Evidências Covid 19

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Como deve ser o cuidado com a nutrição de pacientes idosos com câncer, que são acometidos pela COVID-19?

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Abordagem da Nutrição em Pacientes com Câncer no Contexto da Pandemia da Doença do Coronavirus 2019 (COVID-19): Perspectivas

COHEN, Larissa

GARÓFOLO, A.; QIAO, L.; MAIA-LEMOS, P.D.S. Approach to Nutrition in Cancer Patients in the Context of the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) Pandemic: Perspectives. Nutr Cancer. n.22, p.1-9, jul. 2020. DOI: 10.1080/01635581.2020.1797126. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32696665/

Grande parte dos óbitos relacionados à Síndrome Respiratória Aguda Grave por coronavírus (SARS-CoV-2) ocorrem em indivíduos idosos, dos quais, a maioria apresenta comorbidades (imunossupressão e obesidade). Pacientes em tratamento de câncer seguem em imunossupressão e estão suscetíveis a grande risco de infecção por COVID-19.

A imunossupressão predispõe os pacientes à infecção, hiper-inflamação secundária à infecção, o que contribui para morbidade e mortalidade. Nos pacientes com câncer, o suporte nutricional melhora a função imune e combate a inflamação, logo, reduz a gravidade de doenças inflamatórias.

O objetivo deste artigo de revisão é apresentar conhecimento atual sobre a abordagem nutricional em relação ao câncer no cenário da COVID-19.

Pacientes com câncer desenvolvem distúrbios metabólicos devido à resposta inflamatória secundária a tumor, infecção ou complicações do tratamento anticâncer. Alguns cursam com caquexia e outros com obesidade de acordo com o tipo de câncer, e ambas as situações ativam mediadores pró-inflamatórios. A COVID-19 também desencadeia resposta inflamatória. Nesse sentido, a enzima conversora de angiotensina 2  localiza-se como receptor funcional para SARS-CoV-2 e é expressa no epitélio pulmonar. Ademais, a morte de macrófagos alveolares aumenta a inflamação e o numero de linfócitos está reduzido nos pacientes com COVID-19. Controlar a inflamação é uma estratégia efetiva para reduzir a gravidade da COVID-19.

Uma busca sistemática da literatura na Medline, na base de dados PubMed, foi realizada entre 22 de março de 2020 e 6 de maio de 2020, usando as palavras-chave “COVID-19”, “coronavírus”, “câncer”, “inflamação ”, “Probióticos”, “vitamina D” e “prevenção nutricional”. Considerando a urgência do tema e a necessidade de aumentar a sensibilidade da pesquisa, uma revisão da literatura mais ampla foi realizada usando as mesmas palavras-chave no Google Scholar, para capturar as publicações mais recentes.

Essa revisão apontou que a incidência de câncer aumenta com a idade, e que idosos constituem o grupo mais afetado pela COVID-19, possivelmente devido ao processo de “Inflammaging” (inflamação com o envelhecimento) que predispõe idosos a piores desfechos da COVID-19.

Quanto aos aspectos nutricionais relacionados ao câncer e à COVID-19, dietas anti-inflamatórias, como a Mediterrânea, ricas em antioxidantes, fibras e ácidos graxos poli-insaturados ômega 3, aumentam a resistência e a recuperação da infecção por SARS-CoV-2. Probióticos utilizados no câncer reduzem taxas de infecção e complicações, bem como auxiliam na profilaxia da COVID-19. Outro fator nutricional que promove ação de defensinas e a baixa replicação viral é a vitamina D; por isso, sugere-se sua suplementação durante a pandemia da COVID-19, principalmente em pessoas com comorbidades, como câncer.

A revisão discutiu a intervenção nutricional que se deve considerar na abordagem para o tratamento da COVID-19. Práticas alimentares saudáveis, incluindo alimentos anti-inflamatórios (ricos em ômega-3), pré e probióticos, suplementação de vitamina D, bem como modificações dietéticas para reduzir a obesidade, são condutas preventivas eficazes no controle da hiper-inflamação, que melhoram a função do sistema imunológico.

Da mesma forma, faz-se necessária essa visão nutricional nos pacientes com câncer, a fim de reduzir danos fisiológicos de estados pró-inflamatórios e o fardo das doenças crônicas e, secundariamente, para prevenir e minimizar a gravidade da COVID-19.

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Qual é o impacto da COVID-19 em pacientes com câncer?

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Oncologia intervencional na época da pandemia de COVID-19: Problemas e soluções

ZAMBONI, Mauro

DENYS, A.; et al. Interventional oncology at the time of COVID-19 pandemic: Problems and solutions. A. Denys, B. Guiu, P Chevalier, A Digklia, E. de Kerviler, T. de Baere. Diagnostic and Interventional Imaging, v. 101, n. 6, p. 347-353, Jun. 2020. DOI: 10.1016/j.diii.2020.04.005, Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32360351/

A epidemia da COVID-19 impactou profundamente as organizações de saúde em todo o mundo. As diferentes instituições e centros oncológicos tiveram que reorientar suas atividades clínicas para acomodar grande número de pacientes com câncer e com síndrome respiratória aguda secundária à pneumonia pela COVID-19.

