TRAN, Bach X. et al. Coverage of health information by different sources in communities: implication for COVID-19 epidemic response. Int. J. Environ. Res. Public Health, v.17, n.10, p.3577, may. 2020.[Special Issue COVID-19 Global Threat: Information or Panic] doi: 10.3390/ijerph17103577. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32443712
O artigo é um estudo sobre o uso de fontes de informações e conhecimentos sobre COVID-19, acessadas por profissionais de saúde do Vietnã. O estudo argumenta que aumentar o conhecimento e o nível de informações dos profissionais de saúde sobre a doença é uma das estratégias para ajudar a combatê-la.
A segurança sanitária do Vietnã esteve ameaçada pelo compartilhamento de fronteira com a China, o primeiro epicentro da COVID-19. Com isso foi necessário que o país se organizasse para a prevenção da doença e pudesse responder de forma coordenada para extinguir a epidemia eficazmente.
Todos os países, na luta contra a COVID-19, estão enfrentando dificuldades com os recursos humanos, seja pelo quantitativo insuficiente, seja pela falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença.
Este estudo objetivou identificar quais fontes de informação da COVID-19, e seu conteúdo, eram acessados por profissionais de saúde e agentes comunitários no Vietnã.
A rapidez com que a COVID-19 se espalhou pelo mundo e a ignorância sobre ela fizeram aumentar o nível de busca de conteúdos. E para tentar compreendê-la e combatê-la, muito conteúdo foi produzido, alguns frutos de pesquisas científicas, mas outros meras especulações. Assim, observa-se diversidade de fontes de informação na Internet e nos meios de comunicação. O problema é que nem todas as fontes de informações são confiáveis.
Para os profissionais de saúde, que estão na linha de combate desta doença, o acesso a informações e conhecimentos confiáveis e de qualidade é crucial para melhor prevenir e controlar a COVID-19.
Este é um estudo transversal, utilizando pesquisa baseada na web, entre janeiro e fevereiro 2020, aprovado por comitê científico e vinculado a um projeto de pesquisa geral sobre a resposta epidêmica à COVID-19 no Vietnã.
Através de critérios de inclusão, foram recrutados 604 participantes médicos, agentes de saúde e estudantes de medicina. Os participantes responderam a um questionário eletrônico que os indagava sobre quais fontes se informavam sobre a COVID-19. Também foi indagado se os conteúdos acessados eram clínicos, de prevenção ou de responsabilidades.
Foram utilizados aplicativos de mineração de dados e técnicas específicas de análise estatística.
Setenta por cento (70%) dos participantes eram do sexo feminino.
86,4% dos participantes moravam em áreas urbanas.
87,7% eram solteiros.
15,2% dos participantes acessavam informações sobre COVID-19 em aulas nas universidades; 13,7% na Internet (jornais online, redes sociais, etc.); 11,7% em rádio/televisão; 8,3% em treinamentos nos locais de trabalho; 8,1% nos jornais impressos; 8,0% com parentes.
O restante ficou pulverizado entre clubes, vizinhos, associação de bairros, entre outros.
Sobre a classificação dos conteúdos acessados, 75,7% acessavam sobre a patologia da doença; 66,3% sobre as seqüelas físicas; 63,3% sobre tratamento e controle.
O restante ficou pulverizado entre responsabilidades dos indivíduos, comunidades e governos, políticas públicas, entre outros.
O estudo mostrou as diferenças no acesso às informações da COVID-19 e a variedade de fontes acessadas entre os profissionais.
Quanto ao conteúdo acessado, a maioria dos participantes já conheciam a clínica e as características patogênicas da COVID-19, mas não conheciam sobre políticas e regulamentos estabelecidos pelo governo ou estabelecimentos que trabalhavam.
Os canais mais bem avaliados pelos participantes foram os meios de comunicação de massa e a educação por pares. As descobertas fornecem evidência para formular programas de treinamento e atividades de comunicação para aumentar a capacidade dessas pessoas em responder rapidamente à epidemia COVID-19.