Evidências Covid 19

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Como o ferro afeta a evolução da COVID-19 e como evitar seu excesso?

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O papel do ferro na patogênese da COVID-19 e possível tratamento com lactoferrina e outros quelantes de ferro

MARRA, Vera Neves

HABIB, H. M., et al. The role of iron in the pathogenesis of COVID-19 and possible treatment with lactoferrin and other iron chelators. Biomed Pharmacother, v. 136, p.111228, Apr. 2021 [Epub 2021 Jan 13]. Doi: 10.1016/j.biopha.2021.111228. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33454595/

A doença do coronavírus 2019 (COVID-19), desencadeada pelo SARS-CoV-2, é um problema de saúde pública mundial. No entanto, não existem terapias específicas, restando aos pacientes medidas gerais e de suporte. O objetivo desse artigo é sugerir o uso de quelantes de ferro como terapêutica, tendo como base um dos fatores patogênicos que concorre para a fisiopatologia da doença, que é o aumento do ferro.

Esse artigo incluiu uma revisão bibliográfica acerca do papel da desregulação da homeostase do ferro, incluindo sobrecarga desse elemento, na patogênese da COVID-19, além da suposta atuação benéfica dos quelantes de ferro nesses eventos clínicos.

A hiperferremia ocorre por lesão direta do vírus à hemoglobina, ocasionando a sua destruição e a consequente liberação de ferro na circulação. Esse evento leva a três consequências principais. A primeira é a perda da capacidade da hemoglobina em se ligar ao oxigênio, gerando hipóxia tecidual e falência de órgãos. A segunda é que o ferro livre na circulação pode causar danos oxidativos aos pulmões e outros órgãos, levando à inflamação e à disfunção imunológica. E a última consequência é que o excesso de ferro leva à hiperviscosidade sanguínea, que pode gerar fenômenos trombóticos e hipercoagulação macro e micro circulatória. Esses três fenômenos concorrem significativamente para a gravidade da COVID-19.

Além de excesso de ferro, ocorre também hiperferritinemia compensatória, que é o excesso de ferritina, proteína que armazena o ferro. Esse aumento corresponde a um importante preditor de gravidade da COVID-19, por também contribuir para a disfunção imunológica, inflamação e estado de hipercoagulação. Estes fenômenos ocorrem por grave lesão dos hepatócitos e alvéolos pulmonares e conversão não enzimática de fibrinogênio em fibrina.

Uma vez que a sobrecarga de ferro contribui para a gravidade da COVID-19, os autores consideram que um dos tratamentos potenciais para essa virose é o uso de quelantes de ferro. A lactoferrina é uma glicoproteína natural, abundante no leite materno, que reduz a sobrecarga de ferro, evitando a entrada de muitos vírus, incluindo o SARS-Cov-2. Outro método de tratamento é o uso da deferoxamina, do deferasirox e da deferiprona, substâncias farmacológicas que têm potencial de ter eficácia em relação ao tratamento da sobrecarga de ferro.

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