Evidências Covid 19

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Quais as implicações éticas e sociais dos testes de anticorpos relativos à COVID-19?

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O direito de saber: implicações éticas dos testes de anticorpos para profissionais de saúde e implicações sociais negligenciadas

BERMUDES, Priscilla Mara

VAKHARIA, Kunal. The right to know: ethical implications of antibody testing for healthcare workers and overlooked societal implications. Journal of Medical Ethics, v. 22, n. 6, p. e20021, Jun. 2020. DOI: 10.1136/medethics-2020-106467. Disponível em:  https://jme.bmj.com/content/early/2020/06/03/medethics-2020-106467

Este trabalho aborda a questão ética dos profissionais de saúde, em relação aos testes de anticorpos do coronavírus (COVID-19), com o objetivo de destacar a necessidade de aconselhamento apropriado, tanto em nível pessoal com cada paciente, como também em nível global.

O surto da COVID-19 foi tratado de forma diferenciada em cada país e, com o advento do teste de anticorpos, tal constatação se evidencia ainda mais significativamente. Não obstante muitos profissionais discutam os méritos potenciais do teste de anticorpos como um passaporte de imunidade para permitir que a economia reinicie seu fluxo, há outras implicações que estão no centro do debate bioético e que são frequentemente negligenciadas.

Nesse sentido, existem muitas incertezas e apenas o discurso dos anticorpos pressupõe informações erradas que podem superar os benefícios epidemiológicos dos testes de anticorpos da COVID-19.

A pesquisa faz uma breve analogia do comportamento dos profissionais de saúde e dos pacientes referente aos testes de anticorpos de HIV e de COVID-19, em relação aos quais a priori o intuito de ambos os testes seria fornecer informações aos pacientes focando no compartilhamento de informações com a finalidade de motivar uma mudança de hábitos.

Contudo, observa-se um desafio relativo aos testes de anticorpos da COVID-19, particularmente na comunidade médica e nas linhas de frente, quando a acepção permanece em torno da ideia de imunidade do rebanho e do uso desses testes para determinar onde as pessoas trabalham e a concepção extrapolada de garantia de proteção, podendo ocasionar consequências severas.

Concluindo, o estudo informa que os profissionais de medicina e da saúde são moralmente obrigados não apenas a servir seus pacientes e sua comunidade, mas certificar que eles compreendam completamente as ramificações de qualquer resultado de teste. Esse padrão moral de educação apropriada é essencial para permitir a autonomia contínua necessária durante essa pandemia.

Além disso, com um conhecimento limitado sobre o significado do teste de anticorpos relativo à COVID-19, no momento é difícil usá-lo para estratificar o trabalho em um ambiente de assistência médica ou usá-lo para qualquer fim além dos estudos epidemiológicos sobre a propagação da doença.

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Quais as principais fontes de informação disponíveis sobre COVID-19 e como elas ajudam as pessoas a aumentar sua autoconfiança para lidar com o problema?

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Fontes de informação relacionadas a COVID-19 e a relação com confiança nas pessoas lidando com COVID-19: estudo de enquete no Facebook em Taiwan

MORAES, Margarete

Wang,  PW. et al. COVID-19-related information sources and the relationship with confidence in people coping with covid-19: facebook survey study in taiwan. Journal of Medical Internet Research, v. 22, n. 6 p. e20021, jun. 2020. doi: 10.2196/20021. Disponível em:  http://www.jmir.org/2020/6/e20021/

O artigo, a partir da premissa de que as pessoas obtêm informações sobre a COVID-19 na Internet, argumenta que a compreensão dos fatores relacionados a essas fontes de informação ajuda os profissionais de saúde e governos a educarem as pessoas para a sua prevenção e controle.

Devido ao intenso fluxo de pessoas com a China, foi previsto que Taiwan teria um alto índice de contaminados pela COVID-19. Entretanto, a sua experiência com a síndrome respiratória aguda (SARS) em 2002/2003 fez com que cidadãos estivessem vigilantes para prevenir a nova doença.

A Internet é o canal mais popular de informações sobre prevenção de doenças acessado em Taiwan. Concomitante a isso, a produção de conteúdos sobre a COVID-19 aumentou consideravelmente.

Este estudo objetivou examinar quais as principais fontes de informação sobre COVID-19 estão disponíveis e quais estão relacionadas à autoconfiança das pessoas no enfrentamento da COVID-19 em Taiwan.

Informações precisas e confiáveis na Internet, apesar de serem difíceis de obter, são fundamentais para prevenir e curar a doença, tanto para os profissionais de saúde, como para o público leigo.

