Evidências Covid 19

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Como é encaminhado o tratamento de pacientes com COVID-19 que apresentam um Acidente Vascular Cerebral?

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Caminho de gestão do AVC durante a pandemia de Coronavirus-19

LUCCHESI, Gianne Leite

BARACCHINI, Claudio; et al. Acute stroke management pathway during Coronavirus-19 pandemic. Neurological Sciences, v. 41, n. 5, p. 1003-1005, May 2020. Doi:10.1007/s10072-020-04375-9. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32270359/

Os autores, do hospital universitário de Pádua, Itália, apresentam um protocolo desenvolvido no início da pandemia da COVID-19, para pré-triagem e atendimento ao paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC) agudo.

 O objetivo da implementação do protocolo é manter a proteção da Unidade de AVC e pessoal contra a Infecção por COVID-19 e também permitir um acesso aberto contínuo a todas as vítimas de Acidente Vascular Cerebral, incluindo as provenientes de hospitais de referência.

No protocolo prévio à pandemia da COVID-19, quando um paciente com suspeita de AVC chega ao pronto-socorro, a equipe de AVC avalia a necessidade de terapias hiperagudas e facilita o transito rápido à Unidade de AVC e ou a Unidade de Neuroradiologia onde o tratamento pode ser efetivado; neste caminho também se dá a transferência inter-hospitalar dos pacientes que estão além da fase hiperaguda.

Com o início da pandemia foi instalado um ponto de acesso com uma pré-triagem fora do Departamento de Emergência, que possui uma unidade móvel de tomografia computadorizada para ser usada por pacientes com diagnóstico prévio de COVID-19 ou com suspeita de estarem com a mesma.

Na pré-triagem, a equipe paramentada com EPI define a elegibilidade para terapia hiperaguda do AVC, e define três possibilidades: se o paciente não apresenta sinais de infecção por COVID-19; se é suspeito de infecção por COVID-19; ou se é previamente portador de COVID-19.

O paciente sem esta doença, sendo elegível para trombólise venosa ou trombectomia, segue o protocolo padrão sendo internado na Unidade de AVC.

No paciente com suspeita de COVID-19, são colhidos swabs nasofaríngeos, e enquanto se aguarda o resultado, são realizados os exames na unidade neuroradiológica externa. Se for elegível a trombólise intravenosa, segue o protocolo padrão e aguarda o resultado da COVID-19 em uma área separada com essa finalidade, ficando monitorizado pela equipe de AVC. Se esse paciente tiver oclusão de grandes vasos, com indicação de tratamento endovascular, os profissionais são alertados para a necessidade do uso de EPI adequado. Após o procedimento, se o resultado da COVID-19 for negativo, o paciente é transferido para a Unidade de AVC ou Unidade Neurointensiva, conforme a necessidade; se positivo, segue a transferência padrão para COVID-19.

O paciente com diagnóstico prévio de COVID-19 é encaminhado à unidade neuroradiológica fora da Emergência; se for elegível realiza a trombólise; nas oclusões de grandes vasos, a neuroradiologia é previamente alertada para a utilização de EPI, e no final do procedimento segue para a área de doenças infecciosas ou unidade intensiva dedicada a pacientes com COVID-19.

O protocolo é bastante simples e pode ser usado por hospitais de referência com Unidade de AVC. Também pode ser adaptado para outras patologias, como trauma por exemplo, porém, demanda recursos financeiros para a instalação de uma Unidade de Neuroradiologia externa ao hospital.

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Telessaúde ajuda durante a pandemia aos serviços de lentes de contato?

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A telessaúde pode ajudar oftalmologistas a adaptar serviços de lentes de contato durante a pandemia de COVID-19?

