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Monócitos e macrófagos em covid-19: amigos e inimigos

GIESTA, Monica Maria da Silva

MEIDANINIKJEH,  S. et al. Monocytes and macrophages in COVID-19: Friends and foes. Life sciences, v. 269, p. 119010. Epub 2021 Jan 14. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.lfs.2020.119010

Evidências indicam que a principal responsável pela severidade e por óbitos nos casos de infecção pelo SARS-CoV-2 é uma resposta inflamatória exacerbada e isto envolve as principais células de defesa de nosso organismo: os macrófagos e os monócitos. Estas células são responsáveis pela defesa contra patógenos, porém, alterações aberrantes em sua função, como uma tempestade de citocinas, podem ser muito prejudiciais, como nos casos de síndrome do desconforto respiratório agudo, injúrias cardiovasculares e lesões teciduais. Embora o padrão de patogenicidade do coronavírus seja complexo e variável, sabe-se até agora que a proteína spike da membrana viral interage nas células humanas com receptores ACE2, principalmente nas células pulmonares, onde encontram-se também as células de defesa dos tipos macrófagos e monócitos. Normalmente estas células de defesa imune agem de maneira adequada, defendendo o organismo para eliminação de patógenos estranhos. Todavia, se infectadas pelo vírus, estas células perdem a capacidade de evocar respostas protetoras adequadas, e com suas funções imunológicas desreguladas liberam uma grande quantidade de substâncias inflamatórias, que acabam por ocasionar lesões em órgãos e tecidos, podendo levar inclusive ao óbito.

Os autores seguem fazendo uma explanação sobre as origens e a diferenciação destas células de defesa, desde a origem na medula até os mecanismos responsáveis pela diferenciação e por seus papéis biológicos, exemplificando os papéis em diversas patologias, como na AIDS, EBOLA e Síndromes Gripais. A seguir, detalham o funcionamento destas células na COVID-19, com base nos estudos publicados anteriormente por outros autores. Das alterações, tanto na qualidade quanto na quantidade de monócitos e macrófagos, vale ressaltar os achados em pacientes graves das UTIs, nos quais foi encontrada uma subpopulação de monócitos com alta produção de IL- 6, substância com alto poder inflamatório. O artigo continua citando detalhadamente os trabalhos de biologia celular publicados nesta patologia por diversos investigadores, colocando a seguir que estes achados colaboraram para possibilidade futura de tratamento através de derivados de células-tronco, cuja capacidade regenerativa de tecidos e cujas atividades anti-inflamatória e antimicrobianas poderiam reverter quadros graves.

Como pontos negativos colocamos que o artigo traz expressões bem especificas e de linguagem especializada, e pode com isso ser incompreensível para o leitor leigo.

Os pontos positivos da publicação são destacados pela revisão sistemática minuciosa e pelas ilustrações coloridas de excelente qualidade, que facilitam a compreensão e os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na gênese da doença, abordando ao final a esperança de novas terapias que possam combater o processo inflamatório desordenado.

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