Evidências Covid 19

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Como a produção de anticorpos específicos está relacionada com a persistência do vírus após a infecção de COVID-19 ?

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A persistência de SARS-CoV-2 está associada a respostas de células T CD8 antígeno-específicas

FARHA, Jorge

VIBHOLM, L. et al. SARS-CoV-2 persistence is associated with antigen-specific CD8 T-cell responses. EBioMedicine, v. 64, p. 103230, Epub 01 fev. 2021 DOI: 10.1016/j.ebiom.2021.103230. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33530000/

O presente estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Aarthus da Dinamarca, de abril a julho de 2020.

Sabe-se que algumas viroses como Zika, Ebola e Sarampo podem cursar com persistência do vírus por longos períodos, prolongando o potencial de transmissão da doença.  Na Covid-19 igualmente, a persistência do vírus observada após a recuperação clínica pode, teoricamente, prolongar a transmissão e ainda ser um fator de risco para a recorrência da doença, especialmente em imunodeprimidos.

Até então nenhum estudo que correlacionasse a resposta antígeno-específica das células-T CD8 e os anticorpos totais com a persistência do vírus havia sido publicado. Essa lacuna na compreensão da Covid-19 não permitia avaliar adequadamente o potencial de transmissão dos portadores assim como definir com segurança o período de auto-isolamento dos pacientes.

Com o objetivo portanto de investigar se o RNA viral presente nesses portadores seria capaz de infectar outras pessoas e/ou estimular resposta imune específica, dois grupos de pacientes foram selecionados de acordo com o resultado do RT-PCR, ambos entre 15 e 44 dias de evolução após o início da doença e já assintomáticos. De 203 indivíduos incluídos no estudo, 26 apresentavam RT-PCR positivo nesta primeira avaliação.  Este exame detecta a presença de material genético do vírus em amostras colhidas da mucosa nasal posterior. Por sua vez esse grupo foi dividido em 5 subgrupos conforme a severidade do quadro clinico. Tabelas e gráficos detalham os grupos constituídos e suas particularidades.

Curiosamente o subgrupo 1, de menor gravidade, mostrou maior probabilidade de ter RT-PCR positivo.  Uma segunda avaliação foi realizada entre 85 e 105 dias após a melhora dos sintomas e apenas 5 mostraram RT-PCR positivo.

Ao se analisar os níveis de anticorpos totais, 99,5% dos participantes do estudo apresentavam anticorpos positivos na primeira avaliação e surpreendentemente não se observou diferença entre os grupos RT-PCR positivo e negativo. Contudo, os que apresentavam maiores níveis de anticorpos tiveram os menores títulos de RT-PCR, além do menor número de pacientes com RT-PCR persistente.

Passou-se a avaliar os contactantes dos pacientes RT-PCR persistentes num total de 757 pessoas. Dentre estes não se observou nenhum caso novo de Covid-19, concluindo-se que a persistência do RNA viral na fase de recuperação clinica da doença não se correlaciona com o risco de transmissão do SARS CoV-2

Finalmente, ao analisar a resposta imune específica das células-T CD8, observou-se que os pacientes que apresentavam RT-PCR persistente eram os que exibiam mais ampla e intensa resposta de imunidade celular.

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