BISOL, Thiago

NAGRA, Manbir; VIANYA-ESTOPA, Marta; WOLFFSOHN, James S. Could telehealth help eye care practitioners adapt contact lens services during the COVID-19 pandemic? Contact Lens & Anterior Eye, v. 43, n. 3, p. 204-207, Jun. 2020. DOI: 10.1016/j.clae.2020.04.002. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32336578/

Devido ao possível risco de contágio através da lágrima e às restrições de contato social pela pandemia, os atendimentos pelos profissionais de saúde da área ocular têm se limitado às urgências e emergências, ficando proscrito o exame clínico presencial para os usuários de lentes de contato. Nesta especialidade, o exame é imprescindível para tomada de decisão, havendo poucos estudos sobre o uso da telemedicina. Os autores avaliam os aspectos relativos à adaptação de lentes de contato, ao acompanhamento dos usuários e o uso de teleatendimentos no contexto da pandemia.

O uso de questionários validados e entrevistas quanto a sintomas oculares pode auxiliar na triagem da necessidade ou não de um exame presencial na vigência de intercorrências com o usuário.

Alguns comportamentos que se relacionam com risco de complicações nos usuários de lentes de contato são afetados diretamente pela pandemia, porém nem todos de modo negativo. Por exemplo, o maior cuidado com a higiene é positivo; entretanto, o prazo de descarte das lentes pode ser prejudicado pela dificuldade na aquisição das mesmas.

Quanto à telemedicina, a avaliação da acuidade visual pelo próprio paciente com recursos de computador ou celular já pode ser realizada de forma confiável; entretanto, a refratometria (medição do grau) ainda não é fidedigna quando realizada remotamente. A captura de imagens oculares e sua transmissão em teleatendimentos vem se desenvolvendo consideravelmente com a evolução da qualidade das câmeras fotográficas dos smartphones e computadores, porém ainda são necessários recursos adicionais, como lentes de magnificação ou iluminação em fenda, para a análise adequada de detalhes. Somente alterações mais grosseiras (como presença ou ausência de pterígio ou de transplante de córnea, por exemplo) são evidenciáveis sem estes recursos, o que limita bastante o exame do paciente na identificação de ceratites, edema corneano, infiltrados inflamatórios, qualidade do filme lacrimal, etc.

Em especial no que se refere ao controle do usuário de lentes de contato, apesar de haver diversos aplicativos para controle do prazo de descarte e troca das mesmas, a avaliação da adaptação da lente no olho (posição e movimento) fica bastante prejudicada sem recursos acessórios no contexto do teleatendimento. Mesmo havendo correlação dos sintomas relacionados às lentes de contato com os achados objetivos, ainda assim é arriscada a análise da sua adaptação baseada em teleatendimento valendo-se de imagens que não ofereçam a qualidade necessária a um bom exame objetivo.

Em suma, apesar de alguns recursos tecnológicos estarem disponíveis para monitoramento remoto e telemedicina no exame ocular, a adaptação de lentes de contato e o exame dos seus usuários se encontra ainda comprometido em termos de segurança durante a vigência das medidas sanitárias devido à pandemia da COVID-19.

Os autores discutem de modo responsável os recursos de Telemedicina disponíveis para uso na adaptação e acompanhamento dos usuários de lentes de contato durante a pandemia, concluindo que os mesmos não se mostram suficientes para uma prática segura de atendimento remoto nesta área de atuação do profissional de saúde ocular.

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Quais fatores de risco podem indicar a evolução de pacientes com COVID-19 hospitalizados?

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Fatores de risco para progressão da doença em pacientes hospitalizados com COVID-19: um estudo de coorte retrospectivo

CARNEVALE, Renata

HOU, W., et al. Risk factors for disease progression in hospitalized patients with COVID-19: a retrospective cohort study. Infectious Diseases, v. 52, n. 7, p.: 498-505, Jul. 2020. Doi:10.1080/23744235.2020.1759817. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32370577/

Uma das maiores preocupações em relação aos pacientes com COVID-19 internados é conseguir prever aqueles que vão evoluir mal, para que possam receber uma maior vigilância. Esse artigo tenta identificar fatores relacionados a pior evolução dos pacientes internados.

O coronavirus é uma grande família de vírus podendo causar desde resfriado comum até doenças mais severas como a MERS e SARS. A identificação precoce de fatores de risco para a progressão da doença pode ajudar na indicação de intervenção e tratamento precoce dos pacientes acometidos. Nesta pesquisa foram investigados 101 pacientes confirmados com COVID-19 e internados entre 21 de Janeiro e 9 de Março de 2020.

