Evidências Covid 19

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Como a COVID-19 afetou o cuidado de pacientes com urticária aguda e crônica?

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Avalição de pacientes com urticária antes e durante da pandemia de COVID-19: um estudo retrospectivo

ORSINI, Marcela

AKCA, H. M.; TUNCER KARA, K. Evaluation of urticaria patients before and during the period of the COVID-19 pandemic: A retrospective study. Dermatol Ther., v. 34, n.2, p. e14800, Mar. 2021. Epub 2 Fev. 2021. Doi: 10.1111/dth.14800. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33486861/

Após o início da pandemia por COVID-19, muitas patologias ficaram negligenciadas e sem avaliação médica adequada, o que foi evidenciado pela queda da procura de atendimento médico.

Na tentativa de mostrar a diferença no número de atendimentos antes e após o início da pandemia, o presente artigo descreve um estudo retrospectivo que avaliou pacientes atendidos em ambulatório, com o quadro clínico de urticária, ocorridos antes e após o início da pandemia por COVID-19.

Urticária é um quadro de acometimento cutâneo, clinicamente identificada como a formação de lesões avermelhadas, que podem assumir a forma de placas, arredondadas ou não, geralmente acompanhadas de coceiras. Podem ser acompanhadas de edema, inchaço em pálpebras, lábios e recebem o nome de angioedema. São classificados em urticária aguda (UA) quando se tem menos de seis semanas de duração e urticária crônica (UC), quando sua duração é maior que seis semanas.  

Neste estudo avaliou-se o total de 82 pacientes, sendo 57 (69,5%) no período de dezembro de 2019 até fevereiro de 2020 e o restante, 25 (30,5%)  entre março a maio de 2020. O diagnóstico e a classificação da urticária para inclusão dos pacientes no estudo obedeceu aos critérios previstos no EAACI/GA(2)/LEN/EDF/WAO Guideline.

Examinou-se prontuários dos pacientes para avaliar idade, gênero e duração da doença.

A análise estatística foi feita através do programa SPSS, versão 22.0, calculados porcentagens e médias. Testes do X2 e U de Mann-Whitney foram usados. O valor de P<0.5 foi considerado como estatisticamente significativo.

Os resultados mostraram que antes do início da pandemia foram atendidas 4754 consultas por queixas dermatológicas. Destas, 57 foram diagnosticadas como urticária (1,19%). Durante a pandemia e até o término desde estudo, foram atendidas 1564 consultas por queixas dermatológicas, sendo 25 (1,6%) diagnosticadas como urticária. A diferença entre o número total de atendimentos antes e durante a pandemia foi significativa com P<0.1.  Em relação ao gênero, foram avaliados 51 (62,2%) pacientes do sexo feminino e 31 (37,8%) do sexo masculino. A idade média dos pacientes não apresentou diferença estatística entre os grupos de atendimento antes e após início a pandemia (P=0.340) bem como em relação ao gênero (P=0.604). Entre os 82 pacientes avaliados antes do início da pandemia, 23 (40,4%) tinham UA e 34 (59,6%) apresentavam UC; em relação aos pacientes atendidos durante a pandemia, 20 (80%) tinham UA e 5 (20%) tinham UC. A proporção de pacientes atendidos com UA dentre todas as queixas dermatológicas, no período dos três meses após o início da pandemia, foi estatisticamente significativa (P=0.002).

Urticária é um motivo comum de procura de atendimento médico, sendo que cerca de 15% a 20% da população tem pelo menos um quadro agudo da doença em sua vida. Neste trabalho, os autores mostram a queda do número de consultas dermatológicas após o início da pandemia. Entre as consultas realizadas, aquelas com quadro de UA correspondem à maioria. Há dois aspectos que devem ser considerados: o primeiro diz respeito a que só há procura do serviço médico durante a pandemia para avaliação de quadros agudos, com negligência de quadros crônicos, conforme já descrito em outros estudos; segundo, é sabido que infecção por vírus pode ter como sinal inicial o aparecimento de urticária aguda. Portanto, mais estudos merecem ser realizados para definir a relação causal entre urticária e COVID-19.

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