Evidências Covid 19

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Como a pandemia pode estimular a telessaúde e quais os desafios?

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COVID-19 e Telessaúde: uma janela de oportunidade e seus desafios

MARTINHO, Alfredo

Nittas, Vasileiosa; von Wyl, Viktorab. COVID-19 and telehealth: a window of opportunity and its challenges. Swiss Med Wkly, v. 150, p. w20284, may 2020.  DOI: 10.4414/smw.2020.20284. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32400882

Artigo publicado em um semanário médico suíço, traz um ponto de vista dos autores sobre a utilização da telessaúde durante a rápida disseminação da pandemia do Sars CoV-2 forçando uma rápida desaceleração, sem precedentes, no atendimento médico tradicional. A necessidade de distanciamento físico abriu uma janela de oportunidade para uma busca de soluções de telessaúde mais amplas, podendo ter o potencial de melhorar o uso dessa tecnologia, fornecendo cuidados remotos fora dos contextos tradicionais após a pandemia.

A Suíça, comparada a outros países europeus, oferece um sistema de telessaúde relativamente maduro, calculando-se em aproximadamente 2.5 milhões de consultas anuais sendo, porém, limitada a grandes provedores e mesmo assim bastante estagnada.

Isso vem mudando após a pandemia, gerando um impulso para os fornecedores e advogados de telessaúde, permitindo a eles proverem o valor direto dos mesmos produtos que há muito tentam estabelecer.

De fato, a implantação da telessaúde durante essa crise pode ser múltipla. A tele-triagem permite a pré-triagem remota de pacientes potencialmente infectados, eliminando os riscos desnecessários de transmissão. Usando Chatbot  orientados por inteligência artificial, como o projeto suíço-italiano COVID-Guide, pacientes sintomáticos podem rapidamente autoavaliar seu estado de saúde e receber recomendações sobre como proceder.

Embora a COVID-19 provavelmente aumente a exposição à telessaúde, a disposição a longo prazo de usar soluções telemédicas depende em grande parte da abordagem de algumas das barreiras que os profissionais de saúde enfrentam.

Os médicos suíços consideram que alguns dos principais obstáculos à digitalização em saúde são: 1) a falta de interoperabilidade com seus próprios sistemas; 2) preocupações de segurança e responsabilidade; 3) a representação inadequada de serviços digitais nas tarifas de reembolso; bem como 4) preocupações com muito ou pouco trabalho; sendo que cada um desses obstáculos pode vir a ser melhor encaminhado com soluções adequadas.

No lado do paciente, dois desafios remanescentes, e ainda não abordados adequadamente, estão enraizados na divisão digital e na desconfiança.

A integração da telemedicina na prática rotineira exige alterações substanciais nos fluxos de trabalho e infraestruturas estabelecidos, que apresentam demandas desestimulantes de tempo, recursos e flexibilidade. Os sistemas de saúde são complexos e dinâmicos, com adaptações que levam tempo e exigem paciência e motivação. Todos esses elementos podem representar importantes barreiras para a adoção de novas tecnologias, incluindo a telessaúde.

Desenvolvedores, advogados e formuladores de políticas precisam abordar as preocupações e incertezas dos profissionais de saúde.

Educação e conscientização são ferramentas simples, mas poderosas, especialmente para aqueles menos familiarizados com a tecnologia.

O acesso ao software telemédico intuitivo deve ser acompanhado de orientações simples sobre o uso adequado e informações transparentes sobre privacidade e segurança.

Desafios devem ser enfrentados de maneira oportuna e proativa, com a educação de pacientes e médicos sobre o uso seguro de ferramentas de comunicação digital e sistemas de videoconferência em seu cerne.

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Como os desafios e as oportunidades de cuidado à saúde na COVID-19 produziram inovação em telemedicina?