É um estudo retrospectivo de características clínicas e fatores de risco para progressão de doença em pacientes confirmados com COVID-19. Os pacientes foram classificados em tipos clínicos. LEVE: manifestação clínica leve sem imagem não usual. COMUM: febre, sintomas respiratórios, radiografia ou tomografia típicas de pneumonia. SEVERO: presença de um desses: a) frequência respiratória maior do que 30 incursões respiratórias por minuto. b) saturação<93% em repouso. c) PO2/FiO2<300. d) Outras disfunções orgânicas.

Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) Progressão e 2) Melhora. Foram classificados no grupo PROGRESSÃO se houvesse progressão de piora do paciente entre os tipos clínicos descritos acima ou se evoluísse para óbito. O grupo MELHORA incluía pacientes que se mantiveram inalterados nos seus tipos clínicos ou que mudaram para um tipo mais brando.

O estudo incluiu 101 pacientes. Quatro pacientes foram classificados na categoria LEVE, 75 na COMUM e 13 pacientes foram categorizados como SEVERO. Os sintomas mais comuns foram febre e tosse seca. Os pacientes classificados no grupo PROGRESSÃO eram mais velhos, tinham mais comorbidades e mais hipertensão. Tinham a frequência respiratória mais alta e SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) mais alto. Apresentaram mais leucocitose e linfopenia, com albumina mais baixa. Em relação à bioquímica, esse grupo apresentava valores mais elevados de creatinina, mioglobina, troponina, Proteína C Reativa (PCR), procalcitonina e lactato.

O uso de corticoide e imunoglobulina foi mais comum no grupo que progrediu a doença. Esses pacientes precisaram mais de terapia intensiva, de ventilação mecânica, de terapia substitutiva renal e de circulação extracorpórea.

De uma maneira geral, a imagem pulmonar demorou 14,9 dias para melhorar e 12,5 dias para a PCR para COVID-19 negativar.  Considerando apenas os pacientes que progrediram a doença, o número de dias é maior.

A análise univariada mostrou que idade, comorbidades, contagem de neutrófilos e linfócitos, albumina, mioglobina e PCR estão relacionadas de forma significativa com a progressão da doença. A análise multivariada mostrou que idade, PCR e contagem de linfócitos estão relacionados com a progressão da doença.

Esse estudo identificou diversos fatores de risco para a progressão da doença, desde comorbidades até alterações laboratoriais que podem ajudar na intervenção precoce nesses pacientes.

Identificar fatores de risco para a progressão da COVID-19 é primordial no tratamento desses pacientes. Não é rara a apresentação de hipoxemia sem desconforto respiratório e esses dados podem ajudar na identificação desses pacientes. Por outro lado, a classificação dos pacientes em tipos clínicos (leve, comum, severo) pelos critérios adotados é bastante vaga. Faltou detalhes sobre a quantidade de oxigênio oferecida/utilizada, o que é essencial para essa classificação. Dentre os exames laboratoriais faltou o dímero d, ferritina, fibrinogênio, entre outros que se mostraram marcadores de gravidade em outras referências de estudos médicos.

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Como a medida de oxigênio no sangue pode ajudar a alertar sobre um paciente com COVID-19 antes de ser hospitalizado?

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Oximetria de pulso prehospitalar: uma bandeira vermelha para detecção precoce de hypoxemia silenciosa em pacientes com COVID-19

BARBOSA, Carlos Roberto Hall

JOUFFROY, Romain; JOST, Daniel; PRUNET, Bertrand. Prehospital pulse oximetry: a red flag for early detection of silent hypoxemia in COVID-19 patients. Critical Care, v.24, n.1, p.313, Jun. 2020. DOI: 10.1186/s13054-020-03036-9. Disponível em: https://ccforum.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13054-020-03036-9

Este artigo curto avalia a relação entre a frequência respiratória e a saturação arterial de oxigênio em pacientes com insuficiência respiratória aguda, comparando casos diagnosticados de COVID-19 com casos relacionados a outras patologias.

