Evidências Covid 19

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Pacientes com inflamação no intestino são mais vulneráveis ao Coronavírus 2019?

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Covid-19 e imunomodulação em DII

PALMEIRA, Vanila Faber

NEURATH, Markus F. Covid-19 and immunomodulation in IBD. Gut, v. 69, n. 7, Apr., 2020. DOI: 10.1136/gutjnl-2020-321269 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7211083/pdf/gutjnl-2020-321269.pdf

O termo DII se refere às Doenças Inflamatórias Intestinais (Inflammatory Bowel Disease – IBD), que são inflamações crônicas do intestino causadas pelo sistema imune do indivíduo. O artigo discute que pacientes com DII poderiam ser mais susceptíveis às formas graves de infecção pelo Coronavírus 2019, pois já possuem um quadro inflamatório e, portanto, maior tendência a tempestade de citocinas.

As células epiteliais intestinais possuem uma molécula denominada de ECA2, a qual o Coronavírus 2019 utiliza para entrar nas células humanas. Por esta razão, uma vez infectado o paciente pode apresentar quadros gastrointestinais, como diarreia, náusea e vômito. O Coronavírus 2019 possui maior capacidade de infectar humanos, pois sofreu mutações, principalmente na proteína S, a qual ele utiliza para se ligar à ECA2. Uma vez no hospedeiro humano, o vírus leva à ativação do sistema imunológico com grande liberação de citocinas (proteínas de sinalização das células imunológicas). O tipo e a quantidade dessas substâncias parecem definir a gravidade da infecção pelo Coronavírus 2019.

Pacientes com DII já possuem inflamação crônica ao nível de intestinos, além de, muitas vezes estarem fazendo tratamento com fármacos imunossupressores (que reduzem a resposta imunológica). Somado a isto, esses pacientes têm uma maior expressão da ECA2 ligada às células epiteliais, o que facilitaria a entrada do vírus, tornando-os mais susceptíveis ao Coronavírus 2019. Por outro lado, esses mesmos pacientes também tem a ECA2 solúvel (não fixada na membrana celular) aumentada, e essa molécula se ligaria ao vírus do lado de fora das células, o que seria protetor. Portanto, até o momento, não há evidências de que pacientes com DII tenham seu risco aumentado para a infecção pelo Coronavírus 2019.

A resposta imune do hospedeiro é crucial na evolução da infecção pelo Coronavírus 2019, pois se por um lado ela pode deter e eliminar o vírus, por outro se ela for muito intensa e levar a super ativação de determinadas células imunes, pode causar a tempestade de citocinas. Este processo intenso de citocinas pode levar a danos teciduais e evoluir para os quadros clínicos mais graves. Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal estão sendo orientados por um programa internacional sobre os cuidados na prevenção, e a não interromper o seu tratamento para DII pois, ainda são muito controversos os efeitos desses tratamentos com ação no sistema imune.

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