Evidências Covid 19

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Como as mídias sociais afetam negativamente a saúde mental das pessoas na pandemia?

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O impacto das mídias sociais no pânico durante a pandemia de COVID-19 no Curdistão iraquiano: estudo de questionário on-line

BERMUDES, Priscilla Mara

AHMAD, Araz Ramazan; MURAD, Hersh Rasool. The impact of social media on panic during the COVID-19 pandemic in iraqi Kurdistan: online questionnaire study. Journal of Medical Internet Research, v. 22, n. 5, e19556, May 2020.  DOI: 10.2196/19556. Disponível em: https://www.jmir.org/2020/5/e19556/

O presente artigo ressalta a relação entre o uso das mídias sociais e a disseminação do pânico durante a pandemia da COVID-19 no Curdistão iraquiano, com o objetivo de determinar como tais mídias afetam a saúde mental dos indivíduos.

Nos primeiros meses de 2020, informações e notícias sobre a COVID-19 foram rapidamente publicadas e compartilhadas nas plataformas de redes sociais. Não obstante o campo da infodemiologia estudar os padrões de informação na internet e nas mídias sociais há pelo menos 18 anos, a pandemia da COVID-19 foi referida como a primeira infodemia das mídias sociais. No entanto, existem evidências limitadas sobre se e como a massa infodêmica espalhou pânico e afetou a saúde mental dos usuários dessas plataformas sociais.

A metodologia utilizada para realizar este estudo foi a aplicação de um questionário on-line, preparado e realizado no Curdistão iraquiano para 516 usuários de mídias sociais. Este estudo implantou um método de análise de conteúdo para análise de dados, correspondentemente, os dados foram analisados ​​usando o software SPSS.

Como resultados, os participantes relataram que a mídia social tem um impacto significativo na disseminação do medo e do pânico relacionados ao surto de COVID-19 no Curdistão iraquiano, com uma potencial influência negativa na saúde mental e no bem-estar psicológico das pessoas. O Facebook foi a rede de mídia social mais usada para espalhar pânico sobre o surto de COVID-19 no Iraque. Foi encontrada uma correlação estatística positiva significativa entre o uso de mídia social autorreferido e a disseminação do pânico relacionado à COVID-19 ( R = 0,8701). Além disso, resultados mostraram que a maioria dos jovens de 18 a 35 anos enfrenta ansiedade psicológica.

Concluindo, a pesquisa revela que a mídia social tem desempenhado um papel fundamental na disseminação de ansiedade sobre o surto de COVID-19 no Curdistão iraquiano, no qual as pessoas estão usando plataformas de redes sociais para obter informações sobre a COVID-19. A natureza do impacto do pânico nas mídias sociais entre as pessoas varia de acordo com o gênero, a idade e o nível de educação de um indivíduo. 

Por conseguinte, especialistas em mídia e educadores do Curdistão devem trabalhar para educar os consumidores de mídia sobre o que constitui informação boa e confiável, além de como pensar criticamente com essas informações. Em razão das pessoas mais jovens também estarem consumindo informações das mídias sociais e consequentemente divulgando para seus familiares e amigos, enfatiza-se que as universidades são locais ideais para criar cursos e simpósios com a finalidade de ajudar estudantes e professores a distinguir como procurar, encontrar e avaliar informações de saúde no caso de uma epidemia ou pandemia, de forma segura e eficaz.

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Como ocorre e qual o manejo dos pacientes com delírio em decorrência da COVID-19?

