Com isso, os médicos podem usar esta ferramenta web para prever precocemente o risco de mortalidade de pacientes com COVID-19.

O estudo tem vários pontos fortes. Primeiro, para garantir a robustez do modelo preditivo, foram impostos critérios rigorosos de inclusão e exclusão dos participantes incluídos e dos dados do estudo. Em segundo lugar, os resultados são comparáveis a outros e esse modelo preditivo é competitivo quando comparado com modelos relatados anteriormente. Terceiro, foram usadas estratégias de modelagem avançada para selecionar recursos e construir os modelos preditivos. O modelo final é simples (incluindo apenas quatro variáveis) e altamente interpretável (o modelo é de natureza linear e os efeitos dos preditores são refletidos pelos coeficientes de regressão). Além disso, o modelo preditivo final foi avaliado externamente. Quarto, foi desenvolvida uma ferramenta web de acompanhamento, para facilitar a aplicação do modelo preditivo por médicos.

 

Os autores apresentam também as limitações do estudo. Primeiro, os modelos preditivos foram baseados em uma amostra relativamente pequena; a interpretação dos achados pode ser limitada. Em segundo lugar, devido ao desenho do estudo retrospectivo, nem todos os testes laboratoriais foram realizados em todos os pacientes. Alguns deles podem ser excluídos no procedimento de pré-processamento de dados e seus papéis podem ser subestimados na previsão dos resultados dos pacientes. Terceiro, às vezes os pacientes eram transferidos de outros hospitais para as duas filiais dos hospitais de Tongji, tendo sido excluídos os pacientes que não atendiam aos critérios de inclusão. Os valores dos testes laboratoriais podem ter sido influenciados pelo tratamento antiviral anterior nesses pacientes. Finalmente, os pacientes no conjunto de derivação e no conjunto de validação eram do Hospital Tongji, um dos hospitais com alto nível de atendimento médico na China.

Em resumo, usando os dados clínicos disponíveis, foi desenvolvido um modelo robusto de aprendizado de máquina para prever precocemente o resultado de pacientes com COVID-19. O modelo e o aplicativo web que o acompanha são importantes recursos de informação para os médicos identificarem os pacientes com alto risco de morte e, portanto, são essenciais para a prevenção e o controle da COVID-19.

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O que mostram os estudos realizados para orientar a priorização dos grupos sociais a serem vacinados?

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Estratégias de priorização de vacinas COVID-19 informadas por modelo conforme idade e status sorológico

PALMEIRA, Vanila Faber

BUBAR, K. M.; et al. Model-informed COVID-19 vaccine prioritization strategies by age and serostatus. Science. Feb. 2021. DOI: 10.1126/science.abe6959 Disponível em: https://science.sciencemag.org/content/sci/371/6532/916.full.pdf

A síndrome respiratória aguda grave pelo Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) vem causando muitas mortes em todo o mundo, criando uma grave crise econômica e de saúde no mundo. Visando reduzir as mortes e a disseminação do vírus, medidas a curto prazo foram estabelecidas, como isolamento social. Entretanto, faz-se necessário implantar medidas para longo prazo, no qual as vacinas são alvos promissores.

O início da vacinação em todo o mundo precisou que decisões, como por quem começar a vacinar, fossem tomadas. Para auxiliar neste contexto, estudos foram desenhados utilizando modelos sobre o impacto da priorização da vacinação. Esses modelos levaram em conta a eficácia geral das vacinas, a diminuição hipotética em eficácia de acordo com a idade, e a capacidade em bloquear a transmissão do vírus. Embora em todo o mundo tenha ficado claro que as primeiras doses das vacinas deveriam ser administradas em profissionais da saúde nas linhas de frente, ainda faltava decidir quem seriam os próximos a receber as doses seguintes.

Estes estudos trabalharam com duas hipóteses, uma centrada em pessoas que tinham maior risco de evoluir clinicamente com gravidade e, possivelmente seguir a evolução para o óbito; e a outra focou em pessoas que representavam maior risco de transmissão para a população. No primeiro grupo ficaram os indivíduos acima de 60 anos, e no segundo grupo pessoas entre 20 anos e 49 anos. Quando os testes foram realizados, simulando regiões com alta transmissão do vírus, os resultados mostraram que, para minimizar as mortes, era indicado priorizar a vacinação de pessoas acima de 60 anos, independentemente da velocidade do processo de vacinação. Já em países com baixa circulação do vírus, para reduzir a transmissão, era indicado vacinar, prioritariamente, pessoas entre 20-49 anos.

