Evidências Covid 19

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Quais as principais diferenças nas respostas do sistema imunológico ao virus?

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Respostas imunes adaptativas ao SARS-CoV-2

PALMEIRA, Vanila Faber

FORTHAL, D. Adaptive immune responses to SARS-CoV-2. Adv Drug Deliv Rev., v. 172, p. 1-8, Mai. 2021.[Epub 18 Fev. 2021]. DOI: 10.1016/j.addr.2021.02.009 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7891074/pdf/main.pdf

A resposta imune contra qualquer vírus depende da capacidade individual de estimulações dos diferentes leucócitos. Na COVID-19 (infecção causada pelo Coronavírus 2019 – SARS-CoV-2) não é diferente das demais viroses. Por este motivo, o conhecimento acerca das diferentes respostas imunológicas para as estruturas virais se faz imprescindível para a compreensão das ações na prevenção, no controle da infecção e/ou na possível patogênese.

A resposta imunológica adquirida (ou adaptativa) é responsável pela geração de memória imunológica, que nos protege em infecções futuras. A resposta imune antiviral se baseia primeiramente em uma resposta com células T auxiliares (TCD4+), que segue principalmente dois caminhos: Th1 (que leva à ativação de TCD8+) e Th2 (que leva à ativação de célula B e produção de anticorpos). A resposta antiviral mais efetiva se baseia primeiramente no caminho Th1 com controle da replicação viral, seguida do caminho Th2 com produção de anticorpos neutralizantes e proteção contra encontros futuros com o mesmo vírus. Tudo isso se aplica à COVID-19, porém muitos aspectos desses caminhos continuam obscuros frente à pandemia atual.

Na COVID-19 as formas graves estão principalmente associadas a um perfil Th2 somado a uma resposta Th1 reduzida, o que levaria a uma maior carga viral, uma vez que os anticorpos não seriam em sua maioria neutralizantes do vírus. Por outro lado, alguns autores discutem que, se o paciente montar uma resposta baseada em TCD8 mais intensa, esse processo poderia ser o responsável por uma maior lesão tecidual, a qual cursaria com maior gravidade clínica. Há autores, ainda, que discutem que, nas formas graves de COVID-19, as subpopulações de linfócitos Th2 são diferentes das encontradas nas formas mais leves da doença. Todos esses estudos têm que ser vistos com muita cautela, pois utilizam-se de amostras pequenas e tempos de infecção desconhecidos. Porém, todos os pesquisadores discutem se as células T são: úteis, prejudiciais ou ambos, para a CPVID-19.

A produção de memória imune para o SARS-CoV-2 parece envolver tanto o caminho Th1 quanto o caminho Th2 com produção de anticorpos, tanto IgM quanto IgG e IgA. Esses distintos tipos de anticorpos parecem ser diferentes entre si, sendo produzidos para vários epítopos do vírus, e podendo ser neutralizantes ou não. Parece existir uma resposta cruzada entre anticorpos contra outros vírus, como vírus influenza ou coronavírus comum (do resfriado). Só não se sabe se esta resposta é benéfica ou não. Alguns estudos mostraram que os perfis de anticorpos produzidos por crianças e adultos são diferentes, parecendo que em crianças eles são mais protetores para evitar infecções. Os anticorpos mais neutralizantes parecem ser os produzidos contra a proteína S, que evitam a ligação do SARS-CoV-2 à ECA2. Enfim, a memória imune na COVID-19 está totalmente vinculada aos dois braços da resposta adquirida: Th1 e Th2; e resta saber até onde essa resposta é protetora, e a partir de que condição ela se torna prejudicial.

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Qual a relação das respostas de produção de anticorpos com a imunidade protetora ?

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Imunidade protetora após a COVID-19 ser questionada: O que podemos fazer sem a detecção de SARS-CoV-2-IgG ?

MONTEIRO, Elisabeth Costa

MELGAÇO, Juliana Gil; AZAMOR, Tamiris; BOM, Ana Paula Dinis Ano. Protective immunity after COVID-19 has been questioned: What can we do without SARS-CoV-2-IgG detection? Cellular Immunology, v. 353, p. 104114, Jul. 2020. DOI: 10.1016/j.cellimm.2020.104114. Epub 2020 Apr 28. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0008874920302501

Os autores da pesquisa discutem questões relativas a marcadores de proteção imunológica, dentre as quais o fato de que resultados positivos em testes moleculares não evoluem com detecção SARS-CoV-2-IgG. O trabalho destaca a importância das células T de memória como possíveis biomarcadores, para avaliação da imunidade protetora em relação à

O mundo vivencia a infecção pelo coronavirus 2, com elevada transmissibilidade e alta mortalidade, que induz uma síndrome respiratória aguda grave, além de diarreia, pneumonia, linfopenia, exaustão de linfócitos e produção de citocinas pró-inflamatórias. A população não-hospitalar e profissionais de saúde assintomáticos podem se constituir em hospedeiros virais. O distanciamento social e ensaios clínicos massivos para detecção de anticorpos são empregados para deter a propagação viral. No entanto, resultados positivos em testes moleculares não se correlacionaram com detecção de IgG, e anticorpos neutralizantes estão ausentes mesmo em pacientes hospitalizados. Assim, emergem questões sobre a proteção imunológica e o tempo para quarentena.

Estudos realizados em pacientes sintomáticos e hospitalizados indicam que, durante a infecção, a resposta imunológica envolve a produção de anticorpos e a ativação de células T linfocitárias. Nestes pacientes, a produção de anticorpos aumentou após a primeira semana de início dos sintomas, com ativação das células T e maior exibição de fenótipo de memória após 14 dias de hospitalização.

A linfopenia induzida inicialmente pelo vírus causa atraso na ativação de células T. No entanto, após duas semanas de sintomas, começam a surgir fenótipos de linfócitos T específicos da SARS-CoV-2. Este processo pode proporcionar informações relevantes quanto à imunidade de proteção. Os estudos têm observado que a não-detecção de anticorpos após a vacinação não está relacionada à proteção, porque os linfócitos T de memória podem ser ativados e proteger as pessoas contra reinfecções subsequentes. O desenvolvimento de vacinas destinadas apenas à ativação das células T encontra-se em processo de investigação e poderá promover uma resposta robusta da célula T de memória.

Os autores levantam a hipótese de que o novo coronavírus tenha o poder de reduzir a atividade das células B. Uma resposta para este problema pode estar na realização de ensaios de resposta celular, cujos custos se assemelham aos dos testes de anticorpos neutralizantes. Os pesquisadores propõem avaliar uma pequena subpopulação que não produza anticorpos IgG, mas que ative as células T após a doença, garantindo, dessa forma, a imunidade protetora. Os ensaios de células T linfocitárias possuem elevada sensibilidade e especificidade, podendo utilizar partículas virais como estimuladores e serem otimizados em laboratórios com nível 2 de biossegurança.

Ensaios para linfócitos T de memória específica para SARS-CoV-2 podem fornecer informações úteis de eficácia em relação à imunidade protetora da população (estejam as pessoas hospitalizadas ou não). Essas análises podem ser realizadas em países com laboratórios especializados em imunologia. Estudos com as células T podem contribuir para o desenvolvimento de vacinas, terapias e diagnósticos para a COVID-19, preenchendo lacunas de conhecimento em imunologia.

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