Diferentes países adotaram diferentes protocolos para o manejo dos pacientes com câncer infectados pela COVID-19. Com a persistência da pandemia, a abordagem dos pacientes com câncer é particularmente complexa e deve ter seu risco cuidadosamente avaliado, principalmente no atraso no diagnóstico bem como no tratamento desses pacientes.

Os autores, nesta publicação, apoiados na sua experiência e na revisão das  diretrizes das sociedades europeias e americanas de oncologia, resumem as recomendações para a abordagem dos pacientes com câncer durante a pandemia da COVID-19.

Liang relatou em sua publicação que 1% de 1590 pacientes hospitalizados pela pneumonia da COVID-19 eram portadores de neoplasias com idade mediana de 63 anos. Outras publicações demonstraram que os pacientes com câncer apresentam as formas mais severas da COVID-19, quando comparados com aqueles sem neoplasia.

Pacientes com história de neoplasia tratados com cirurgia ou radioterapia meses antes da infecção pela COVID-19 apresentam risco maior de desenvolver as formas graves da infecção. Os pacientes acima dos 60 anos têm maior incidência da infecção. Os pacientes com câncer têm uma probabilidade de se infectar pela COVID -19 que é 3 vezes maior do que os que não têm alguma neoplasia, sendo que o risco de infecção viral severa aumenta 5 vezes e o de óbito 8 vezes.

O impacto da COVID-19 nos pacientes oncológicos nos diferentes centros de câncer já é bem conhecido. Também são conhecidas as dificuldades dos centros oncológicos em todo o mundo em se adaptarem a esta nova realidade.  Os autores fazem uma revisão da literatura e das diretrizes das sociedades especializadas numa tentativa de se estabelecer um guia de recomendações a serem seguidas na abordagem dos pacientes oncológicos na era da COVID-19, desde o diagnóstico até as mais diferentes formas de abordagem terapêutica, envolvendo a organização dos diversos serviços oncológicos, a segurança dos pacientes e a melhor forma de tratamento a ser oferecido a estes pacientes.

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Qual o impacto da COVID-19 nos pacientes que têm câncer?

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O Impacto da Pandemia de COVID-19 em Pacientes com Câncer

ZAMBONI, Mauro Musa

AL-QUTEIMAT, O.M.; AMER, A.M. The Impact  of the COVID-19 Pandemic on Cancer Patients . American Journal of Clinical Oncology, v. 43 n. 6, p. 452-455, Jun. 2020. DOI: 101.1097/COC0000000000000712 Disponível em:  https://ncbi.nlm.nih.gov/pubmed32304435.

Em dezembro de 2019 uma nova doença, a síndrome respiratória aguda grave, causada pelo coronavírus 2 (SARS-CoV2), nomeada COVID-19, eclodiu a partir da China e rapidamente se disseminou por todo o mundo.  Várias complicações  foram relatadas em 33% dos casos: síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal aguda, dano pulmonar agudo, choque séptico e pneumonia grave.  Até o momento não existe tratamento específico ou vacinas aprovadas contra a COVID-19. O estado de imunossupressão de alguns pacientes com câncer (causado pela neoplasia ou por seu tratamento) aumenta o risco de infecção pelo coronavírus, quando comparados com a população em geral. O objetivo do trabalho é avaliar o impacto da COVID-19 nos pacientes com câncer e discutir as recomendações para a abordagem desses pacientes.

Pacientes com câncer tem risco aumentado para as infecções severas e uma probabilidade 3 a 5 vezes maior de necessitar de ventilação mecânica, de internação em UTI e de morte comparados com pacientes sem câncer.  Estes pacientes são mais suscetíveis para as complicações graves da COVID-19 devido à imunossupressão causada pelo próprio câncer ou seu tratamento. Pacientes com câncer, tratados com quimioterapia ou cirurgia nos 30 dias antes do diagnóstico da COVID-19 apresentam risco maior para as complicações severas da infecção.  Curioso é que os pacientes com câncer do pulmão não apresentam risco aumentado para as complicações graves da infecção comparados com os pacientes com outras neoplasias.

Durante a  pandemia  houve um aumento do risco para os  pacientes com câncer, devido à limitação do acesso aos cuidados de saúde impostos pelas restrições da COVID-19 na região de Wuhan. Outra publicação demonstrou que pacientes com câncer infectados pela COVID-19 tinham risco aumentado para complicações graves e maior mortalidade. Os autores do trabalho recomendam que os pacientes com câncer em tratamento devem ser rastreados para a COVID-19 e devem ser evitados tratamentos com imunoterapia naqueles pacientes infectados.

