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Avaliação, endoscopia e tratamento em pacientes com colite ulcerativa aguda grave durante a pandemia de COVID-19 (PROTECT-ASUC): um estudo multicêntrico, observacional, caso-controle

COHEN, Larissa

SEBASTIAN, S. et al. Assessment, endoscopy, and treatment in patients with acute severe ulcerative colitis during the COVID-19 pandemic (PROTECT-ASUC): a multicentre, observational, case-control study. Lancet Gastroenterol Hepatol., v. 6, n. 4, p. 271-281, Apr. 2021. Epub 2 fev. 2021. DOI: 10.1016/(21)00016-9. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/langas/article/PIIS2468-1253(21)00016-9/fulltext

Há uma escassez de evidências que embasem o manejo seguro e eficaz de pacientes com colite ulcerativa aguda grave durante a pandemia de COVID-19. O impacto de possíveis mudanças no gerenciamento convencional para colite ulcerativa aguda grave pode gerar dúvidas em relação aos desfechos.

Em 60 hospitais de cuidados agudos do Reino Unido realizou-se o estudo PROTECT-ASUC (Resposta Pandêmica da Avaliação, Endoscopia e Tratamento em Colite Ulcerativa Aguda Grave), no qual incluiu-se adultos acometidos por colite ulcerativa ou doença intestinal inflamatória (DII) admitidos entre março e junho de 2020 (período de pandemia) e entre janeiro e junho de 2019, considerado coorte de controle histórico.

O objetivo deste estudo foi identificar alterações para estabelecer tratamento convencional baseado em evidências para colite ulcerativa aguda grave, como consequência da primeira onda da pandemia COVID-19 no Reino Unido, e avaliar o efeito nos resultados do paciente, bem como, a severidade diante da COVID-19.

A pandemia da COVID-19, causada por síndrome respiratória aguda (SARS-CoV-2) desafiou as estratégias de tratamento convencionais para doença intestinal, incluindo a colite ulcerativa aguda grave. Dados de pequenas coortes durante a primeira onda da pandemia de COVID-19 sugeriram que a atividade desta última doença pode ser um preditor para resultados adversos de COVID-19 em pacientes com DII. E com a recomendação de isolamento social, muitos pacientes não compareceram aos hospitais para continuarem seu tratamento.

O PROTECT-ASUC foi um estudo multicêntrico, observacional e caso-controle, que incluiu 782 pacientes (398 na coorte do período pandêmico e 384 na coorte de controle histórico), os quais atenderam os critérios de Truelove e Witts para colite ulcerativa aguda grave.           

A proporção de pacientes que receberam terapia de resgate ou cirurgia foi maior

durante o período pandêmico em comparação com o período histórico. Esta diferença foi impulsionada por um maior uso de terapias de indução primária e de resgate com produtos biológicos, ciclosporina ou tofacitinibe na COVID-19. Por outro lado, não houve diferença no requisito para cirurgia de emergência entre as coortes, nem na resposta de corticosteroide intravenoso.

Durante a pandemia, mais pacientes receberam esteróides intravenosos ambulatoriais. Menos pacientes receberam tiopurinas e ácidos 5-aminossalicílicos durante a pandemia do que no período de controle histórico. As taxas de colectomia foram semelhantes entre a pandemia e grupo de controle histórico; no entanto, a cirurgia laparoscópica foi menos frequente durante o período de pandemia.

Embora tenha havido algumas adaptações aos padrões de gerenciamento dos casos de colite ulcerativa aguda grave no período da pandemia de COVID-19, não houve diferença dos resultados encontrados quando comparados ao período sem pandemia.

Estudos prospectivos adicionais de grande escala durante a pandemia da COVID-19 são recomendados para confirmar a baixa incidência de COVID-19 neste grupo de pacientes.

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