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A pandemia COVID-19 e a rápida implementação de telemedicina para adolescente e jovem adulto: desafios e oportunidades para inovação

MARTINHO, Alfredo

BARNEY, Angela; et al. The COVID-19 Pandemic and Rapid Implementation of Adolescent and Young Adult Telemedicine: Challenges and Opportunities for Innovation. Journal of Adolescent Health, p.1-8, may 2020. DOI: 10.1016/j.jadohealth.2020.05.006. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32410810

O artigo trata da rápida implementação da telemedicina em resposta à pandemia, que foi realizada numa clínica de adolescentes e adultos jovens vinculada à Universidade da California, São Francisco (UCSF). Até o presente, não existiam diretrizes práticas específicas. Todos os colaboradores se mobilizaram para solucionar as barreiras e os problemas logísticos decorrentes dessa implementação. No atendimento, foram excluídas as queixas agudas de saúde para avaliação de COVID-19.

A pandemia do coronavírus estimulou a utilização de telemedicina permitindo a continuidade da assistência, evitando a exposição presencial. Toda coordenação entre os prestadores de serviço foi treinada para usar o Zoom Video, ferramenta audiovisual. Foram criados novos protocolos de triagem remota, agendamento e check in de pacientes. Novos fluxos de trabalho foram desenhados pela equipe administrativa para acesso aos serviços de registro eletrônico dos pacientes, que, por envolver menores, necessitou autorizações por escrito. As duas primeiras semanas da intervenção concentraram-se sobre como enfrentar desafios logísticos. Na segunda semana, prestadores começaram a identificar desafios e lições aprendidas em telemedicina para cuidados gerais de saúde de adolescentes.

Conseguiram com esse atendimento manter o número de visitas no mês comparável ao ano anterior, tendo a clínica faturado, em março de 2020, praticamente o mesmo faturado em março de 2019, mas, devido a atrasos, ainda não puderam relatar a receita gerada em março de 2020.

Diante de inúmeras barreiras, foram encaminhadas soluções criativas em dimensões como confidencialidade e todos os desafios específicos em cada tipo de atendimento, com elaboração de diretrizes clínicas que permitiram que a comunicação bidirecional entre os prestadores e os pacientes tivessem eficácia, mesmo sem assistência de dispositivos de exames.

Privacidade e confidencialidade foram desafios, dado à incapacidade de estabelecer um ambiente silencioso e privado para o paciente. Soluções que incentivaram os pacientes a usarem fones de ouvido e uso da função de bate-papo com zoom, permitindo que eles digitassem respostas a perguntas, limitando a divulgação aos membros da família, minimizaram tais problemas.

Foram encaminhadas soluções específicas para cada um dos principais domínios clínicos.

Na saúde mental, os transtornos do humor e a manutenção de medicamentos para hiperatividade foram facilmente gerenciados via telemedicina.

Na saúde reprodutiva, houve limitações aos exames físicos, porém, a telemedicina foi muito efetiva nos aconselhamentos sobre contracepção.

Nos distúrbios alimentares, como requerem um monitoramento de peso, sinais vitais, histórico alimentar, será preciso refinar um protocolo para os membros da família calibrarem em casa escalas de peso, etc.

Pesquisas futuras serão necessárias para entender a segurança, eficácia e aceitabilidade de telemedicina para alguns distúrbios específicos.

Esse trabalho, com pacientes adolescentes e adultos jovens, demonstrou que a telemedicina enfrentou desafios que passaram pela aceitação cultural em toda a cadeia de assistência, e também identificou barreiras e busca de soluções criativas para: confidencialidade dos dados, privacidade, desenvolvimento de diretrizes clínicas, aperfeiçoamento de monitorização remota.

A oportunidade de se levantarem problemas e suas respectivas soluções, que devem ser comuns a outras áreas da assistência, através de resultados comparativos cruzados a outras clínicas que provavelmente foram suportadas pela telemedicina, é uma lacuna a ser preenchida em observações futuras.

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