Evidências Covid 19

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Qual a competência e o comportamento informacional dos universitários em relação à saúde?

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Alfabetização em Saúde Digital e Comportamentos de Busca de Informações com base na Web por Estudantes Universitários na Alemanha durante a Pandemia da COVID-19: Estudo Transversal

DIAS, Elaine

DADACZYNSKI, K.; et al. Digital Health Literacy and Web-Based Information-Seeking Behaviors of University Students in Germany during the COVID-19 Pandemic: Cross-sectional Survey Study. J Med Internet Res.,v. 23, n. 1, p. e24097, Jan. 2021. Doi: 10.2196/24097. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33395396/

Durante a pandemia de COVID-19, as tecnologias de comunicação digital vêm desempenhando um papel importante na estratégia de comunicação em saúde pelos governos e pelas autoridades de saúde pública. A Internet e as redes sociais tornaram-se fontes importantes de informações sobre saúde relativas ao coronavírus e a formas de proteção contra o vírus.

Além disso, a infodemia com a COVID-19 se espalha mais rápido do que o coronavírus propriamente dito, e interfere nos esforços governamentais de comunicação em saúde. Esse fenômeno coloca as estratégias de saúde pública em risco, razão pela qual a alfabetização digital em saúde é uma competência chave para navegar pelas informações sobre saúde relacionadas ao coronavírus.

O estudo teve como objetivo investigar a alfabetização digital em saúde e o comportamento sobre a busca de informações online durante o estágio inicial da pandemia de coronavírus entre os estudantes universitários na Alemanha.

Foi realizado um estudo transversal com 14.916 estudantes universitários com mais de 18 anos em 130 universidades da Alemanha.  A pesquisa foi online e contemplou questões sociodemográficas e também utilizou as cinco escalas do Instrumento de Letramento Digital em Saúde, que foi adaptado para o contexto específico da COVID-19. O comportamento de busca de informações online foi investigado examinando as fontes empregadas e os tópicos que os alunos pesquisaram em relação ao coronavírus.

Entre as dimensões da alfabetização digital em saúde, as maiores dificuldades foram avaliar a confiabilidade de uma informação (42,3%). Além disso, os entrevistados também indicaram que costumam ter problemas para encontrar as informações que procuram (30,4%). Motores de busca, portais de notícias e sites de órgãos públicos foram usados ​​com mais frequência pelos entrevistados como fontes de busca de informações sobre a COVID-19. Descobriu-se que estudantes do sexo feminino usam mídias sociais e portais de saúde com mais frequência, enquanto estudantes do sexo masculino usam a Wikipedia e outras enciclopédias online e o YouTube com mais frequência. O uso de mídia social foi associado a uma baixa capacidade crítica para avaliar as informações.

O estudo demonstrou que, embora a alfabetização digital em saúde seja bem desenvolvida, ainda existe uma proporção significativa de estudantes universitários que enfrenta dificuldades com determinadas habilidades para lidar com a informação. Há necessidade de fortalecer a alfabetização digital em saúde dos estudantes universitários, mas também melhorar a qualidade da informação sobre saúde na Internet, e além disso implementar estratégias de checagem de fatos online, bem como aumentar a alfabetização em saúde daqueles que produzem e fornecem informação e serviços de saúde online.

Segundo os autores, as universidades podem, por exemplo, oferecer cursos sobre alfabetização digital em saúde e informações sobre saúde para seus funcionários e alunos, bem como divulgar notícias confiáveis ​​sobre coronavírus por meio de seus canais online.

O estudo realizado fornece conhecimento que pode ajudar os tomadores de decisão a desenvolverem políticas e programas que promovam comportamentos saudáveis, planejarem medidas preventivas e promoverem a adesão às políticas.

A alfabetização digital em saúde capacitará estudantes universitários e todos os outros grupos populacionais para terem maior controle na prevenção da COVID-19 e na sua disseminação, o que, por sua vez, provavelmente poderá levar a melhores resultados em saúde.