A mídia tradicional também é importante fonte de informação durante surtos de doenças. Contudo, a exposição repetida da crise sanitária da mídia eleva respostas de ansiedade e estresse entre as pessoas.

Como as pessoas obtêm informações sobre a COVID-19 de várias fontes, entendê-las ajudaria no desenvolvimento de sistemas de entrega de informações transparentes e eficazes, para aumentar a autoconfiança delas em lidar com a pandemia.

Este é um estudo transversal, aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa, onde os participantes foram recrutados através de um anúncio no Facebook entre 10 e 20 de abril de 2020. Os critérios de inclusão eram: ser usuário do Facebook, ter idade igual ou superior a 20 aos e ser morador de Taiwan.

Os 1904 participantes voluntários foram indagados sobre quais fontes de informação acessavam sobre COVID-19, sua preocupação com COVID-19 e sua autoconfiança para lidar com a doença. Dados sobre sexo, idade e escolaridade também foram coletados.

Foram utilizados aplicativos de mineração de dados e técnicas específicas de análise estatística.

A maioria das pessoas de Taiwan confiava na Internet para obter informações sobre a COVID-19. Muitos participantes também usaram uma variedade de fontes de informação. Essa variedade foi associada ao sexo, idade e ao nível de preocupação com a COVID-19. Para os profissionais de saúde, o uso de lições formais como fonte de informação foi significativamente associado a uma melhor autoconfiança no enfrentamento da COVID-19. A associação significativa entre o recebimento de informações de mais fontes e maior autoconfiança foi encontrada apenas em trabalhadores da saúde.

Os autores admitem que os usuários do Facebook podem não ser representativos da população de Taiwan. O estudo revelou que quanto mais preocupação com a doença mais as pessoas variam as fontes de informação acessadas e com isso se sentem mais autoconfiantes para lidar com a doença. Profissionais de saúde são mais autoconfiantes em lidar com a COVID-19.

A desinformação sobre o COVID-19 ainda é grande, especialmente nas mídias sociais, apesar do Ministério da Saúde e Bem-Estar de Taiwan ter feito esforços para dissipar informações incorretas.

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Quais os efeitos dos medicamentos que reduzem a pressão arterial em pacientes com COVID-19 e seus possíveis benefícios?

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Efeitos dos medicamentos na infecção por vírus, estado inflamatório e resultados clínicos em pacientes com COVID-19 e hipertensão: um estudo retrospectivo de centro único

DOLINSKY, Luciana

Yang, Guang; et al. Effects of angiotensin ii receptor blockers and ace (angiotensin-converting enzyme) inhibitors on virus infection, inflammatory status, and clinical outcomes in patients with COVID-19 and hypertension: a single-center retrospective study. Hypertension, v. 76, n.1; p. 51-58, jul.2020. DOI: 10.1161/HYPERTENSIONAHA.120.15143. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32348166

O artigo analisa os efeitos dos bloqueadores de receptores da angiotensina (BRA) e inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) na infecção, inflamação e no desfecho clínico de pacientes hipertensos diagnosticados com a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19). A ideia é que estes fármacos reduzem a Angiotensina II e consequentemente a inflamação.

Estudos anteriores demonstraram que o vírus utiliza os receptores celulares para a enzima conversora da angiotensina (ECA2), para infectar as células humanas, e que pacientes com hipertensão tem pior prognóstico clínico quando infectados. Esses receptores ECA2 estão presentes em diversos tecidos, como pulmão, intestino, rim coração e vasos sanguíneos, sendo utilizados como porta de entrada para o vírus. Os fármacos do tipo BRA/IECA tem um papel controverso, uma vez que aumentam a expressão desses receptores sem evidências de facilitar a infecção, porém reduzem a inflamação possivelmente diminuindo complicações e óbitos em pacientes hipertensos.

Os autores realizaram um estudo retrospectivo de dados dos registros hospitalares de 126 pacientes hipertensos diagnosticados com COVID-19 e 125 pacientes normotensos pareados em idade e sexo com o grupo original, que foram utilizados como grupo controle. O grupo dos hipertensos foi subdividido em um subgrupo em tratamento regular com BRA/IECA (43 pacientes) e outro subgrupo em tratamento com outros anti-hipertensivos (83 pacientes). Os dados médicos, como gravidade da doença, alta do paciente, complicações, tempo de internação e óbito foram acompanhados durante o período do estudo, bem como os registros de histórico médico, dados demográficos, sinais e sintomas, comorbidades, análises bioquímicas e tratamento.

