Evidências Covid 19

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Como as máscaras faciais são avaliadas em relação a sua eficiência protetora, de forma rápida no contexto da pandemia?

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Um método de triagem rápido para testar a eficiência de máscaras na decomposição de aerossóis

MONTEIRO, Elisabeth Costa

AMEDOLA, L. et al. A rapid screening method for testing the efficiency of masks in breaking down aerosols. Microchemical Journal. v. 157, p. 104928, Sep. 2020 [Epub 3 mai. 2020]. DOI: 10.1016/j.microc.2020.104928. Disponível em:  https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7252045/pdf/main.pdf 

O trabalho desenvolve um sistema de medição para triagem rápida da eficácia de máscaras faciais, profissionais e não-profissionais, atualmente produzidas em mais larga escala no contexto da pandemia de COVID-19, muitas vezes por empresas que desviaram o seu campo de atuação em decorrência da demanda sanitária emergente.

Na Itália, várias indústrias desviaram parte de sua capacidade fabril para a produção de máscaras faciais profissionais e não-profissionais. Para contribuir na avaliação rápida da eficácia dessas máscaras produzidas pelas indústrias reconvertidas, foi desenvolvido um sistema analítico inteligente, com contador óptico de partículas para medir o aerossol que passa através das máscaras faciais, em combinação com uma bomba para simulação da inspiração e expiração. Utilizando o sistema, avaliaram-se máscaras faciais produzidas por indústrias reconvertidas e estes resultados foram comparados aos obtidos na avaliação de máscaras profissionais.

A constatação da contribuição das máscaras faciais cirúrgicas no controle da transmissão do coronavírus determinou aumento significativo da demanda por esses equipamentos de proteção, impulsionando indústrias a alterarem sua cadeia de fabricação para máscaras faciais profissionais e não-profissionais. Na Itália, as máscaras profissionais devem atender a requisitos normativos (EN 14683:2019; EN 149:2009), que necessitam instalação laboratorial complexa e longo tempo de análise. A 2002/657/CE destaca métodos de triagem como ferramentas analíticas úteis para análises rápidas e econômicas. Assim, o desenvolvimento de método de triagem rápida para avaliar máscaras faciais profissionais e não-profissionais pode contribuir para atender à ampla demanda emergente.

Desenvolveu-se um sistema para avaliação da eficiência de filtração de aerossóis através das máscaras faciais, utilizando duas câmaras separadas pela máscara analisada. A primeira câmara é carregada com aerossol e a segunda é conectada a uma bomba de vácuo que simula o ato respiratório. Com o contador óptico avalia-se a porcentagem de partículas bloqueadas pela máscara, medindo-se as partículas na câmara 1 e na câmara 2, após a ação respiratória profunda simulada (vazão de 6 L/min, durante 2 segundos). Cada um dos diferentes tipos de máscaras avaliadas foi medido oito vezes, tanto na inspiração como na expiração simuladas.

Utilizando o sistema desenvolvido, foram realizadas medições em diversos tipos de máscara facial não-profissional e em máscaras profissionais, avaliando-se a resposta tanto na inalação quanto na exalação, usando máscaras diferentes do mesmo lote. A eficiência média de filtração, levando em conta as partículas com diâmetros maiores que 0,28 µm, indicaram que a máscara facial médica apresenta valores superiores a 97 %, e dentre as não-profissionais, apenas as fabricadas com três camadas, principalmente constituídas por TNT (material não-tecido) alcançaram valores superiores a 95 %. Maior eficiência foi observada para partículas com dimensões mais elevadas.

Desenvolveu-se um sistema de medição para a análise laboratorial de máscaras faciais profissionais e não-profissionais, utilizando contador óptico de partículas combinado a uma bomba que simula o ciclo respiratório. Os resultados apontam para maior eficácia das máscaras não-profissionais fabricadas com três camadas de TNT, corroborando com a recomendação antes publicada pelo Politécnico de Milão. O estudo demonstra que o a técnica é capaz de evidenciar em tempo curto a adequação das máscaras faciais, podendo ser empregada como um método de triagem para avaliar as máscaras faciais produzidas nas condições de urgência no atual contexto da pandemia de COVID-19.

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Como os profissionais de saúde devem se proteger para lidar com a COVID-19 ?