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Qual o grau de compreensibilidade das informações sobre COVID-19 nos sites sobre saúde?

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Sites de saúde na COVID-19: eles são legíveis e confiáveis o suficiente para ajudar no autocuidado público?

PESSANHA, Pedro Gonçalves

VALIZADEH-HAGHI, S.; KHAZAAL, Y.; RAHMATIZADEH S.  Health websites on COVID-19: are they readable and credible enough to help public self-care?. J Med Libr Assoc., v. 109, n. 1, p. 75-83, Jan. 2021 DOI: 10.5195/jmla.2021 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33424467/

O estudo tem como objetivo analisar as informações sobre Covid-19 de sites na Internet. As informações são analisadas quanto a credibilidade e legibilidade. A questão é bem importante, pois há muita informação cientificamente imprecisa ou incompreensível para a população, já que a capacidade de compreensão dessa é variável.

Muitas pessoas consideram a Internet uma boa fonte de informações sobre saúde, podendo estimular  estratégias preventivas. Contudo, estudos demonstram que os sites de saúde podem não ser confiáveis, o que aumenta incertezas e ansiedade, tendo efeito contrário na saúde das pessoas. A questão é agravada pela incapacidade da população de distinguir informações verdadeiras ou falsas. Essa dificuldade pode vir também da legibilidade dos sites, que devem ser compreensíveis à pessoas com idade de onze anos para serem consideradas boas. Assim, o objetivo do estudo é avaliar a qualidade e legibilidade das informações sobre Covid-19 na Internet.

Os autores pesquisaram por “coronavírus”, “COVID” e “COVID-19” no Google, tendo removido os cookies do navegador previamente. Os primeiros 30 sites  para cada uma das 3 palavras-chave foram examinados, resultando em um total de 90 sites. Excluíram sites em outros idiomas, sites irrelevantes, artigos científicos,  duplicados, inacessíveis, sites não baseados em texto e links patrocinados. Assim, 43 sites foram excluídos e 47 avaliados. Foram então divididos em cinco categorias: comercial, noticioso, educacional, governamental e organizacional. Foram utilizadas 4 escalas de legibilidade comummente utilizadas em estudos com esses objetivos. Para verificar a credibilidade das informações dos sites utilizaram  a barra de ferramentas HONcode, para identificar sites certificados.

Os sites recuperados que aparecem na primeira página da pesquisa incluíram mais sites certificados pela HONcode do que aqueles na segunda e na terceira páginas. Mesmo assim a maioria dos sites, mesmo na primeira página, não foram oficialmente aprovados. Dentre os 47 sites, apenas 6 eram certificados pelo HONcode, e todos esses  comerciais  ou organizacionais. A  categoria do site, ou sua colocação na página de pesquisa, não mostraram efeito significativo quanto a legibilidade. Não foram identificadas diferenças significativas nas pontuações de legibilidade entre sites certificados ou não pelo HONcode. Entre as organizações internacionais e nacionais, o conteúdo foi considerado de difícil leitura.

O baixo nível de instrução é uma barreira para o acesso a conhecimento. Uma solução imediata seria a utilização de linguagem mais simples, para facilitar a comunicação com uma parcela maior da população para que entenda informações sobre o que pesquisou. Os materiais de educação devem ser facilmente entendidos por uma média de 11 anos de idade ou alunos da sexta série; os resultados do estudo mostram que a legibilidade das informações da COVID-19 em sites é mais avançada do que o recomendado, no nível de alunos do ensino médio ou universitários. Esse resultado é equiparável ao de informações sobre outras doenças.

A partir da análise dos sites por categoria, percebeu-se que todos estavam muito acima do nível de legibilidade recomendável, mesmo os governamentais, que deveriam ser referência. A mesma coisa com órgãos internacionais, com legibilidade dificultada. Em sites comerciais a legibilidade foi melhor, contudo, a qualidade da informação pior. A maioria das pessoas se limita à primeira página dos sites pesquisados, logo esperava-se que a legibilidade fosse maior, o que não aconteceu. Conclui-se que as organizações mundiais e os governos deveriam preocupar-se mais com a qualidade e a legibilidade das informações disponíveis , para que essas possam ser compreendidas e, assim, úteis.

