Evidências Covid 19

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O que sabemos até o momento sobre a fisiopatologia e a clínica da COVID-19 ?

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Uma revisão abrangente sobre os aspectos fisiopatológicos clínicos e mecanísticos da Doença COVID-19: Até onde chegamos?

PALMEIRA, Vanila Faber

SHAKAIB, B et al. A comprehensive review on clinical and mechanistic pathophysiological aspects of COVID‑19 Malady: How far have we come? Virol J., v. 18, p. 120, Jun. 2021.  DOI: 10.1186/s12985-021-01578-0 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8182739/pdf/12985_2021_Article_1578.pdf

A atual pandemia pelo Coronavírus 2019 foi incialmente comparada à gripe pelo vírus Influenza. Entretanto, logo se percebeu que se tratava de uma doença multissistêmica (que acomete vários sistemas do corpo), que foi denominada de COVID-19. Essa doença passou a ser dividida de acordo com a gravidade do quadro clínico apresentado, podendo ser leve, moderada, severa ou crítica.

O objetivo do trabalho foi discutir a ampla gama de manifestações clínicas da COVID-19 registradas na literatura, incluindo a fisiopatologia da doença, e as medidas de combate. Para isso vários trabalhos foram analisados pelos autores, e os resultados mostraram que a COVID-19 possui uma enorme variedade de sinais e sintomas, sendo que nenhum deles é patognomônico (sinal característico, específico) da doença. Essa variedade clínica está relacionada com a capacidade do Coronavírus 2019 (SARS-CoV-2) poder infectar diferentes células do corpo humano. Para isto, o vírus utiliza o receptor ECA2 (Enzima Conversora de Angiotensina 2), que está presente nas membranas de vários tipos celulares no corpo do hospedeiro. E algumas comorbidades podem piorar o quadro clínico, justamente porque ou facilitam a entrada do vírus nas células ou interferem na resposta imune do indivíduo.

No início da pandemia pelo Coronavírus 2019, os quadros clínicos detectados eram pneumonias com sintomas semelhantes à infecção pelo vírus Influenza: febre, tosse seca (sem expectoração), fadiga (cansaço). Entretanto, logo foi identificado o agente causador, um Beta Coronavírus, denominado de SARS-CoV-2, devido à semelhança genética com o SARS-CoV, que foi associado à Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) em 2002. Logo após, outros casos foram sendo identificados, entretanto expressando diferentes apresentações clínicas, e rapidamente foi percebido pelos profissionais que este Coronavírus 2019 era capaz de infectar diferentes células do corpo humano. Desta forma, portanto, o vírus pode causar diferentes tipos de manifestações (penetração direta do vírus e/ou ativação imune, com inflamação associada), que incluem desde ausência de sintomas, até quadros muito graves, com evolução para o óbito.

Apesar da COVID-19 ser uma doença multissistêmica, e poder se apresentar com sinais e sintomas mais frequentes, ainda sim, não existe nenhum sintoma que seja típico, ou exclusivo, desta enfermidade. Isto torna imperativo que seja sempre investigada a possibilidade de ser uma infecção causada pelo Coronavírus 2019. Além disso, ainda não há medicamentos liberados para tratamento da COVID-19, sendo a prevenção e o controle da infecção os pilares da gestão da pandemia atual. As vacinas estão no centro desta discussão, desde futuras candidatas (ainda em estudos) até as que já foram aprovadas e estão em uso em todo o mundo.

A contribuição positiva do trabalho foi mostrar ao leitor a variedade de sinais e sintomas associados à COVID-19, mostrando que nenhum deles é específico da doença. Além disso, foi extremamente bem pensado colocar os endereços de consulta para o leitor sobre o manejo da doença, incluindo controle e prevenção da COVID-19, tratamento e vacinas.

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Como ocorrem as alterações nos tecidos orgânicos provocadas pela infecção da COVID-19 ?

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O panorama imunopatológico e histológico da lesão pulmonar mediada por COVID-19

PALMEIRA, Vanila Faber

ZARRILLI, G; et al. The Immunopathological and Histological Landscape of COVID-19-Mediated Lung Injury. Int. J. Mol. Sci., v. 22, n. 2. p. 974. Jan. 2021. DOI: 10.3390/ijms22020974 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7835817/pdf/ijms-22-00974.pdf

O SARS-CoV- 2 é o novo Coronavírus que surgiu em 2019 e é o responsável, dentre outras manifestações clínicas, pela síndrome respiratória aguda grave (SARS), que é um conjunto de sinais e sintomas respiratórios. A atual pandemia por SARS-CoV- 2 é a terceira epidemia em grande escala relacionada a Coronavírus, tendo sido a primeira em 2002 por SARS-CoV, e a segunda em 2012 por MERS.

A compreensão acerca da estrutura e da patogenicidade do Coronavírus 2019 é crucial para que medidas de prevenção e controle da infecção possam ser adotadas. Sabe-se que o SARS-CoV- 2 utiliza a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) para penetrar nas células hospedeiras, e a partir daí poder se replicar. Essa ECA2 é amplamente disseminada nos tecidos humanos (fígado, intestinos, rins e sistema nervoso central), sendo muito expressa no epitélio  respiratório e endotélio  vascular. Por isso, os autores buscaram analisar amostras de tecidos de pessoas que faleceram de COVID-19 para identificar as alterações histológicas causadas por SARS-CoV- 2.

O Coronavírus 2019 pode causar danos ao hospedeiro principalmente através de quatro mecanismos, que incluem: lesão direta a células hospedeira; desregulação das vias ativadas por ECA2 (o que potencializa ativação inflamatória); danos às células endoteliais (com consequente obstrução de vasos sanguíneos e/ou perda de sua estrutura, levando a hipóxia tecidual e/ou extravasamento de líquido para os tecidos); e desregulação do sistema imune (o que leva à tempestade de citocinas e a inflamações descontroladas). Está claro para os autores que os pulmões e os vasos sanguíneos foram as estruturas de tecidos que mais apresentaram alterações histopatológicas.

Os achados histopatológicos das amostras analisadas mostram dano alveolar difuso com várias alterações teciduais, porém nenhuma delas sendo patognomônica (sinal próprio e característico de uma doença) para COVID-19. As observações feitas em outros tecidos também foram inespecíficas. Todas as alterações teciduais mostradas são, provavelmente, pela infiltração inflamatória, estando ou não a tempestade de citocinas presente. O que fica claro é que na COVID-19 ocorre lesão direta nas células dos tecidos, e também nos vasos sanguíneos, mudanças que se somam para originar as apresentações clínicas, como tromboses, edemas teciduais, indução de apoptose  celular.

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