Evidências Covid 19

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Como o estilo de vida saudável e as doenças pré-existentes podem influenciar na evolução clínica da COVID-19 ?

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Exercício, sistema imunológico, nutrição, doenças respiratórias e cardiovasculares durante COVID-19: uma combinação complexa

MARTINHO, Alfredo

SCUDIERO, O. et al. Exercise, Immune System, Nutrition, Respiratory and Cardiovascular Diseases during COVID-19: A Complex Combination. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 3, p. 904, Jan. 2021. Doi: 10.3390/ijerph18030904 . Disponível em: https://doi.org/10.3390/ijerph18030904

O artigo apresenta uma revisão da literatura que busca esclarecer a influência dos exercícios intensos, da nutrição, das doenças respiratórias e cardiovasculares pré-existentes durante as infecções pelo Sars CoV-2, causador da COVID-19, um patógeno de animal (RNA vírus), capaz também de infectar humanos.

A família dos coronavírus infectam diferentes espécies de seres vivos, sendo uma ameaça global que apresenta os sintomas mais comuns da infecção pelo Sars CoV-2: febre, dor de cabeça, tosse, dificuldades respiratórias e diarreia. Em alguns casos, esses sintomas podem permanecer silenciosos; em outros, a manifestação é violenta, a ponto de causar pneumonias graves, dispneia, insuficiência renal e até óbito. Os pacientes mais vulneráveis ​​a infecções têm doenças pré-existentes, imuno-comprometimento por efeitos de nutrição, exercícios físicos, e predisponentes genéticos.

O estado nutricional do hospedeiro, o estilo de vida, as práticas de exercícios físicos não foram consideradas, até recentemente, como fator contribuinte para o surgimento de doenças infecciosas virais, por terem influência no sistema de defesas do organismo. 

O sistema imunológico, que apresenta imunidade inata e adquirida, é um complexo de células, tecidos e órgãos com funções específicas de defesa.

A imunidade inata está presente desde o nascimento, incluindo tanto as barreiras do corpo quanto proteínas, que atuam como reguladores e mediadores da resposta inflamatória do corpo; a imunidade adquirida se desenvolve durante o primeiro ano de vida, com respostas que o organismo customiza de acordo com o agente estranho.

Revisando observações relacionadas aos exercícios de intensidade moderada, os resultados foram “imuno-intensificadores”, responsáveis ​​por uma redução na inflamação e aumento da imunovigilância.

Por outro lado, observaram-se mudanças negativas nos níveis e na função de muitos componentes do sistema imunológico em resposta a exercícios intensos e prolongados. 

Durante esta fase, chamada de “janela aberta”, o hospedeiro ficou mais sensível a microorganismos como vírus e bactérias com maior risco de contrair infecções.

Esse modelo acima não pode ser aplicado a atletas de elite, na verdade, pois uma alta carga de treinamento nesses atletas está associada a um menor risco de infecções.

Quanto à nutrição, que desempenha um papel essencial no desenvolvimento e manutenção do sistema imunológico, observou-se que deficiências nutricionais aumentam a suscetibilidade a infecções e que um bom estado nutricional pode prevenir infecções.

Nas observações sobre o envolvimento cardíaco na infecção por COVID-19 verificaram-se 2 expressões: (1) lesão direta ao coração e (2) efeitos das comorbidades cardíacas no prognóstico da infecção, com uma elevada taxa de mortalidade. 

Uma análise criteriosa (meta-análise) de pacientes com COVID-19 relatou uma prevalência de hipertensão, doença cardiovascular e cerebrovascular e diabetes (comorbidades) nos pacientes que necessitaram de internação em terapia intensiva.

Observou-se também, uma primeira evidência de que um fundo genético predisponente pode contribuir para a suscetibilidade e/ou gravidade de doenças entre os indivíduos; essas variantes podem ser responsáveis ​​por diferentes respostas do hospedeiro à infecção por COVID-19. 

Uma nutrição adequada e um estilo de vida saudável, acompanhados de exercícios moderados, são os pontos-chave na saúde.

Outros pontos importantes analisados na revisão foram sobre reabilitação, terapia preventiva e controle.

A intensidade e a duração da reabilitação dependem, em geral, do tempo de internação, objetivando melhorar a dinâmica respiratória, neutralizar problemas musculoesqueléticos e neuropsicológicos.

Não há terapia comprovada para a prevenção ou tratamento de COVID-19; a imunoterapia (ou seja, imunoglobulinas e terapia de plasma) tem o potencial de representar uma opção terapêutica eficiente.