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Como desenvolver a competência informacional em saúde pode contribuir para aprimorar a prevenção de epidemias e a promoção de estilos de vida saudáveis?

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Competência informacional em saúde pública ante a emergência da pandemia por COVID-19

DUARTE, Rosália Maria

LAZCANO-PONCE, E.; ALPUCHE-ARANDA, C. Alfabetización en salud pública ante la emergencia de la pandemia por Covid-19 [Public health literacy in the face of the Covid-19 pandemic emergency]. Salud Publica Mex., v. 62, n. 3, p. 331-340, May-Jun 2020. Spanish. Doi: 10.21149/11408. Epub 2020 May 8. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32304371

Ensaio teórico destinado a subsidiar a alfabetização (competência informacional) em saúde, a partir da descrição analítica dos elementos que orientam as políticas públicas de prevenção e controle de epidemias, aplicadas no enfrentamento da pandemia da COVID-19. Os autores argumentam que a rápida disseminação, em tempo real, de informações falsas e de interpretações equivocadas acerca de informações científicas gerou problemas adicionais para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Para eles, a alfabetização em saúde pública pode ajudar a reduzir problemas desse tipo e pode contribuir para que cidadãos e comunidades se tornem aliados dos gestores das políticas na promoção da saúde e no combate a doenças, em especial, as epidemiológicas. Definem alfabetização em saúde como aquisição de conhecimentos, motivação e competências individuais para compreender as informações, “expressar opiniões e tomar decisões relacionadas com a promoção e preservação da saúde” (p.332). Essas competências possibilitariam às pessoas lidar com informações científicas e compreender as ações empreendidas em situações desse tipo. Partindo dessa perspectiva, o ensaio atualiza conhecimentos relacionados à COVID-19, tendo por base os elementos que configuraram as políticas de enfrentamento da doença, e sistematiza conceitos e procedimentos com vistas a oferecer subsídios para a alfabetização em saúde.  

Os autores atualizam os conhecimentos produzidos acerca da doença no âmbito das ações relacionadas à prevenção e controle da contaminação destacando: a) inteligência epidemiológica; b) medidas para mitigação da propagação da epidemia; c) medidas de supressão da transmissão; d) fortalecimento da capacidade de atendimento dos sistemas de saúde; e) desenvolvimento de agentes terapêuticos e vacinas. Com relação às ações de vigilância, o ensaio destaca os conceitos de vigilância epidemiológica, vigilância sentinela, período de incubação, período de latência, contagiosidade, risco de mortalidade por enfermidades transmissíveis, risco de mortalidade por COVID-19 e taxa de letalidade. Ao discorrer sobre cada uma dessas medidas de prevenção, os autores destacam os novos conhecimentos produzidos sobre o novo coronavírus no âmbito da implementação de cada uma delas. No que diz respeito às ações de diagnóstico, são descritos e analisados as medidas e os conhecimentos gerados a partir de provas moleculares, provas sorológicas e detecção de antígenos. Na apresentação dos conceitos relacionados à mitigação da doença, os autores destacam evidências científicas associadas à mitigação comunitária, tais como supressão da transmissão, distanciamento social, quarentena e uso de máscaras.

Nas conclusões, ressaltam que a pandemia da COVID-19 mostrou que o enfrentamento de eventos epidemiológicos dessa magnitude e gravidade exige não somente políticas de saúde pública ancoradas em evidências científicas como também a alfabetização em saúde dos cidadãos e das comunidades, pois esta permitiria a adoção de medidas de prevenção de longo prazo, a promoção de estilos de vida saudáveis e a busca por soluções conjuntas.

