Evidências Covid 19

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Qual a propensão de pessoas com asma e doenças pulmonares em desenvolverem formas mais graves da COVID-19 ?

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A expressão de ACE2 está elevada em células epiteliais das vias aéreas de indivíduos mais velhos e saudáveis do sexo masculino, mas reduzida na asma

PALMEIRA, Vanila Faber

WARK, P.A.B. et al. ACE2 expression is elevated in airway epithelial cells from older and male healthy individuals but reduced in asthma. Respirology., v. 26, n. 5, p. 442-451, Mai. 2021 Epub 17 Jan. 2021. DOI: 10.1111/resp.14003 Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/resp.1400

O Coronavírus 2019, também conhecido como SARS-CoV-2, é o responsável pela doença conhecida como COVID-19, que alberga diferentes manifestações clínicas, incluindo a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Inicialmente imaginou-se que pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) seriam mais propensas às formas graves de COVID-19.

Asma e DPOC são doenças que cursam com inflamações pulmonares crônicas, sendo por isso imaginadas como grupos de risco para a COVID-19. Para investigar esta relação, o trabalho analisou amostras de tecido pulmonar (por meio de biópsia endobrônquica de células epiteliais dos brônquios) de pessoas sem doenças de base (grupo controle), de pessoas com asma e de pessoas com DPOC. Estas amostras foram submetidas a dois testes: PCR quantitativo em tempo real (Reação em Cadeia de Polimerase – usado para amplificar o material genético) e imuno-histoquímica (método que usa anticorpos para identificar e localizar proteínas). Estes experimentos tiveram a intenção de mostrar as diferenças de expressão da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2), que é usada pelo Coronavírus 2019 para entrar nas células hospedeiras pulmonares.

O Coronavírus 2019, assim como qualquer vírus, precisa se tornar intracelular para utilizar a maquinaria enzimática da célula hospedeira e assim produzir mais cópias de vírus. Para isto, o Coronavírus 2019 utiliza sua proteína S (derivada de “Spike”), localizada no envelope viral, para se ligar à ECA2 e a outras proteínas celulares, e então ser endocitado pelas células do hospedeiro e se tornar intracelular. No trabalho pessoas com asma e DPOC foram investigadas quanto à expressão de ECA2 (além de outras moléculas envolvidas tanto na entrada como na saída do vírus das células pulmonares). Foi mostrado que pacientes com DPOC tiveram a expressão de ECA2 parecida com o grupo controle, enquanto pessoas com asma tiveram uma expressão de ECA2 reduzida, quando comparadas ao mesmo grupo controle.

O trabalho sugere que a expressão aumentada de ECA2 ocorre principalmente em idosos, e em pessoas do sexo masculino, enquanto que pessoas com asma e DPOC não parecem ser mais susceptíveis às formas graves de COVID-19. No caso de pacientes com asma, isto foi sugerido, pois eles tiveram uma menor expressão de ECA2. Uma das explicações se encontra no fato da asma ter um processo alérgico, tendo seu foco em citocinas como a IL-13, a qual leva a uma regulação negativa da ECA2 pela ADAM-17 (proteína usada pelo Coronavírus 2019 para sair da célula hospedeira), a qual tem foco anti-inflamatório (conforme demonstrado em outros trabalhos).

 

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