Para o controle, além dos exames comumente realizados, testes rápidos são importantes para identificar microrganismos patogênicos agressivos, como o da COVID-19, garantindo o monitoramento de atletas e cidadãos comuns, a fim de salvaguardar sua saúde e a daqueles que os rodeiam.

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Qual o impacto de doença cardiovascular na evolução da COVID-19 ?

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Doença Cardiovascular e COVID-19

PESSANHA, Katia Maria de Oliveira Gonçalves

BANSAL, Manish. Cardiovascular disease and COVID-19. Diabetes & Metabolic Syndrome, v.14, n.3, p. 247-250. Jun. 2020.  Doi: 10.1016/j.dsx.2020.03.013. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32247212

A COVID -19 é uma doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), responsável por um quadro respiratório que pode evoluir de sintomas gripais leves até a síndrome do desconforto respiratório agudo, potencialmente letal. Ocorre lesão cardíaca aguda em 12% dos infectados, associando-se a piores resultados evolutivos, especialmente nos pacientes com doença cardiovascular (DCV) subjacente. Este artigo  pretende discutir as manifestações cardiovasculares na COVID -19, assim como o impacto de DCV pré existentes nesta evolução e nas prováveis complicações.

O método utilizado foi uma pesquisa bibliográfica, usando os mecanismos de pesquisa do PubMed e do Google para artigos originais e de revisão, conselhos de sociedades profissionais e comentários de especialistas publicados desde o início da atual pandemia.

Embora não seja o principal alvo do SARS-Cov-2, o Sistema cardiovascular (SCV) pode ser  afetado de diversas maneiras: pela lesão miocárdica direta com alteração na regulação neuro-humoral; pela inflamação sistêmica crônica associada a tempestade de citocinas, podendo resultar em lesão e falência do coração; pela maior demanda cardiovascular associada à hipóxia instalada, podendo evoluir para lesão miocárdica aguda; pelas placas coronarianas desestabilizadas devido à inflamação sistêmica e pelo efeito pró-trombótico, sendo capazes de causar  infarto agudo do miocárdio (IAM); a partir de alguns medicamentos utilizados, potencialmente danosos ao SCV; por distúrbios hidroeletrolíticos associados, levando a piores desfechos cardiovasculares, como por exemplo arritmias.

Os autores demonstraram que  pacientes com COVID-19 e DCV prévia apresentam mais gravidade e piores resultados clínicos comparados a diabetes, doença cerebrovascular e hipertensão. Encontraram ainda dados que relacionam a prevalência de comorbidades cardiovasculares e seu impacto clínico com diferentes regiões geográficas, por exemplo, China, Estados Unidos e Europa. Concluíram que a lesão miocárdica aguda, por miocardite infamatória viral, é a complicação cardiovascular mais descrita na COVID-19, sendo a elevação da troponina I o marcador negativo mais relevante. Os artigos revisados não demonstraram contudo incidência expressiva de IAM ou choque cardiogênico, porém, foram relatados casos de insuficiência cardíaca congestiva em pacientes que receberam alta hospitalar. Descreveram a presença de arritmias, especialmente em pacientes que necessitaram de  UTI, sem descrição de seu tipo. Sugeriram que as complicações a longo prazo devam ser avaliadas com base em outros coronavírus que demonstraram alterações cardíacas, no metabolismo glicídico e no sistema respiratório, uma vez que seja possível que o Sars-CoV-2 tenha o mesmo comportamento.

Além disto, os autores enfatizaram a necessidade de proteção adequada para as equipes de saúde, além de protocolos rápidos de triagem, diagnóstico, isolamento e tratamento,  o que impactaria em melhor desfecho para o paciente e para cuidadores, minimizando o risco de contaminação e acelerando as medidas de suporte. Também relataram a preocupação inicial com uso de inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores da angiotensina, por enquanto não confirmada. Ressaltaram ainda a necessidade  de conhecermos melhor as drogas utilizadas e suas interações ou efeitos colaterais, no intuito de evitar danos ao SCV, como aconteceu com alguns medicamentos usados nesta pandemia.

O  estudo concluiu que, embora a COVID-19 seja uma doença que afeta principalmente o sistema respiratório, existe associação com DCV pré existentes ou desenvolvidas após o início dos sintomas, havendo necessidade de futuras abordagens científicas que descrevam sua evolução e suas interações com outras comorbidades. Além disto, precisam ser melhor avaliados o diagnóstico e as interações medicamentosas no tratamento que se sobrepõe.

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