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Qual a facilidade ou dificuldade de compreensão das informações sobre COVID-19 divulgadas na Internet?

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Legibilidade do material online de educação do paciente para a nova doença do coronavírus (COVID-19): um estudo transversal de competência informacional em saúde

PESSANHA, Pedro Gonçalves

SZMUDA, T.; et al. Readability of online patient education material for the novel coronavirus disease (COVID-19): a cross-sectional health literacy study. Public Health., v.185, p. 21-25, may 2020. DOI: 10.1016/j.puhe.2020.05.04. Disponível em : https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32516624/

A busca por informações sobre saúde na Internet é enorme, e agora, com a pandemia não é diferente. Nesse estudo, buscou-se avaliar a legibilidade das informações online sobre a COVID-19. É o primeiro estudo avaliando especificamente as informações sobre o novo coronavirus nos Estados Unidos.

Primeiramente procurou-se no Google alguns termos-chave. Foram avaliados os 30 primeiros resultados de cada termo. Um total de 150 resultados de pesquisa foram considerados para a análise de legibilidade. Artigos que não estavam em inglês, duplicados, artigos de jornais, artigos de jornais biomédicos, artigos de acesso não aberto (pagos) e sites de estatísticas foram excluídos. A análise foi realizada usando cinco fórmulas de legibilidade: Flesch Reading Ease (FRE), Flesch-Kincaid Grade Level (FKGL), Gunning-Fog Index (GFI), Simple Measure of Gobbledygook (SMOG) Index e Coleman-Liau Index (CLI) . Cada fórmula utiliza critérios diferentes para classificar a dificuldade dos textos.

Dos 150 artigos, 61 foram analisados ​​por atenderem aos critérios de inclusão. A grande maioria dos artigos foi considerado de difícil leitura, com nível de compreensão equivalente a pessoas de 16 a 18 anos (alunos de ensino médio e calouros de faculdade) ou até mais. Considerando-se que nos Estados Unidos (onde a pesquisa foi realizada) a média de compreensão da população equivale à de crianças de 5ª série (11-12 anos), o nível de compreensão está muito elevado. Nenhum artigo atingiu o nível recomendado, e a grande maioria atingiu o nível de muito difícil compreensão.

A conclusão a que o artigo chega é que as informações sobre COVID-19 são de difícil compreensão para a maioria da população. Nenhum dos artigos atingiu o nível de leitura do 5º ao 6º ano (11 a 12 anos) recomendado. A maioria dos artigos (84%) foi designada como muito difícil de ler. Tudo isso torna difícil o acesso à informação sobre a nova doença para a maior parte da população. Essa falta de informação compreensível pode levar a um inchaço ainda maior dos sistemas de saúde, já prejudicados pela doença.

Alguns fatores que contribuem para a dificuldade são frases longas e o vocabulário médico; essa dificuldade desmotiva a leitura por pessoas comuns, além de ocasionar mal entendidos. Essas informações devem ser claras e compreensíveis. Os artigos de saúde destinados ao público geral na Internet são, em sua maioria, de difícil compreensão, e os sobre COVID-19 seguem essa regra. Porém, esse estudo sofre alguns problemas. Primeiramente, o material na Internet é constantemente produzido; assim, limita-se ao que estava naquele momento, que já pode ter mudado. Em segundo lugar, analisou-se apenas material em texto. Infográficos e Vídeos, que costumem ser de mais fácil compreensão, não foram analisados, mas merecem estudos futuros.

 O acesso à informação de qualidade pode ser crucial no controle da epidemia. Pessoas bem informadas tendem a seguir as medidas de isolamento, proteção e higiene de forma mais constante e correta, tornando assim essas medidas mais eficazes. Uma população informada, seguindo essas medidas, reduz a carga em cima dos hospitais. Por isso, o artigo termina ressaltando a importância de uma divulgação científica da saúde de forma mais compreensível para a população e cobra medidas de órgãos de importância mundial.

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