Resultados demonstraram que não houve diferenças estatísticas entre o grupo de hipertensos e o grupo controle no que diz respeito a gravidade da COVID-19 e óbitos. Pacientes em tratamento com BRA/IECA ou outros anti-hipertensivos também não mostraram diferenças estatísticas significativas quanto a gravidade e óbitos. Houve diferenças entre o grupo de pacientes e o grupo controle quanto a saturação de oxigênio, ureia, enzimas hepáticas, troponina cardíaca, proteína C reativa ultra sensível e procalcitonina. O grupo em tratamento com BRA/IECA mostrou concentrações reduzidas das substâncias inflamatórias proteína C reativa e procaciltonina em comparação com o grupo em tratamento com outros anti-hipertensivos.

 O principal achado do estudo foi o índice reduzido das substâncias inflamatórias proteína C reativa ultra sensível e procalcitonina nos pacientes hipertensos com COVID-19, em tratamento regular com BRA/IECA, em comparação com o grupo em tratamento com outros anti-hipertensivos. Como a hipertensão induz a produção de citocinas inflamatórias, que já foi demonstrado estarem aumentadas também em pacientes normotensos com COVID-19, pode-se propor que fármacos que inibem a resposta inflamatória tem potencial terapêutico para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus e hipertensos, como demonstrado no estudo. Em pacientes normotensos o receptor poderia ser utilizado como alvo de novas terapias.

O estudo tem como ponto relevante a redução de substâncias inflamatórias no grupo de pacientes em tratamento com BRA/IECA, em relação ao grupo de pacientes em outros tratamentos anti-hipertensivos, o que pode sugerir uma proposta terapêutica. No entanto, os próprios autores reconhecem a limitação da análise, sendo necessários novos estudos.

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Como foram feitas as recomendações iniciais para cuidar dos pacientes com COVID-19?

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Campanha de sobrevivência da sepse: diretrizes no manejo de adultos criticamente doentes com doença por coronavírus 2019 (COVID-19)

SARMENTO, Rogério

Waleed Alhazzani1, et al. Surviving Sepsis Campaign: Guidelines on the Management of Critically Ill Adults with Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). Crit. Care Med., v. 48, n.6, p.:e440-e469, jun. 2020. DOI: 10.1007/s00134-020-06022-5. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32224769

O objetivo deste artigo foi organizar, em um curto período de tempo, devido à rapidez de disseminação da pandemia pelo coronavírus, Diretrizes (Guidelines) com as recomendações cientificamente comprovadas para o manuseio do paciente que desenvolve a forma grave da COVID-19.

No final de 2019, uma Síndrome de Angústia Respiratória causada pelo Coronavirus 2 resultou em uma epidemia em Wuhan, na China. A Organização Mundial da Saúde denominou esta doença de COVID-19. No momento que este artigo foi publicado, a COVID-19 já havia sido declarada uma pandemia por ter infectado mais de 120.000 pessoas em mais de 80 países, resultando em mais de 5.000 mortes. A Organização Mundial da Saúde começou a divulgar formas de controle e acompanhamento da pandemia, mas um Guideline para orientar os médicos a lidar com a forma grave da doença teve que ser rapidamente elaborado.

A Diretriz foi feita por especialistas nas áreas de: elaboração de guidelines, infectologia, microbiologia, enfermagem, terapia intensiva, medicina de emergência e saúde pública, que foram divididos em quatro grupos: 1) prevenção e diagnóstico, 2) suporte hemodinâmico, 3) suporte ventilatório, e 4) tratamento. Estes grupos formularam questões sobre o tema, realizaram a pesquisa bibliográfica, analisaram a relevância dos artigos e discutiram entre si, para publicar as recomendações o mais rapidamente possível e dentro de uma qualidade científica válida.

As recomendações foram divididas em: nós recomendamos para questões onde o grupo de especialistas encontrou referências bibliográficas muito relevantes e concordaram que o assunto em questão deve ou não deve ser realizado e nós sugerimos para questões  onde a bibliografia e as evidências não foram tão relevantes. Além disso, tanto as recomendações quanto as sugestões foram divididas de acordo com a relevância em forte ou fraca e, por se tratar de uma doença nova e em crescimento exponencial, os autores se comprometeram a atualizar as recomendações à medida que novas evidências científicas fossem publicadas.

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Como os profissionais de saúde buscaram informações sobre COVID-19 e sobre quais conteúdos?