Apesar de existirem modelos de estudo para a priorização de vacinas, é importante ressaltar que esse tema não é uma questão apenas para ciência, mas também para a ética. Mesmo os estudos indicando que em países com alta circulação viral é indicado fazer a priorização de pessoas acima de 60 anos, as pessoas com comorbidades também devem entrar como prioridade. Esses estudos têm suas limitações, e devem ser usados como uma orientação, e não como previsão ou estimativa. Por exemplo, foi testada a priorização levando em conta a soro conversão, porém fica claro que este parâmetro é muito complicado para ser usado na análise de priorização da vacinação. Por mais que os modelos tentem, sempre serão mais simplistas frente à realidade de cada país, sendo, portanto, um guia, e não uma determinação autossuficiente para se priorizar a vacinação.

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Qual a relação entre obesidade e tendência a inflamação e redução da imunidade em crianças?

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Associação entre os níveis circulantes de furina, obesidade e marcadores pró-inflamatórios em crianças

FAULHABER, Maria Cristina Brito

SWÄRD, P. et al. Association between circulating furin levels, obesity and pro-inflammatory markers in children. Acta Paediatr. Jan. 2021 [Epub ahead of print]. Doi: 10.1111/apa.15774. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33486829/

Hoje sabe-se que a obesidade é o segundo maior fator de risco para a gravidade da doença por coronavírus, atrás apenas da idade. O artigo investiga associações entre níveis séricos de furina, obesidade, sobrepeso, gordura corporal, triglicerídeos e marcadores pró-inflamatórios de tecido adiposo ou inflamação sistêmica em uma coorte de crianças, de base populacional sueca. O estudo prospectivo POP (The Pediatric Osteoporosis Prevention) incluiu crianças de quatro comunidades próximas entre si e com nível socioeconômico similar. Participaram 349 crianças, sendo 192 meninos, com idade média de 7,7 anos. Quando atingiram os 9,9 anos de idade, 173 crianças forneceram amostras de sangue venoso para exames, sendo 166 resultados elegíveis para estudo.

Aferiu-se peso, altura e foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC = peso em kg / altura em metros2). Conforme os valores do IMC, as crianças foram classificadas em peso baixo a normal, sobrepeso, ou obesas, de acordo com o IOTF (International Obesity Task Force BMI cut-offs). A massa de gordura corporal total, a massa de gordura do tronco e o total de massa magra corporal foram aferidos por DXA (dual energy X-ray absorptiometry).

Foram dosados laboratorialmente Proteína C Reativa ultrassensível (PCRus), triglicerídeos, furina, leptina, proteína de ligação a ácidos graxos (adipocyte fatty acid binding protein →A-FABP), interleucinas IL6 e IL8. Todos esses marcadores podem estar alterados na vigência de uma inflamação sistêmica e estão associados com aumento do risco de resistência à insulina, com diabetes mellitus tipo 2 e com a progressão da aterosclerose.

A enzima furina é uma protease encontrada em grande quantidade no tecido pulmonar e é usada na clivagem de proteínas. Estudos sugerem que o SARS-Cov-2 usa esse caminho para remodelar suas principais proteínas virais e entrar nas células humanas. Quando essa enzima está em maior quantidade que o habitual ocorre uma capacidade maior de infectar células e do vírus fazer cópias de si mesmo. Níveis circulantes de furina em adultos de meia idade estão positivamente correlacionados com o IMC, com a síndrome metabólica e com um aumento da mortalidade e do risco de diabetes. Seus níveis estão ainda positivamente associados com os níveis de glicose, insulina e colesterol LDL, e negativamente com aos níveis de colesterol HDL.

Estatisticamente foi usada a correlação parcial de Pearson ajustada para idade e sexo, para investigar correlações entre níveis séricos de furina, a antropometria e outros marcadores séricos.

