Evidências Covid 19

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Como a obesidade pode afetar o risco para COVID-19 ?

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Obesidade – um fator de risco para prevalência, severidade e letalidade aumentadas de COVID-19

GIESTA, Monica Maria da Silva

PETRAKIS, D. ; et al. Obesity – a risk factor for increased COVID-19 prevalence, severity and lethality. Mol Med Rep., v. 22, n. 1, Jul. 2020 p. 9–19. Doi: 10.3892/mmr.2020.11127. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7248467/

A obesidade, condição epidêmica global de acordo com a OMS, é uma das situações que aumentam o risco de gravidade para a infecção da COVID-19, juntamente com outras comorbidades associadas, como diabetes, doença vascular e asma. Há uma associação direta entre o estado inflamatório crônico e a tempestade de interleucina que contribui para a falência respiratória destes pacientes.

Imunologicamente, a obesidade é uma condição de inflamação crônica e inaparente, que impacta de maneira direta e indireta na resposta imunológica. Pode reduzir a função imunológica das células, a resposta a vacinas e medicações, aumentar a susceptibilidade a vírus e bactérias e incrementar o estresse oxidativo.

Em relação à COVID-19, ao contrário do que é constatado em outras viroses, esta condição promove uma desregulação nas células de defesa tipo linfócitos T, além de aumentar fatores que geram maior processo inflamatório, como INFα, IL6 e TNF entre outros. Estas substâncias, que perpetuam a inflamação exagerada, podem entrar na circulação pulmonar causando grande dano, o que por sua vez leva a uma condição clínica deletéria e até ao óbito. Os autores chamam atenção para a quantidade de calorias ingeridas por alimentos

Nesta revisão observa-se que pacientes pré-diabéticos, na sua grande maioria obesos, quando infectados por COVID-19 têm 10 vezes mais chances de evoluir para óbito, quando comparados com população com IMC < 40. Em adultos jovens hospitalizados a taxa de óbito é aproximadamente 2%, entretanto, se há obesidade a taxa se eleva para 14%. Fazem referência a um estudo com larga amostra de pacientes abaixo dos 60 anos, correlacionando obesidade e maior propensão a internação em CTI. Na revisão dos autores ainda é citado o estudo da Clínica Mayo com 30 pacientes, mostrando que aqueles com IMC > 27 tiveram pior evolução da doença do que aqueles com IMC < 22.

Em gestantes obesas é conhecido o risco de maior morbidade e mortalidade nas doenças virais. Em relação a COVID-19 há maior circulação de vírus na corrente sanguínea materna, as proteínas inflamatórias circulantes podem produzir agentes pro-inflamatórios alterando a motilidade uterina, portanto com partos prematuros, a nutrição fetal e aumentando o risco de transmissão fetal.

Na conclusão os autores ressaltam a obesidade como uma patologia complexa, que emerge como importante fator de risco para gravidade na infecção por COVID-19 e indicam a necessidade de estudos especificamente dirigidos a este grupo para detalhar de maneira mais concisa a morbidade, mortalidade e propostas terapêuticas mais estratégicas.

Como pontos positivos o artigo traz uma revisão importante da relação entre obesidade e seus efeitos inflamatórios nas células e órgãos. Os dados, além de descritos, estão ilustrados, o que facilita a compreensão do leitor.

Como reflexão crítica, observamos que, embora haja uma vasta pesquisa bibliográfica, os dados relevantes sobre a relação entre COVID-19 e obesidade são pouco explorados no texto, deixando o leitor em dúvida quanto ao tipo dos estudos referenciados, local e número de amostras dos pacientes. Observa-se, entretanto, que as referências seguem com links para os artigos de base, fato que ameniza estas lacunas.

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