Evidências Covid 19

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Como cuidar de crianças que apresentam síndrome multissistêmica inflamatória decorrente de COVID-19 ?

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Uma via de gerenciamento de consenso nacional para a síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica temporariamente associada a COVID-19 (PIMS-TS): resultados de um processo Delphi nacional

FAULHABER, Maria Cristina Brito

HARWOOD, R.; et al. A national consensus management pathway for paediatric inflammatory multisystem syndrome temporally associated with COVID-19 (PIMS-TS): results of a national Delphi process. Lancet Child Adolesc Health, v. 5, n. 2, p. 133-141, fev. 2021 [Epub 18 set. 2020]. DOI: 10.1016/S2352-4642(20)30304-7. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanchi/article/PIIS2352-4642(20)30304-7/fulltext

A síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica temporalmente associada a COVID-19 (paediatric inflammatory multisystem syndrome temporally associated with COVID-19 – PIMS-TS) é uma condição relatada pela primeira vez em abril de 2020. Visando desenvolver um consenso nacional no Reino Unido para orientar médicos que cuidam de crianças com PIMS-TS, foram revistos cerca de 140 estudos relacionados à investigação e ao manejo de crianças com a síndrome.

Foram traçados paralelos entre a apresentação clínica da PIMS-TS e outras doenças, incluindo a doença de Kawasaki, (forma completa, incompleta ou atípica, com ou sem dilatação da artéria coronária), a síndrome do choque tóxico, a sepsis viral e, menos frequente, a síndrome de ativação macrofágica (MAS) ou linfohistiocitose hemofagocítica (HLH). Os pacientes com PIMS-TS devem ser categorizados principalmente de acordo com o fenótipo da doença (semelhante à doença de Kawasaki ou não específica). A definição de caso refere-se a uma criança apresentando febre persistente, inflamação (neutrofilia, PCR aumentada e linfopenia), evidências de disfunção de um ou mais órgãos (choque, alterações cardíacas, respiratórias, renais, gastrointestinais ou neurológicas), formas completas ou não de Kawasaki, exclusão de causas microbianas (sepsis bacteriana, síndrome do choque tóxico, infecções associadas com miocardite como enterovírus) e RT-PCR, positivo ou negativo.

O método Delphi consiste em uma técnica de pesquisa qualitativa que funciona em ciclos, onde no primeiro ciclo os especialistas citam opiniões, anonimamente, baseados num questionário dado por um mediador. As respostas são resumidas e mostradas aos especialistas, que observam e verificam se vão ou não mudar de opinião, reconsiderando assim sua resposta. Com o passar dos ciclos, chega-se a um denominador comum sobre o problema. O Limesurvey foi usado como plataforma de coleta de dados para as três fases e reuniões virtuais de consenso utilizaram a plataforma Zoom.

Os médicos foram selecionados devido à sua experiência em seus respectivos campos, experiência clínica com crianças apresentando PIMS-TS, ou seu envolvimento em pesquisa em PIMS-TS, sendo divididos em três painéis. O primeiro painel contou com especialistas pediátricos em doenças infecciosas, imunologia, reumatologia, pneumologia, e farmacêuticos com experiência em terapia com produtos biológicos (72 profissionais, de 25 a 30 de maio de 2020). O segundo painel foi composto por especialistas pediátricos em cardiologia, cuidados intensivos e transporte, e hematologia (56 profissionais de 2 a 6 de junho de 2020). O terceiro painel compreendeu pediatras generalistas, radiologistas e cirurgiões pediátricos (46 profissionais, de 9 a 13 de junho de 2020).

Após realização da história clínica e do exame físico foram feitos exames de sangue e resultados sugestivos de PIMS-TS indicaram proceder a investigações adicionais (painel 1). Pacientes com PIMS-TS devem ser categorizados principalmente de acordo com o fenótipo da doença para avaliação de gravidade e subsequente escolha do melhor local de atendimento do paciente (disponibilidade de realizar, por exemplo, ECMO (extracorporeal membrane oxygenation – oxigenação por membrana extracorpórea, se necessário) (painel 2). O painel 3 descreve o manejo clínico de crianças com PIMS-TS, incluindo uso de imunoglobulinas, metilprednisolona, aspirina, protetores gástricos, terapia biológica e o uso de antiplaquetários e anticoagulantes. É indicada antibioticoterapia venosa empírica em todas as crianças, até obter resultados de hemocultura. Caso a RT-PCR seja positiva, considerar terapia antiviral (remdesivir).

A identificação do fenótipo deve ser o principal método de classificação de crianças com PIMS-TS.

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