Constatou-se que os níveis circulantes de furina foram mais elevados em crianças com obesidade (62%) e sobrepeso (15%), em comparação com aquelas de peso baixo a normal. Houve correlações positivas entre furina circulante, IMC, massa de gordura corporal total, massa de gordura do tronco, percentual de gordura corporal, triglicerídeos, adipocinas (A-FABP e leptina) e marcadores pró-inflamatórios (IL-6 e PCRus). Não se observou correlações estatisticamente significativas entre furina e IL-8.

A obesidade leva o organismo a um processo inflamatório crônico, o que reduz as defesas contra o vírus. Além disso, as células gordurosas têm uma tendência a capturar os vírus da COVID-19 e mantê-los presos na corrente sanguínea por mais tempo. Isso prolonga o tempo de infecção nos pacientes obesos. Frequentemente pacientes obesos têm menor capacidade respiratória (apnéia do sono, maior cansaço, etc.), aumentando a probabilidade de evolução para quadros respiratórios mais graves.

Os resultados do presente estudo sugerem que níveis mais elevados de furina circulante podem ser uma ligação entre obesidade, entrada do vírus nas células pulmonares e COVID-19 grave em crianças.

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Como a ultrassonografia pulmonar pode auxiliar a prever a evolução de pacientes com COVID-19 ?

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O score da ultrassonografia pulmonar como preditor dos resultados em pacientes com COVID-19 admitidos no departamento de emergência

MARRA, Flavio Maciel

ALENCAR, J. C. G. de et al. Lung ultrasound score predicts outcomes in COVID-19 patients admitted to the emergency department. Ann. Intensive Care, v. 11, n. 6, Jan. 2021 DOI:  10.1186/s13613-020-00799-w Disponível em: https://annalsofintensivecare.springeropen.com/track/pdf/10.1186/s13613-020-00799-w.pdf

Na pandemia de COVID-19, ferramentas para avaliar a gravidade e o prognóstico da doença são essenciais para o gerenciamento de recursos no setor de emergência. A Tomografia Computadorizada de Tórax (TCT) detecta pneumonia por COVID-19 precocemente e com alta sensibilidade. Contudo, sua execução requer muitos cuidados com os pacientes criticamente enfermos no que se refere à sua locomoção, além de não ser largamente disponível nas emergências, sobretudo em países em desenvolvimento.

Por outro lado, a ultrassonografia pulmonar é amplamente utilizada em serviços de emergência por ser fácil de usar, portátil, amplamente disponível, de baixo custo e de alta precisão. O score da ultrassonografia pulmonar (lung ultrasound score – LUS) varia de 0 a 36, sendo constituído pela soma dos pontos ultrassonográficos que correspondem a graus de 0 a 3 de comprometimento pulmonar em 12 diferentes regiões. Nesse contexto, o trabalho formula a hipótese de que o score da ultrassonografia pulmonar, na admissão hospitalar, pode predizer os desfechos em pacientes com pneumonia por COVID-19.

Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, que foi conduzido de 14 de março a 6 de maio de 2020 no pronto-socorro do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, um centro médico que foi designado exclusivamente para o atendimento de pacientes com COVID-19.

Foram incluídos 180 pacientes com idade acima de 18 anos e diagnóstico de COVID-19 feito por RT-PCR. A idade média foi 60 anos e 58% eram homens. O desfecho primário do estudo, estipulado para 20 de julho de 2020, foi morte por qualquer causa e os desfechos secundários foram qualquer admissão na UTI e intubação endotraqueal por insuficiência respiratória. Todos os pacientes foram submetidos ao protocolo de score da ultrassonografia pulmonar, no dia da admissão no setor de emergência. 

O LUS médio foi de 18,7, com desvio padrão de 6,8, aferido entre os 142 pacientes que realizaram TCT na admissão. O LUS foi associado à extensão da pneumonia na TCT. A média de LUS em pacientes com envolvimento menor que 50% na TCT foi de 15 ± 6,7 e naqueles com envolvimento maior que 50% foi de 21 ± 6,0 (p <0,001).

A pesquisa mostrou que a ultrassonografia pulmonar é uma boa ferramenta para predizer a necessidade de internação em UTI, de intubação endotraqueal e a morte de pacientes com COVID-19 admitidos no serviço de emergência. Pode ser um método simples, barato e reprodutível para fazer prognóstico de pacientes infectados pelo SARS Cov-2, auxiliando os profissionais de saúde a prever quais pacientes poderão evoluir com maior gravidade, e assim gerenciar de forma mais eficaz os leitos disponíveis.