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Cobertura de informações sobre saúde por diferentes fontes nas comunidades: implicação para a resposta epidêmica da COVID-19.

MORAES, Margarete

TRAN, Bach X. et al. Coverage of health information by different sources in communities: implication for COVID-19 epidemic response. Int. J. Environ. Res. Public Health, v.17, n.10, p.3577, may. 2020.[Special Issue COVID-19 Global Threat: Information or Panic] doi: 10.3390/ijerph17103577. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32443712

O artigo é um estudo sobre o uso de fontes de informações e conhecimentos sobre COVID-19, acessadas por profissionais de saúde do Vietnã. O estudo argumenta que aumentar o conhecimento e o nível de informações dos profissionais de saúde sobre a doença é uma das estratégias para ajudar a combatê-la.

A segurança sanitária do Vietnã esteve ameaçada pelo compartilhamento de fronteira com a China, o primeiro epicentro da COVID-19. Com isso foi necessário que o país se organizasse para a prevenção da doença e pudesse responder de forma coordenada para extinguir a epidemia eficazmente.

Todos os países, na luta contra a COVID-19, estão enfrentando dificuldades com os recursos humanos, seja pelo quantitativo insuficiente, seja pela falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença.

Este estudo objetivou identificar quais fontes de informação da COVID-19, e seu conteúdo, eram acessados por profissionais de saúde e agentes comunitários no Vietnã.

A rapidez com que a COVID-19 se espalhou pelo mundo e a ignorância sobre ela fizeram aumentar o nível de busca de conteúdos.  E para tentar compreendê-la e combatê-la, muito conteúdo foi produzido, alguns frutos de pesquisas científicas, mas outros meras especulações. Assim, observa-se diversidade de fontes de informação na Internet e nos meios de comunicação. O problema é que nem todas as fontes de informações são confiáveis.

Para os profissionais de saúde, que estão na linha de combate desta doença, o acesso a informações e conhecimentos confiáveis e de qualidade é crucial para melhor prevenir e controlar a COVID-19.

Este é um estudo transversal, utilizando pesquisa baseada na web, entre janeiro e fevereiro 2020, aprovado por comitê científico e vinculado a um projeto de pesquisa geral sobre a resposta epidêmica à COVID-19 no Vietnã.

Através de critérios de inclusão, foram recrutados 604 participantes médicos, agentes de saúde e estudantes de medicina. Os participantes responderam a um questionário eletrônico que os indagava sobre quais fontes se informavam sobre a COVID-19. Também foi indagado se os conteúdos acessados eram clínicos, de prevenção ou de responsabilidades.

Foram utilizados aplicativos de mineração de dados e técnicas específicas de análise estatística.

Setenta por cento (70%) dos participantes eram do sexo feminino.

86,4% dos participantes moravam em áreas urbanas.

87,7% eram solteiros.

15,2% dos participantes acessavam informações sobre COVID-19 em aulas nas universidades; 13,7% na Internet (jornais online, redes sociais, etc.); 11,7% em rádio/televisão; 8,3% em treinamentos nos locais de trabalho; 8,1% nos jornais impressos; 8,0% com parentes.

O restante ficou pulverizado entre clubes, vizinhos, associação de bairros, entre outros.

Sobre a classificação dos conteúdos acessados, 75,7% acessavam sobre a patologia da doença; 66,3% sobre as seqüelas físicas; 63,3% sobre tratamento e controle.

O restante ficou pulverizado entre responsabilidades dos indivíduos, comunidades e governos, políticas públicas, entre outros.

O  estudo mostrou as diferenças no acesso às informações da COVID-19 e a variedade de fontes acessadas entre os profissionais.

Quanto ao conteúdo acessado, a maioria dos participantes já conheciam a clínica e as características patogênicas da COVID-19, mas não conheciam sobre políticas e regulamentos estabelecidos pelo governo ou estabelecimentos que trabalhavam.

Os canais mais bem avaliados pelos participantes foram os meios de comunicação de massa e a educação por pares. As descobertas fornecem evidência para formular programas de treinamento e atividades de comunicação para aumentar a capacidade dessas pessoas em responder rapidamente à epidemia COVID-19.

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Como os desafios e as oportunidades de cuidado à saúde na COVID-19 produziram inovação em telemedicina?

