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Princípios e Desafios no Desenvolvimento da Vacina anti-COVID-19

PALMEIRA, Vanila Faber

STRIZOVA, Z. et al. Principles and Challenges in anti-COVID-19 Vaccine Development. Int Arch Allergy Immunol., v. 11, n. 4, p. 1690-1702, Feb. 2021. DOI: 10.1159/000514225 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7778607/pdf/thnov11p1690.pdf

A infecção pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) foi declarada como uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020. Medidas como o uso de máscaras e o isolamento social foram adotadas na tentativa de conter o avanço do vírus na população. Porém, sabe-se que somente com vacinas eficazes é que o controle da COVID-19 terá sucesso na sua redução.

Como os tratamentos para COVID-19 são muito restritos e pouco eficazes, sabe-se que o melhor caminho para conter a pandemia é investir na prevenção. Neste contexto as vacinas ganham um destaque enorme, uma vez que são capazes de estimular as defesas do nosso organismo sem que precisemos ficar doentes. Essas defesas são capazes de conter o vírus logo no início da infecção, reduzindo assim o risco de a pessoa evoluir para as formas graves de COVID-19. Os autores revisaram o status das vacinas contra COVID-19, que chegaram à fase de realização de ensaios clínicos em humanos, e que foram registradas até dezembro de 2020, discutindo as mais promissoras.

Vacinas são uma forma de imunidade que é adquirida artificialmente, normalmente pela introdução de um antígeno microbiano no organismo. A partir daí, o sistema imune segue sequências de ativação de resposta, gerando memória imunológica, sem que para isso o indivíduo precise ter a doença. Existem vacinas com princípios diferentes, tais como inativada, atenuada, de RNA, de DNA, de subunidades, de vetor viral. Cada uma dessas tecnologias de vacinas é diferente, porém tem o mesmo objetivo, que é levar à geração de memória imune, principalmente através da produção de anticorpos, assim como da imunidade celular, e desta forma proteger o indivíduo em encontros posteriores com o antígeno.

 

Devido ao fato da COVID-19 ser causada por um vírus de RNA, que é uma molécula muito instável, e com uma alta probabilidade de sofrer mutações, as vacinas para a COVID-19 provavelmente devem se tornar sazonais no futuro, assim como ocorre com a vacina para a gripe. A ativação imune gera memória seguindo vários caminhos, sendo os principais o caminho Th2 (que leva a produção de anticorpos) e o caminho Th1 (que leva à ativação de linfócito TCD8 com ação citotóxica). As vacinas podem ativar esses dois caminhos, porém, só se testa memória pela dosagem de anticorpos, e os autores discutem que se deve incluir testes de imunidade celular para verificar se a vacina foi de fato eficaz na geração de memória do indivíduo.

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