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Qual o grau de compreensibilidade das informações sobre COVID-19 nos sites sobre saúde?

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Sites de saúde na COVID-19: eles são legíveis e confiáveis o suficiente para ajudar no autocuidado público?

PESSANHA, Pedro Gonçalves

VALIZADEH-HAGHI, S.; KHAZAAL, Y.; RAHMATIZADEH S.  Health websites on COVID-19: are they readable and credible enough to help public self-care?. J Med Libr Assoc., v. 109, n. 1, p. 75-83, Jan. 2021 DOI: 10.5195/jmla.2021 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33424467/

O estudo tem como objetivo analisar as informações sobre Covid-19 de sites na Internet. As informações são analisadas quanto a credibilidade e legibilidade. A questão é bem importante, pois há muita informação cientificamente imprecisa ou incompreensível para a população, já que a capacidade de compreensão dessa é variável.

Muitas pessoas consideram a Internet uma boa fonte de informações sobre saúde, podendo estimular  estratégias preventivas. Contudo, estudos demonstram que os sites de saúde podem não ser confiáveis, o que aumenta incertezas e ansiedade, tendo efeito contrário na saúde das pessoas. A questão é agravada pela incapacidade da população de distinguir informações verdadeiras ou falsas. Essa dificuldade pode vir também da legibilidade dos sites, que devem ser compreensíveis à pessoas com idade de onze anos para serem consideradas boas. Assim, o objetivo do estudo é avaliar a qualidade e legibilidade das informações sobre Covid-19 na Internet.

Os autores pesquisaram por “coronavírus”, “COVID” e “COVID-19” no Google, tendo removido os cookies do navegador previamente. Os primeiros 30 sites  para cada uma das 3 palavras-chave foram examinados, resultando em um total de 90 sites. Excluíram sites em outros idiomas, sites irrelevantes, artigos científicos,  duplicados, inacessíveis, sites não baseados em texto e links patrocinados. Assim, 43 sites foram excluídos e 47 avaliados. Foram então divididos em cinco categorias: comercial, noticioso, educacional, governamental e organizacional. Foram utilizadas 4 escalas de legibilidade comummente utilizadas em estudos com esses objetivos. Para verificar a credibilidade das informações dos sites utilizaram  a barra de ferramentas HONcode, para identificar sites certificados.

Os sites recuperados que aparecem na primeira página da pesquisa incluíram mais sites certificados pela HONcode do que aqueles na segunda e na terceira páginas. Mesmo assim a maioria dos sites, mesmo na primeira página, não foram oficialmente aprovados. Dentre os 47 sites, apenas 6 eram certificados pelo HONcode, e todos esses  comerciais  ou organizacionais. A  categoria do site, ou sua colocação na página de pesquisa, não mostraram efeito significativo quanto a legibilidade. Não foram identificadas diferenças significativas nas pontuações de legibilidade entre sites certificados ou não pelo HONcode. Entre as organizações internacionais e nacionais, o conteúdo foi considerado de difícil leitura.

O baixo nível de instrução é uma barreira para o acesso a conhecimento. Uma solução imediata seria a utilização de linguagem mais simples, para facilitar a comunicação com uma parcela maior da população para que entenda informações sobre o que pesquisou. Os materiais de educação devem ser facilmente entendidos por uma média de 11 anos de idade ou alunos da sexta série; os resultados do estudo mostram que a legibilidade das informações da COVID-19 em sites é mais avançada do que o recomendado, no nível de alunos do ensino médio ou universitários. Esse resultado é equiparável ao de informações sobre outras doenças.

A partir da análise dos sites por categoria, percebeu-se que todos estavam muito acima do nível de legibilidade recomendável, mesmo os governamentais, que deveriam ser referência. A mesma coisa com órgãos internacionais, com legibilidade dificultada. Em sites comerciais a legibilidade foi melhor, contudo, a qualidade da informação pior. A maioria das pessoas se limita à primeira página dos sites pesquisados, logo esperava-se que a legibilidade fosse maior, o que não aconteceu. Conclui-se que as organizações mundiais e os governos deveriam preocupar-se mais com a qualidade e a legibilidade das informações disponíveis , para que essas possam ser compreendidas e, assim, úteis.

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