ALAGAWANY, M. et al. The Strategy of Boosting the Immune System Under the COVID-19 Pandemic. Front Vet Sci. V. 7, Jan. 2021. DOI: 10.3389/fvets.2020.570748 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7820179/pdf/fvets-07-570748.pdf
A influência dos micronutrientes (vitaminas e minerais) na resposta imune já é bem conhecida. Por isto, durante a atual pandemia do Coronavírus 2019, vem sendo discutido como os nutracêuticos, que seriam uma combinação de nutrientes com propriedades farmacêuticas (compostos bioativos dos alimentos com benefícios ao organismo) poderiam prevenir e até mesmo ajudar a tratar a COVID-19.
Devido à indisponibilidade de tratamentos específicos para combater o SARS-CoV-2, e pelo fato das vacinas ainda serem insuficientes em todo o mundo, a comunidade científica vem buscando auxílios alternativos, como por exemplo, nos alimentos. Sabe-se que a desnutrição (nutrientes insuficientes ao bom funcionamento do organismo) é responsável por taxas aumentadas de infecção e pelo aumento de recuperação retardada após a ocorrência de uma infecção.
Tendo em vista que os casos mais graves de COVID-19 têm relação com um sistema imune descompensado, levando a uma inflamação descontrolada, e como vitaminas e minerais interferem diretamente na resposta imune, os autores discutem como os nutracêuticos podem contribuir diretamente para a prevenção e o combate à COVID-19.
A maior gravidade da COVID-19 está associada principalmente a pessoas com alguma alteração da resposta imunológica, como idosos e obesos. O primeiro grupo de pessoas tem total relação com a senescência, que é a possibilidade do envelhecimento sadio. Dentre as alterações esperadas do envelhecimento está a imunossenescência, que é uma resposta imune diferente, com alteração nos perfis funcionais das células do sistema imunológico. Já a obesidade é uma doença inflamatória crônica; ou seja, nos dois casos de evolução existe uma desregulação prévia do sistema imune do hospedeiro. Além disso, esses dois grupos têm a tendência natural de ter um desequilíbrio nos micronutrientes, como vitaminas e minerais.
As vitaminas C, D e E são de suma importância na resposta imune, possuindo desde uma ação na secreção de citocinas, até um potencial antioxidante, o que contribui, dentre outras coisas, para manter a integridade de células de mucosa. Reforça dessa maneira as barreiras naturais do corpo, bem como auxilia a controlar o potencial de reação pró-inflamatória. Com os minerais, os fitogênicos e os probióticos não é diferente, porque todos têm potencial efeito no controle do perfil inflamatório do hospedeiro, além de terem ações antimicrobianas diretas. Por isso, os nutracêuticos vêm sendo apontados como potenciais auxiliares ao combate da atual pandemia pelo Coronavírus 2019.