PASINI, E. et al. Serum Metabolic Profile in Patients with Long-Covid (PASC) Syndrome: Clinical Implications. Frontiers in Medicine, v. 8, n. 714426, Jul. 2021 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34368201/
A síndrome pós-COVID é uma condição clínica na qual alguns sintomas da infecção por coronavírus continuam a se manifestar mesmo após o vírus deixar o corpo, sendo as alterações mais comuns fadiga, fraqueza muscular e falta de ar. Os sintomas podem persistir por um período até seis meses após a recuperação total da fase aguda da infecção. No entanto, o conhecimento sobre a fisiopatologia e os biomarcadores desta síndrome que se desenvolve após a fase aguda da doença ainda é limitado, e o objetivo deste estudo foi investigar os marcadores no sangue de pacientes presentes na síndrome pós-COVID.
Os pesquisadores avaliaram setenta e cinco pacientes com idade média de 72 ± 7 anos, que foram hospitalizados com diagnóstico confirmado de COVID-19. Foram selecionados os pacientes que relataram os sintomas de fadiga, fraqueza muscular ou falta de ar, que se manifestavam após a COVID-19 e que estavam ausentes antes da infecção causada pelo vírus, e também que não estavam associados a outras doenças ou condições clínicas.
Os pacientes foram avaliados por um período de dois meses após receberem a alta hospitalar e os exames de sangue mostraram que todos apresentaram concentrações séricas muito altas de ferritina e D-dímero; a maioria dos pacientes tinha níveis baixos de hemoglobina e albumina, e também apresentavam elevações na velocidade de hemossedimentação e na PCR (proteína C reativa) – estes dois últimos constituindo marcadores da presença de inflamação. Os sintomas relatados coexistiam com os marcadores sanguíneos dos processos de coagulação e inflamação, que permaneceram elevados no período pós-COVID.
Os autores discutem sobre o fato de que a persistência de um estado inflamatório crônico altera o metabolismo dos pacientes e também está associado aos sintomas tardios da doença. Altos níveis de D-dímero no sangue aumentam o risco de doença tromboembólica a longo prazo. Portanto, os autores recomendam o monitoramento laboratorial precoce dos níveis sanguíneos desses marcadores para poder estabelecer a melhor conduta de profilaxia para cada paciente. A terapia pode envolver a utilização de anti-inflamatórios e / ou anticoagulantes, quando esses medicamentos forem indicados conforme cada caso clínico.