A hipótese testada é que a razão entre a saturação de oxigênio (SpO2i) e a frequência respiratória (RRi), ambas medidas antes de qualquer suplementação de oxigênio, pode indicar uma discrepância relacionada à COVID-19. Tipicamente, em pacientes com insuficiência respiratória aguda, a saturação de oxigênio se reduz e a frequência respiratória aumenta, ambos os fatores reduzindo a razão calculada. Contudo, em casos de COVID-19, especialmente os relacionados à hipóxia silenciosa, pode haver discrepâncias nesses marcadores.

O estudo avaliou 1201 pacientes com COVID-19 em março de 2020, comparando-os com pacientes com insuficiência respiratória aguda atendidos nos meses de março de 2019 (780 pacientes), 2018 (823 pacientes) e 2017 (796 pacientes). Todos os pacientes foram atendidos pela Brigada de Incêndio de Paris em ambiente pré-hospitalar.

Para todos os pacientes, foi calculada a razão SpO2i/RRi. Para cada ano considerado no estudo, foi calculada a mediana e o intervalo interquartil das idades dos pacientes, dos valores de SpO2i e RRi e da própria razão SpO2i/RRi. As medianas desta razão para os diversos anos foram comparadas pelo teste estatístico de Kruskal-Wallis.

Observou-se uma mediana da razão SpO2i/RRi = 5 (com intervalo interquartil [4,5]) para os pacientes de COVID-19 em 2020, significativamente superior (p < 0,001) que os valores para os pacientes para os anos anteriores: 3,4 [2,4–4,5] em 2019; 3,3[2,2–4,4] em 2018; 3,5[2,5–4,6] em 2017.

Esta discrepância indica que uma frequência respiratória normal em pacientes com COVID-19 pode mascarar um estado de hipóxia (a chamada “hipóxia silenciosa”), com o artigo concluindo que a oximetria de pulso pré-hospitalar pode ser usada como “bandeira vermelha” para detectar tais situações.

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Qual a frequência e o risco de problemas cardíacos nos pacientes com COVID-19 internados?

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Covid-19 e Arritmias Cardíacas

CAMANHO, Luiz Eduardo

BHATLA, A. et al. Covid-19 and Cardiac Arrhytmias. Heart Rhythm., Jun. 2020. DOI: 10.1016/j.hrthm.2020.06.016. [publicado online antes da impressão].Disponível em: https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(20)30594-4/fulltext

A doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19) já infectou mais de 1 milhão de indivíduos apenas nos Estados Unidos. Relatos preliminares vindos da China apontam uma incidência total de 17% de arritmias cardíacas em pacientes hospitalizados, sendo maior (até 44%) nos indivíduos internados em unidade de terapia intensiva. No entanto, detalhes do tipo e da carga arrítmica desta população não estão bem elucidados. Relatos vindos da Itália e da cidade de Nova York descreveram um aumento concomitante da ocorrência de parada cardíaca extra-hospitalar, eventos que foram associados a uma incidência cumulativa de COVID-19.

Foram revisadas sistematicamente as características de 700 pacientes internados no Hospital da Universidade da Pennsylvania entre 6 março e 19 de maio de 2020.

O risco de parada cardíaca e arritmias cardíacas, incluindo fibrilação atrial, bradiarritmias e taquicardia ventricular não sustentada, foi analisado, além da correlação com a mortalidade aguda (intra-hospitalar). Foi utilizada regressão logística para avaliar a idade, sexo, raça, índice de massa corporal, doença cardiovascular, diabetes, hipertensão arterial, doença renal ou internação em terapia intensiva, como potenciais fatores de risco para cada uma das arritmias citadas. Os exames laboratoriais de admissão incluíam hemograma completo, eletrólitos, troponina, BNP, D-dímero, procalcitonina e proteína C reativa.

A idade média foi de 51 anos, sendo 45% do sexo masculino e 71% afro-descendentes. 11% apenas foram internados em unidade de terapia intensiva. Quando comparados aos que não internaram em unidade intensiva, este grupo era mais idoso, com uma maior prevalência de doença cardiovascular e menor taxa de saturação de oxigênio. A utilização de hidroxicloroquina e ramdesivir foi maior no grupo internado em terapia intensiva. Nenhum dos pacientes recebeu azitromicina durante a internação. Não foram observados surtos de taquicardia/fibrilação ventricular em nenhum dos casos, conforme relatos precoces da experiência de Wuhan. Apenas 1 caso de torsade de pointes (taquicardia ventricular polimórfica) foi observado. 