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A pandemia de Covid-19, Equipamento de Proteção Individual e Respirador: uma revisão narrativa

MONT'ALVÃO, Claudia

HA, J. F. The Covid-19 pandemic, personal protective equipment, and respirator: a narrative review. International Journal of Clinical Practice, p. e13578, Jun. 2020. [publicado antes do impresso]. DOI: 10.1111/ijcp.13578. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32511834

O objetivo do artigo, a partir de uma revisão narrativa, é examinar e resumir as evidências disponíveis para gerar recomendações sobre a segurança de profissionais de saúde, (HCW, health care workers).

O artigo aborda, a partir da pandemia causada pelo coronavírus, uma discussão sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs) uma vez que são o limite de proteção para os HCW. A autora aponta que há uma controvérsia entre instituições sobre o uso de EPIs como recomendação para o controle da infecção por HCW.

Para a realização da revisão narrativa, a autora buscou nas bases de dados PubMed MedLine e Embase em 30 de março de 2020 artigos que utilizassem como palavras-chave “equipamento de proteção individual”,’COVID-19”, “n95”, “profissionais da saúde” e “mortalidade/óbitos”. Uma revisão bibliográfica também foi realizada. Os resumos foram escaneados para avaliar sua adequação a serem incluídos na revisão narrativa.

Na discussão, a autora aponta as questões nos tópicos apresentados a seguir:

. Gotículas respiratórias são a principal via de transmissão, e podem causar contaminação através de contato próximo (inclusive olhos) ou nas superfícies. A transmissão pode ser reduzida e influenciada por fatores como: ventilação, filtragem do ar, esterilização e EPIs;

. Taxa de transmissão entre profissionais de saúde: Cerca de 3,5 a 20% dos profissionais de saúde foram infectados, e a mortalidade desse grupo está na faixa de 0,53 a 1,94 %;

. Lições da SARS: Quando em 2013 tivemos o surto de SARS, os profissionais não estavam preparados. EPIs podem prevenir os profissionais de saúde de infecções e talvez essa experiência tenha influído no uso de respiradores n95 na proteção desses profissionais, devido à alta taxa de mortalidade da COVID-19.

. A taxa de mortalidade entre profissionais de saúde está na faixa entre 1,4-3,83%. A falta de EPIs parece estar relacionada a esse número de óbitos.

. Higiene geral, uso de toucas, máscaras e proteção para os olhos. A higiene geral é um procedimento de controle de infecções. Os EPIs dependem da prevalência de COVID-19 na comunidade, do grau de proliferação, disponibilidade, ocasião, e precisão na testagem da COVID-19. Como há evidências de transmissão do vírus influenza pelo ar, recomenda-se o uso de óculos de proteção e máscaras face shield.

A autora destaca na discussão questões sobre máscaras e respiradores. As máscaras cirúrgicas, apesar de serem impermeáveis, não são consideradas uma proteção respiratória, uma vez que são utilizadas para proteger o profissional de saúde contra as gotas maiores, e outros fluidos transmitidos pelas mucosas do nariz e boca. Já os respiradores permitem a filtragem do ar, como o n95.

O respirador n95 é, no momento, o recomendado para os profissionais de saúde que estejam a 2 metros de pacientes com suspeita ou infectados com o SARS-CoV-2. Sua eficácia, uso prolongado e reuso também já foram investigados, assim como problemas relacionados ao seu uso. Como desvantagens, estão associados à diminuição na acuidade comunicacional, desconforto na cabeça e face devido ao calor, pressão ou dor, dor de cabeça, coceira, queimação nos olhos, náusea, tonteira, dificuldade de concentração, entre outras questões de interferência mecânica na realização das atividades.

Já os respiradores purificadores de ar (Powered Air-Purifying Respirators, PAPR), apresentam maior fator de proteção comparados aos respiradores n95.

Como conclusão, a autora destaca que há muito a aprender com essa pandemia e que o coronavírus configura-se como um novo patógeno de alta fatalidade se não forem utilizadas intervenções efetivas. É preciso aprimorar o programa de suprimentos médicos de reserva, melhorar o sistema de alocação, distribuição e utilização de EPIs. Estes devem ser adequadamente implementados a fim de garantir que estamos prontos para a próxima pandemia.

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