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Uma complicação da doença de coronavírus 2019: delirium

APRATTO JUNIOR, Paulo Cavalcanti

Cipriani G; et al. A complication of coronavirus disease 2019: delirium Acta Neurol Belg. p.1-6, Jun. 2020 [publicado online antes do impresso].  doi:10.1007/s13760-020-01401-7. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32524537/

O objetivo deste estudo é descrever a relação entre a infecção por corona vírus e o delirium nos idosos. A COVID-19 é predominantemente uma doença respiratória. Exibe sintomatologia ampla, incluindo sintomas do sistema nervoso central, alguns atípicos, que incluem delirium e suas complicações. O alvo principal são os pulmões, mas outros órgãos, como coração, fígado, rins e cérebro, também podem ser danificados. Os sintomas do sistema nervoso central foram a principal forma de lesão neurológica em pacientes com COVID-19. Os pacientes que necessitaram de terapia intensiva apresentaram maior probabilidade de apresentar morbidades e complicações. Não há tratamento antiviral específico recomendado para COVID-19. Os pacientes críticos mostram uma alta porcentagem de delirium.

Foi realizada pesquisa sistemática (Cochrane Library e Pubem). As publicações encontradas foram revisadas e rastreadas para identificar estudos relevantes. Os termos de pesquisa utilizados incluíram “COVID-19, Delirium, Demência, Unidade de Terapia Intensiva”.

Delirium é comum em idosos com doença física, com alta morbimortalidade, sub-reconhecida e sub-tratada. Desenvolvem alterações da consciência 50% dos pacientes enfermos e 15% dos pacientes clínicos, com desatenção ocorrendo em 20%. Idosos com apatia, letargia, humor baixo devem ser avaliados. O estado confuso agudo contribui para maior hospitalização, asilamento e maior mortalidade. Enfermos estão sujeitos a fatores de risco para delirium, envolvendo fatores da doença aguda. As drogas são um importante fator de risco e precipitante para delirium em idosos: os medicamentos podem ser o único precipitante em 12–39% dos casos de delirium.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, pode ser um sintoma de apresentação da COVID-19, mesmo antes da febre e da tosse. A presença de morbidades encontradas durante a infecção viral pode facilitar o aparecimento de um estado confuso agudo. Num estudo de casos, apresentado por pesquisadores chineses, a prevalência de morbidades foi hipertensão (16,9%), outras doenças cardiovasculares (53,7%) doenças cerebrovasculares (1,9%), diabetes (8,2%), infecções por hepatite B (1,8%), doença pulmonar obstrutiva crônica (1,5%), doenças renais crônicas (1,3%), malignidade (11,1%) e imunodeficiência (0,2%). As pessoas  graves, que necessitam de UTI, correm maior risco de desenvolver delirium. Isso é ainda mais agravado pela necessidade frequente de altas doses de sedação para suprimir a tosse grave com COVID-19.

 A prevenção consiste em manter hidratação, incentivando o idoso a beber regularmente, garantir comunicação e orientação eficazes, garantir iluminação adequada e explicar aos que fornecem cuidado como eles podem ajudar com medidas importantes. Quando o delirium ocorre, o tratamento deve abordar todas as causas evidentes, fornecer cuidados de suporte, prevenir complicações e tratar sintomas comportamentais. O tratamento deve começar com a avaliação padrão das vias aéreas, respiração e circulação. A sedação deve ser evitada sempre que possível. A evidência não apoia o uso de antipsicóticos para tratamento (ou prevenção) de delirium em idosos hospitalizados. O uso de neurolépticos só deve ser considerado se a pessoa estiver sofrendo de alucinações / delírios angustiantes graves, se o paciente estiver muito agitado ou se estiver em risco imediato de causar danos a si próprio ou a outros. O tratamento começa com baixa dose de lorazepam ou midazolam ou haloperidol.

É esperado um curso grave da doença, em pacientes idosos com multimorbidade. Os corona vírus não limitam sua presença ao trato respiratório e invadem frequentemente o sistema nervoso central e os dados indicam que morbidades sistêmicas graves, incluindo doença neurológica aguda, estão associadas a nova infecção viral. Idosos podem apresentar sintomas neurológicos inespecíficos, como delirium, que podem preceder os sintomas de febre e tosse. Políticas que aumentam o isolamento e a imobilidade de pacientes hospitalizados, combinadas com doenças agudas, produzem um ambiente de alto risco para o delirium.

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