A mortalidade em 74 dias foi de 4% (30 pacientes) e 88% (613 pacientes) receberam alta hospitalar. O grupo de pacientes internados em terapia intensiva apresentou uma maior mortalidade intra-hospitalar (23%), quando comparado ao grupo internado fora da unidade de terapia intensiva (2%) – p<0,001.

Apesar das limitações, e principalmente por tratar-se de um estudo de um único centro, os autores concluíram que o risco de desenvolver arritmia cardíaca foi 10 vezes maior nos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, estando diretamente relacionado com a severidade da doença e não como consequência direta da infecção viral. A parada cardíaca se associou a um aumento da mortalidade intra-hospitalar.

As causas não cardíacas, tais como infecção sistêmica, inflamação e severidade da doença, são mais relevantes que a afecção miocárdica direta pelo vírus, como agentes etiológicos dos desfechos duros.

A importância do estudo é trazer esclarecimentos sobre a prevalência das arritmias cardíacas e o adequado manejo nos pacientes com COVID-19.

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Como lidar com a síndrome do desconforto respiratório na COVID-19?

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Intubação e Ventilação em meio ao surto de COVID-19: experiência de Wuhan

CARNEVALE, Renata

MENG, A.et al. Intubation and Ventilation amid the COVID-19 Outbreak – Wuhan´s Experience. Anesthesiology, v.132, n. 6 p.1317-1332, Jun. 2020. DOI: 10.1097/ALN.0000000000003296 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32195705/

O artigo relata a experiência de profissionais de saúde no epicentro da epidemia de COVID-19. São abordados aspectos sobre intubação e ventilação dos pacientes em insuficiência respiratória. A experiência da terapia intensiva enfatiza boas práticas que trouxeram resultados positivos.

A epidemia da doença do Coronavirus 2019 iniciou em Dezembro de 2019 em Wuhan na China. Em poucos dias, o sistema de saúde local estava impressionado com sua magnitude. Os hospitais lotaram rapidamente forçando a cidade a um lockdown, poucos dias antes de um dos maiores feriados festivos da China. Cirurgias eletivas foram canceladas para que todos os esforços fossem concentrados no atendimento às vítimas da COVID-19.

Os sistemas de saúde de todo o mundo e seus profissionais precisam se preparar para esta epidemia e outras que possam surgir, aliando boas práticas e proteção das equipes. Sendo assim, a experiência de Wuhan precisa ser comunicada ao mundo, sendo realizada por Webinars e artigos.

Uma complicação comum da COVID-19 é hipoxemia e insuficiência respiratória. 14% dos pacientes desenvolve dispneia, taquipneia com frequência respiratória maior que 30 respirações por minuto e saturação abaixo de 93%. Síndrome do desconforto respiratório com PO2/FiO2<300 ocorreu em 20% dos pacientes hospitalizados e em 61% dos pacientes em terapia intensiva. Intubação endotraqueal foi necessária em 2,3% dos pacientes diagnosticados. A mortalidade entre os pacientes admitidos em terapia intensiva variou entre 49 e 61,5%.

A Sociedade Chinesa de Anestesia orienta intubação por sequência rápida em pacientes com PO2/FiO2<150 após duas horas usando cateter de oxigênio de alto fluxo ou ventilação não invasiva. Este critério é considerado empírico uma vez que não existe evidência que suporte. Há uma preocupação que durante a pandemia a intubação seja usada como uma terapia de resgate, quando o paciente já está muito grave e não sabemos se intubação mais precoce poderia salvar mais vidas.

Alguns pacientes desenvolvem hipoxemia silenciosa. São assintomáticos apresentando hipoxemia significativa, podem deteriorar rapidamente, mas passam a falsa impressão de estarem bem. Para auxiliar na decisão de intubação, orienta-se fazer duas perguntas: se a condição está progressivamente pior e se um teste com duas horas de oxigênio de alto fluxo ou ventilação não invasiva foi eficiente.