Diversas instituições internacionais estabeleceram orientações sobre os vários aspectos das neoplasias e seus tratamentos associadas a infecção da COVID-19.

Recomendações

  • Pacientes recebendo tratamento curativo para seu câncer devem continuar a terapêutica apesar do risco potencial da infecção pela COVID-19
  • Tratamento quimioterápico e procedimentos cirúrgicos eletivos devem ser adiados quando possível
  • Implementar precauções pessoais estritas para o controle da infecção para os pacientes com câncer em atividade ou naqueles já tratados e em controle
  • Tratamento intensivo para os pacientes com câncer e infectados pela COVID-19 especialmente os idosos e os portadores de comorbidades
  • O atraso no tratamento da doença metastática resulta na piora clínica do paciente, de sua capacidade funcional, no atraso no tratamento paliativo e da doença progressiva.
  • O tratamento cirúrgico deve ser avaliado caso a caso

O tratamento dos portadores de neoplasias é vital e deve ser prioritário durante a pandemia, uma vez que os serviços de saúde estão sobrecarregados com um número cada vez maior de infectados pela COVID-19, com maior demanda de insumos de uma maneira geral.

A avaliação clínica cuidadosa é o cenário determinante para se definir se devemos interromper ou continuar o tratamento anti-neoplásico dos pacientes com câncer, que estejam com suspeita ou com a infecção pela COVID-19 confirmada.

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Como a COVID-19 pode agravar a saúde de pacientes com câncer de pulmão?

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COVID-19 e câncer de pulmão: riscos, mecanismos, e interações de tratamento

PALMEIRA, Vanila Faber

ADDEO, Alfredo; OBEID, Michel; FRIEDLAENDER, Alex. COVID-19 and lung cancer: risks, mechanisms, and treatment interactions. J. Immunother Cancer, v. 8, n. 1, p. 1-7, May 2020. DOI: 10.1136/jitc-2020-000892 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7246105/pdf/jitc-2020-000892.pdf

A infecção pelo Coronavírus 2019 não possui um tratamento específico até o momento, apesar de existirem potenciais alvos terapêuticos. Neste contexto, se destacam substâncias que agem na replicação viral ou na resposta imune do hospedeiro. O intuito é reduzir a morbimortalidade (índice de pessoas mortas) da doença, principalmente, nos grupos de risco, como idosos e pacientes com câncer.

Enquanto várias vacinas promissoras estão sendo pesquisadas pelo mundo, faz-se necessário um tratamento eficaz no combate ao Coronavírus 2019. As pesquisas acerca de um tratamento focam, principalmente, na modulação da resposta imune do hospedeiro, através de substâncias que possam inibir a tempestade de citocinas que o Coronavírus 2019 é capaz de induzir. Em pessoas idosas ou com câncer ocorre uma desregulação imunológica, levando a um maior potencial inflamatório desequilibrado. Com isso esses indivíduos, quando infectados pelo Coronavírus 2019, passam a apresentar um quadro inflamatório pulmonar muito intenso, causando desta forma lesão pulmonar. Todo este quadro é ainda pior se o paciente tiver câncer de pulmão.

A inflamação causada pelo Coronavírus 2019 gera lesão das células epiteliais pulmonares (pneumócitos tipo II, que são células produtoras de surfactante, que impede que os pulmões se “colem”). Nos pacientes que evoluem para as formas graves da doença, essa inflamação é responsável, entre outras coisas, pelo preenchimento dos alvéolos com fluidos inflamatórios, o que reduz o potencial de troca gasosa pulmonar. Além disso, ocorre uma tempestade de citocinas (proteínas de comunicação das células imunes) que levam a uma ativação intensa dos macrófagos pulmonares (principal célula da resposta imune imediata tecidual).

Os pacientes com câncer pulmonar possuem uma maior reatividade deste tecido. Quando estes pacientes estão sob tratamento anticâncer pode ser induzida uma pneumonite por drogas, que se assemelha à clínica da infecção pelo Coronavírus 2019. Por isso, foram desenvolvidas algumas estratégias que visam reduzir a exposição desnecessária desses indivíduos, além de reduzir o risco de transmissão. Os pesquisadores buscam biomarcadores, no sangue, que possam sinalizar precocemente a inflamação intensa causada pelo Coronavírus 2019, antes mesmo do paciente apresentar quadro clínico grave. Somado a isto, os alvos imunoterapêuticos são preferidos aos antivirais como opção para o tratamento, pois estes últimos possuem uma janela terapêutica estreita (ou seja, concentração de ação próxima à concentração tóxica para o hospedeiro), bem como mecanismos de resistência viral precoce.

A principal contribuição do trabalho foi fazer a relação entre a tempestade de citocinas com a patogênese e a clínica na infecção pelo Coronavírus 2019. A limitação do artigo foi não trazer as principais alterações causadas pelo câncer pulmonar neste tecido. Isto teria dado maior potencial de integração entre a infecção pelo Coronavírus 2019 e o câncer de pulmão ao leitor.

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