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A pandemia COVID-19 e a rápida implementação de telemedicina para adolescente e jovem adulto: desafios e oportunidades para inovação

MARTINHO, Alfredo

BARNEY, Angela; et al. The COVID-19 Pandemic and Rapid Implementation of Adolescent and Young Adult Telemedicine: Challenges and Opportunities for Innovation. Journal of Adolescent Health, p.1-8, may 2020. DOI: 10.1016/j.jadohealth.2020.05.006. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32410810

O artigo trata da rápida implementação da telemedicina em resposta à pandemia, que foi realizada numa clínica de adolescentes e adultos jovens vinculada à Universidade da California, São Francisco (UCSF). Até o presente, não existiam diretrizes práticas específicas. Todos os colaboradores se mobilizaram para solucionar as barreiras e os problemas logísticos decorrentes dessa implementação. No atendimento, foram excluídas as queixas agudas de saúde para avaliação de COVID-19.

A pandemia do coronavírus estimulou a utilização de telemedicina permitindo a continuidade da assistência, evitando a exposição presencial. Toda coordenação entre os prestadores de serviço foi treinada para usar o Zoom Video, ferramenta audiovisual. Foram criados novos protocolos de triagem remota, agendamento e check in de pacientes. Novos fluxos de trabalho foram desenhados pela equipe administrativa para acesso aos serviços de registro eletrônico dos pacientes, que, por envolver menores, necessitou autorizações por escrito. As duas primeiras semanas da intervenção concentraram-se sobre como enfrentar desafios logísticos. Na segunda semana, prestadores começaram a identificar desafios e lições aprendidas em telemedicina para cuidados gerais de saúde de adolescentes.

Conseguiram com esse atendimento manter o número de visitas no mês comparável ao ano anterior, tendo a clínica faturado, em março de 2020, praticamente o mesmo faturado em março de 2019, mas, devido a atrasos, ainda não puderam relatar a receita gerada em março de 2020.

Diante de inúmeras barreiras, foram encaminhadas soluções criativas em dimensões como confidencialidade e todos os desafios específicos em cada tipo de atendimento, com elaboração de diretrizes clínicas que permitiram que a comunicação bidirecional entre os prestadores e os pacientes tivessem eficácia, mesmo sem assistência de dispositivos de exames.

Privacidade e confidencialidade foram desafios, dado à incapacidade de estabelecer um ambiente silencioso e privado para o paciente. Soluções que incentivaram os pacientes a usarem fones de ouvido e uso da função de bate-papo com zoom, permitindo que eles digitassem respostas a perguntas, limitando a divulgação aos membros da família, minimizaram tais problemas.

Foram encaminhadas soluções específicas para cada um dos principais domínios clínicos.

Na saúde mental, os transtornos do humor e a manutenção de medicamentos para hiperatividade foram facilmente gerenciados via telemedicina.

Na saúde reprodutiva, houve limitações aos exames físicos, porém, a telemedicina foi muito efetiva nos aconselhamentos sobre contracepção.

Nos distúrbios alimentares, como requerem um monitoramento de peso, sinais vitais, histórico alimentar, será preciso refinar um protocolo para os membros da família calibrarem em casa escalas de peso, etc.

Pesquisas futuras serão necessárias para entender a segurança, eficácia e aceitabilidade de telemedicina para alguns distúrbios específicos.

Esse trabalho, com pacientes adolescentes e adultos jovens, demonstrou que a telemedicina enfrentou desafios que passaram pela aceitação cultural em toda a cadeia de assistência, e também identificou barreiras e busca de soluções criativas para: confidencialidade dos dados, privacidade, desenvolvimento de diretrizes clínicas, aperfeiçoamento de monitorização remota.

A oportunidade de se levantarem problemas e suas respectivas soluções, que devem ser comuns a outras áreas da assistência, através de resultados comparativos cruzados a outras clínicas que provavelmente foram suportadas pela telemedicina, é uma lacuna a ser preenchida em observações futuras.

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Como a desinformação pode afetar a Covid-19?

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Quando o medo e a desinformação se tornam virais: o papel dos farmacêuticos na prevenção da desinformação dos medicamentos durante a infodemia da COVID-19

Elaine Dias

Erku, D.A.; et al. When fear and misinformation go viral: Pharmacists’ role in deterring medication misinformation during the ‘infodemic’ surrounding COVID-19. Research in Social and Administrative Pharmacy, mai. 2020 [no prelo]. DOI:10.1016/j.sapharm.2020.04.032 Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32387230

O mundo enfrentou um desafio sem precedentes quando o coronavírus (COVID-19) surgiu como uma pandemia. Em meio ao crescente desafio dessa expansão da infecção, existem emergências paralelas que precisam ser combatidas simultaneamente como a proliferação de medicamentos falsos, notícias falsas e desinformação médica em torno da COVID-19.

