LAZCANO-PONCE, E.; ALPUCHE-ARANDA, C. Alfabetización en salud pública ante la emergencia de la pandemia por Covid-19 [Public health literacy in the face of the Covid-19 pandemic emergency]. Salud Publica Mex., v. 62, n. 3, p. 331-340, May-Jun 2020. Spanish. Doi: 10.21149/11408. Epub 2020 May 8. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32304371
Ensaio teórico destinado a subsidiar a alfabetização (competência informacional) em saúde, a partir da descrição analítica dos elementos que orientam as políticas públicas de prevenção e controle de epidemias, aplicadas no enfrentamento da pandemia da COVID-19. Os autores argumentam que a rápida disseminação, em tempo real, de informações falsas e de interpretações equivocadas acerca de informações científicas gerou problemas adicionais para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Para eles, a alfabetização em saúde pública pode ajudar a reduzir problemas desse tipo e pode contribuir para que cidadãos e comunidades se tornem aliados dos gestores das políticas na promoção da saúde e no combate a doenças, em especial, as epidemiológicas. Definem alfabetização em saúde como aquisição de conhecimentos, motivação e competências individuais para compreender as informações, “expressar opiniões e tomar decisões relacionadas com a promoção e preservação da saúde” (p.332). Essas competências possibilitariam às pessoas lidar com informações científicas e compreender as ações empreendidas em situações desse tipo. Partindo dessa perspectiva, o ensaio atualiza conhecimentos relacionados à COVID-19, tendo por base os elementos que configuraram as políticas de enfrentamento da doença, e sistematiza conceitos e procedimentos com vistas a oferecer subsídios para a alfabetização em saúde.
Os autores atualizam os conhecimentos produzidos acerca da doença no âmbito das ações relacionadas à prevenção e controle da contaminação destacando: a) inteligência epidemiológica; b) medidas para mitigação da propagação da epidemia; c) medidas de supressão da transmissão; d) fortalecimento da capacidade de atendimento dos sistemas de saúde; e) desenvolvimento de agentes terapêuticos e vacinas. Com relação às ações de vigilância, o ensaio destaca os conceitos de vigilância epidemiológica, vigilância sentinela, período de incubação, período de latência, contagiosidade, risco de mortalidade por enfermidades transmissíveis, risco de mortalidade por COVID-19 e taxa de letalidade. Ao discorrer sobre cada uma dessas medidas de prevenção, os autores destacam os novos conhecimentos produzidos sobre o novo coronavírus no âmbito da implementação de cada uma delas. No que diz respeito às ações de diagnóstico, são descritos e analisados as medidas e os conhecimentos gerados a partir de provas moleculares, provas sorológicas e detecção de antígenos. Na apresentação dos conceitos relacionados à mitigação da doença, os autores destacam evidências científicas associadas à mitigação comunitária, tais como supressão da transmissão, distanciamento social, quarentena e uso de máscaras.
Nas conclusões, ressaltam que a pandemia da COVID-19 mostrou que o enfrentamento de eventos epidemiológicos dessa magnitude e gravidade exige não somente políticas de saúde pública ancoradas em evidências científicas como também a alfabetização em saúde dos cidadãos e das comunidades, pois esta permitiria a adoção de medidas de prevenção de longo prazo, a promoção de estilos de vida saudáveis e a busca por soluções conjuntas.