Evidências Covid 19

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Quais os fatores que predizem a mortalidade de pessoas com diabetes e COVID-19 ?

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Preditores de Mortalidade em uma Coorte Urbana Multirracial de Pessoas com Diabetes Tipo 2 e Novo Coronavírus 19

BISOL, Tiago

MYERS, A.K.; et al. Predictors of Mortality in a Multi-Racial Urban Cohort of Persons with Type 2 Diabetes and Novel Coronavirus 19. J Diabetes. Epub ahead of print. DOI 10.1111/1753-0407.13158. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33486896/

Os autores da pesquisa estudaram a correlação entre o estado do controle glicêmico recente e outras comorbidades à mortalidade em pacientes que necessitaram internação hospitalar pela COVID-19.

O Diabetes Mellitus (DM) tem sido associado a maior risco no desenvolvimento de Síndrome Respiratória Aguda em pacientes com COVID-19. Os mecanismos propostos são alterações da resposta imune e desregulação (downregulation) das enzimas conversoras de angiotensina (ECA) que levariam ao aumento dos níveis de angiotensina II. O próprio vírus pode também ter efeitos transitórios no pâncreas, levando à hiperglicemia e até à cetoacidose. Alguns estudos já associaram também o diagnóstico de DM à maior mortalidade em pacientes com COVID-19. O objetivo deste estudo foi avaliar se o mau controle glicêmico prévio à infecção, avaliado através da medida da hemoglobina glicosilada (HbA1c), está associado a uma pior evolução da COVID-19. A relação entre necessidade de intubação orotraqueal e presença de outras comorbidades também foi avaliada.

Foram estudados retrospectivamente pacientes com diagnóstico de DM e COVID-19, que foram admitidos para internação nos hospitais do Sistema de Saúde de Northwell, em Nova Iorque, EUA, entre janeiro e maio de 2020. A medida mais recente (dentro dos últimos 3 meses) de HbA1c do paciente foi utilizada para análise. Foram analisados 3.846 pacientes, 59% homens, média de idade de 68 anos, 33% eram brancos, 27% americano-africanos, e o restante de outras etnias ou raças.

A maioria (73%) dos pacientes admitidos tinham HbA1c menor que 9% e não foi observada diferença na mortalidade entre os que tinham níveis mais altos ou mais baixos. Porém, a glicemia medida quando da admissão ao hospital se correlacionou com maior mortalidade (glicemia média no grupo óbito de 195 mg/dl e não óbito 165mg/dl).

Maior mortalidade foi associada à idade mais avançada (idade média dos que foram a óbito, 72 anos, dos que não foram, 65 anos) e necessidade de intubação – dos 24,6% pacientes que precisaram de intubação orotraqueal, 64% foram à óbito. Não houve associação de mortalidade com etnia ou raça.

Óbito também se correlacionou com existência de comorbidades: DPOC (13,4% vs 8%, OR 1,63), Insuficiência cardíaca (18,2% vs 13,1%, OR 1,40), Doença arterial coronariana (32,7% vs 24,6%, OR 1,43), Insuficiência renal crônica (20,1% vs 13.1% OR 1,60), Hipertensão arterial (87% vs 82%, OR 1,23) e Infarto do miocárdio (11,7% vs 7,5%, OR 1,69). Em análise multivariada, permaneceram como fatores isolados de risco para mortalidade: idade, sexo masculino, necessidade de ventilação mecânica, DPOC e Infarto Agudo do Miocárdio.

O estudo não encontrou correlação entre o estado de controle prévio do DM, avaliado através da medida da HbA1c, e a mortalidade, porém evidenciou uma relação com a glicemia mais elevada quando da admissão, que pode ter relação com a própria manifestação do quadro infeccioso. Confirmou também a já descrita associação de idade, sexo masculino, comorbidades e necessidade de ventilação mecânica com uma mortalidade significativamente mais elevada.

 

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