Os farmacêuticos, por serem uma fonte relevante de informações precisas e confiáveis ​​para o público ou para outros profissionais da área da saúde, são os principais profissionais com habilidades e treinamento necessários para contribuir para a luta contra essas emergências, principalmente reduzindo a disseminação das informações erradas sobre os medicamentos.

Os autores discutem o papel dos farmacêuticos contra as emergências globais de saúde, usando o sistema australiano como exemplo e apresentam um resumo do papel potencial dos farmacêuticos no combate à desinformação sobre medicamentos e outros aspectos a respeito da COVID-19.

A pesquisa de vacinas e tratamentos para COVID-19 foi iniciada imediatamente após o surto, com o objetivo de prevenir a infecção, reduzir a transmissão e/ou gerenciar os graves resultados da doença. Apesar de muitos estudos pré-clínicos e clínicos sobre medicamentos contra a COVID-19, atualmente não há evidências para concluir a opção de tratamento mais segura e eficaz da doença.

A pandemia de COVID-19 provocou um aumento nas vendas de medicamentos “essenciais” falsos e de suprimentos médicos que prometem a cura. Depois que a hidroxicloroquina foi reivindicada como eficaz para o tratamento com COVID-19, houve um aumento na demanda por esse medicamento e um declínio no suprimento internacional, o que representa um risco de curto prazo, principalmente para quem depende do medicamento.

Outra emergência paralela é a sobrecarga de informações e desinformação sobre medicamentos em torno da COVID-19. A OMS descreveu que o surto e a resposta à doença “foram acompanhados por uma enorme infodemia” – uma abundância de informações em excesso em relação à COVID-19 (incluindo medidas ou curas de prevenção falsas) que apresentam preocupações tanto para o público ao distinguir fatos de ficção quanto para agências governamentais definirem políticas baseadas em evidências.

À medida que a COVID-19 se transforma em uma crise de saúde pública global, várias reivindicações infundadas sobre curas e transmissão e/ou exposição foram deflagradas na Internet e nas mídias sociais. Informações erradas sobre medicamentos, na ausência de validação científica, podem potencialmente espalhar medo e pânico desnecessários, minando a disposição do público de seguir conselhos legítimos de saúde pública e de tomar medidas de precaução comprovadas.

Segundo o estudo, os farmacêuticos vêm contribuindo significativamente para o controle da pandemia da COVID-19, através da mitigação da escassez de medicamentos e garantia da qualidade dos medicamentos bem como na disponibilização de informações atualizadas e confiáveis ​​sobre COVID-19 para a comunidade através de folhetos e plataformas de mídia social. No entanto, a COVID-19 apresenta ao mundo uma pandemia paralela de medicamentos “falsos”, suprimentos médicos e “infodemia” de desinformação, o que exige ainda mais esforços de colaboração entre os profissionais para combater essas pandemias.

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Como a COVID-19 se manifesta nas imagens radiográficas e na clínica em crianças com pneumonia?

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Características Radiográficas e Clínicas de Crianças com Pneumonia pela Doença por Coronavírus (COVID-19)

FAULHABER, Maria Cristina Brito

Li, Bo; et al. Radiographic and clinical features of children with coronavirus disease (COVID-19) Pneumonia. Indian Pediatr, v. 57, n. 5, p. 423-426, may. 2020. DOI: 10.1007/s13312-020-1816-8. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32255437

O objetivo deste estudo retrospectivo foi revisar dados clínicos e alterações encontradas na tomografia computadorizada de tórax (TCT) em crianças com pneumonia por COVID-19 entre janeiro e março de 2020, atendidas no Yichang Central People’s Hospital, na China.

História epidemiológica de viagem/contato com pacientes de Wuhan e resultado laboratorial com PCR positivo foram os critérios de inclusão. Ambos os valores de elevação de PCR como de VHS foram considerados leves.

TCT pode identificar lesões com maior acurácia, inclusive pneumonias virais. Há poucas publicações sobre alterações tomográficas em crianças com COVID-19.

Foram avaliados: sexo, idade, desconforto faríngeo, tosse, expectoração, congestão torácica, mialgia e dor abdominal ou diarreia, além dos sinais vitais: frequência cardíaca, temperatura corporal, frequência respiratória e pressão arterial.

Todas as crianças fizeram TCT sem contraste, as com mais de três anos deitadas de face para cima e as menores dormindo, sendo os resultados avaliados por dois radiologistas seniores. O exame foi feito em média três dias (intervalo de zero a onze) após o início dos sintomas.

As alterações mais importantes foram: áreas de opacidade em vidro fosco (14%), áreas com padrão de pavimentação em mosaico (9%), áreas de consolidação (32%) e áreas com lesão mista (36%).

Em relação aos segmentos pulmonares envolvidos 68% foram bilaterais, 45% subpleurais, 41% mistos, 23% unilaterais e 5% centrais. O lobo inferior direito foi comprometido em 41% dos casos e o lobo superior esquerdo em 27%. Quanto ao padrão de distribuição 68% foram multifocais (com aumento dos gânglios linfáticos), 14% focais e 9% difusos.

Todas as análises estatísticas foram feitas usando SPSS software versão 18.0.

Entre os 22 pacientes com COVID-19 confirmada, 12 eram meninos, com idade média de 8 anos, 64% apresentaram febre e 59% tosse; duas crianças não apresentaram nem sinais clínicos nem alterações tomográficas apesar do PCR positivo.

Não obstante a manifestação clínica poder ser apenas uma leve elevação da temperatura, anormalidades pulmonares puderam ser observadas na maioria dos pacientes e a TCT foi inicialmente negativa em 9% dos casos. Nos estágios iniciais a COVID-19 reflete danos pulmonares intersticiais, ou seja, do tecido de sustentação de um órgão, como espessamento dos septos interlobulares e presença de opacidades em vidro fosco. No edema alveolar, a saída de líquidos orgânicos através das paredes celulares e o sangramento podem se manifestar em diferentes graus de opacidade em vidro fosco na TCT, pois a inflamação envolve alvéolos. Em mais de um terço dos casos as alterações pulmonares anormais foram uma mistura de opacidade em vidro fosco e consolidações, implicando numa rápida progressão para pneumonia, talvez por uma menor resposta imunológica da criança em relação aos adultos. Após a alta, as imagens tomográficas mostraram permanência de espessamento do septo lobular, dilatação subpleural bronquiolar distal e faveolamento, que consiste na formação de cistos pulmonares criados pela destruição de espaços aéreos, representando o estágio final de fibrose. Ao contrário de adultos, 55% dos casos envolveram menos de três segmentos pulmonares.

Entre as limitações do estudo temos o baixo número de casos na amostra, evidenciando a necessidade de acompanhar as crianças longitudinalmente, realizando TCT. Assim aprenderemos mais sobre o curso da doença, melhorando futuros tratamentos e reabilitação. 

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Como a ativação da coagulação no interior dos vasos sanguíneos afeta as consequências clínicas da Covid-19?

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Uma nova hipótese para hipercoagulação e imunotrombose microvascular na COVID-19

BERMUDES, Priscilla Mara

HENRY, Brandon Michael et al. Hyperinflammation and derangement of renin-angiotensin-aldosterone system in COVID-19: a novel hypothesis for clinically suspected hypercoagulopathy and microvascular immunothrombosis. Clinica Chimica Acta, v. 507, p. 167-173, Aug. 2020. DOI: 10.1016/j.cca.2020.04.027. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32348783.

Este artigo apresenta um modelo de imunotrombose da COVID-19 e tem como objetivo discutir a patogênese subjacente. Aborda também a interação entre múltiplos sistemas, resultando na propagação da imunotrombose e na identificação de alvos terapêuticos inovadores e eficientes para reverter o resultado clínico desfavorável de muitos pacientes.

Evidências clínicas precoces sugerem que casos graves da doença de coronavírus 2019 (COVID-19), causados ​​pela síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), são frequentemente caracterizados por: hiperinflamação; desequilíbrio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), que controla a pressão arterial; e uma forma particular de vasculopatia, microangiopatia trombótica e coagulopatia intravascular.

Em estudos anteriores, os autores identificaram o dímero D, o tempo de protrombina e a trombocitopenia como marcadores prognósticos de doença grave e/ou mortalidade na COVID-19.

Os autores pressupuseram também que valores elevados de dímero D na admissão hospitalar e durante a progressão da doença possam refletir a inflamação pulmonar induzida por COVID-19, juntamente com ativação local de plaquetas e coagulação sanguínea, acompanhada de relativa hipofibrinólise, que mais tarde entra na circulação sistêmica. Além disso, relataram valores elevados de desidrogenase de lactato (LDH)  e bilirrubina, frequentemente associados à diminuição da concentração de hemoglobina, em pacientes com COVID-19 grave e fatal. Dado o exposto e combinado com observações clínicas, sugerem a potencial hiperinflamação, levando a um fenômeno semelhante à microangiopatia trombótica.

A pesquisa relata que a ocorrência desse fenômeno trombótico na COVID-19 é apoiada por um relatório recente de autópsia, que descreveu múltiplas obstruções e microtrombos na rede dos vasos sanguíneos pulmonares. Em um grupo holandês de pacientes gravemente enfermos, recebendo profilaxia com heparina de baixo peso molecular, a imagem diagnóstica em pacientes com sintomas sugestivos de tromboembolismo, encontrou eventos trombóticos venosos em 27% dos casos graves e eventos trombóticos arteriais em 3,7% dos pacientes com COVID-19.

Por conseguinte, o desenvolvimento de múltiplos e prováveis ​​microtrombos primários na rede dos vasos sanguíneos pulmonares pode explicar a rápida deterioração e o colapso dos pulmões, observados em pacientes que subitamente progridem para a síndrome do desconforto respiratório agudo. Com a hiperinflamação progressiva, uma microangiopatia sistêmica pode levar à síndrome da disfunção de múltiplos órgãos, abrangendo cardiomiopatia, insuficiência renal e hepática aguda, isquemia mesentérica e insultos neurológicos. 

Por fim, baseados em seus estudos, os autores advogam que a hiperinflamação e a imunotrombose podem ser centrais para a fisiopatologia da COVID-19. A hiper-reatividade plaquetária, hipercoagulabilidade, hipofibrinólise, superativação do complemento e desarranjo do sistema renina-angiotensina-aldosterona, na presença de disfunção endotelial induzida por atividade inflamatória subjacente, provavelmente, levam a um estado de coagulopatia induzida por COVID.

Ademais, constatou-se que a imunomodulação – incluindo inibidores de citocinas e inibidores de complemento – inibidores de SRAA, anticoagulantes, antiplaquetários e fibrinolíticos podem desempenhar papéis potenciais na terapia de pacientes com COVID-19. Como tal, é necessária uma investigação rápida para determinar quais vias e componentes estão desarranjados e que mais contribuem para a morbimortalidade na COVID-19.

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Como detectar precocemente a pandemia?

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Detectando Sinais Precoces da Pandemia Global por COVID-19 pela Densidade de Rede na Saúde Pública

DIAS, Elaine Cristina

Chu AMY; Tiwari A; So MKP. Detecting Early Signals of COVID-19 Global Pandemic from Network Density [published online ahead of print, 2020 May 28]. J Travel Med, may. 2020. DOI: 10.1093/jtm/taaa084. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32463088/

O estudo apresenta uma nova utilização da análise de redes na saúde pública através de um método de avaliação quantitativa para o risco de pandemia da COVID-19. Os autores analisaram a densidade da rede entre países, para identificar sinais precoces de risco de pandemia e também para acompanhar a evolução do risco de pandemia por meio do grau de conexão.

Usando os dados dos relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), os autores examinaram a conexão entre dois países em um momento específico t”, calculando sua correlação de mudanças no número de casos confirmados de COVID-19 nos últimos 14 dias (ou seja, os dias selecionados incluem o dia de realização da análise e seus 13 dias anteriores). Se a correlação das mudanças no número de casos confirmados entre dois países fosse maior que 0,5, esses dois países eram considerados conectados, formando uma conexão em uma rede pandêmica.

O método utilizado no estudo se difere dos métodos que utilizam dados de mobilidade humana. O método de analisar densidade da rede avalia a conexão das alterações de casos confirmados entre diferentes países, para avaliar o risco de pandemia.

No estudo, os autores calcularam a proporção do número de conexões existente com relação ao máximo possível de conexões entre países. Em outras palavras, quanto maior a densidade da rede, maior a tendência do número de casos confirmados de COVID-19 dos países aumentarem juntos, indicando um risco pandêmico crescente.

Foram identificados dois picos acentuados no gráfico de séries temporais da densidade da rede, sendo o primeiro no final de fevereiro, duas semanas antes da OMS declarar a COVID-19 uma pandemia global.

O estudo demonstrou que a análise da densidade da rede pode prever riscos de pandemia. Nesta pesquisa, a análise da densidade de rede forneceu evidências necessárias para sinalizar um surto de COVID-19 no início de fevereiro 2020, antes de ter sido declarada como pandemia global. Os autores sugerem que o método apresentado no estudo pode ser aplicável para detectar sinais de alerta precoces em relação a outras pandemias.

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