Contaminação nosocomial é um risco real da COVID-19. Profissionais que manejam via aérea e ventilação são mais suscetíveis. O risco de contaminação não deve retardar a decisão de intubação ou oferta de ventilação não invasiva, mas é importante que equipamentos de alta proteção individual (EPI) sejam fornecidos minimizando riscos. Devem ser usados gorro descartável, máscara N95 ou equivalente, capote impermeável, dois pares de luvas, óculos, face shield e proteção impermeável para sapatos.

Toda intubação na COVID-19 deve ser considerada difícil, pela condição do paciente e necessidade do uso completo de EPI que podem atrapalhar o procedimento. O médico mais experiente deve realizar a intubação, recomendando-se sequência rápida desta. Além de sedativo e analgésico, deve-se usar bloqueador neuromuscular e lidocaína venosa para evitar tosse.

Deve-se usar: ventilação protetora, como publicado nos protocolos de síndrome do desconforto respiratório; volume corrente de 6ml/kg de peso predito; frequência respiratória menor que 35; pressão de plateau menor que 30; Peep maior que 5cmH2O. A posição prona foi amplamente utilizada e deve ser uma manobra considerada em estágios mais precoces. Relaxantes musculares devem ser considerados na dificuldade de adaptação a ventilação mecânica; e circulação extracorpórea nos pacientes refratários.

É um relato bastante útil da experiência de Wuhan no manejo da insuficiência respiratória na COVID-19. Desde 5 de março de 2020 novas evidências foram publicadas, complementando as de Wuhan. Como é uma doença nova, é essencial trocar experiências sobre manejo em todo o mundo. Desta forma vamos otimizar o tratamento desses pacientes.

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Qual a possibilidade do paciente com COVID-19 assintomático transmitir a doença?

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Um estudo de infectividade de portadores assintomáticos de SARS-Cov-2

ZAMBONI, Mauro Musa

GAO M.; et al. A study on infectivity of asymptomatic SARS-CoV-2 carriers. Respiratory Medicine, v. 169,  p. 106026, Aug. 2020. Doi: 10.1016/j.rmed.2020.106026 Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rmed.2020.106026.

A epidemia da COVID-19, em curso no mundo todo, teve início em dezembro de 2019.   O estudo em questão objetiva avaliar a capacidade de portadores assintomáticos da doença infectarem seus contatos e relata o caso de paciente assintomática com PCR-RT positiva, internada devido a descompensação de cardiopatia congênita.

O agente patogênico da COVID-19 é o coronavírus 2, responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS-CoV-2) e homólogo ao SARS-CoV.  Sua transmissão se faz de pessoa a pessoa, através das gotículas respiratórias produzidas pela tosse e pelo espirro, e se dá na fase sintomática da doença. Cada pessoa infectada é capaz de contaminar outras 2 ou 3.  Estudos recentes demonstraram que a transmissão da COVID-19 pode ocorrer a partir de indivíduos contaminados e assintomáticos. Mas, até o momento, esta possibilidade permanece controversa.

Os 455 contatos expostos foram os sujeitos da pesquisa, sendo divididos em 3 grupos: 35 pacientes, 196 familiares e 224 profissionais da saúde. 

A mediana de contato foi de 4 dias para os pacientes e 5 para os familiares. 25% dos pacientes eram portadores de doença cardiovascular. Excluindo os funcionários do hospital, os pacientes e familiares cumpriram a quarentena.  Durante este período, 7 pacientes e 1 familiar apresentaram leves sintomas respiratórios e febre. A Tomografia Computadorizada (TC) de tórax de todos os 455 contatos não demonstrou nenhum sinal compatível com COVID-19. A SARS-CoV-2 não foi diagnosticada em nenhum deles.

Dos 231 indivíduos em quarentena (196 membros da família e 35 pacientes), 229 a ultrapassaram sem problemas e 2 deles morreram devido a insuficiência cardíaca grave. Todos os 455 contatos testaram negativo para o SARS-CoV-2. Isto ilustra que não houve contaminação entre os contatos em um espaço relativamente denso (hospital).  Todos os contatos cumpriram rigorosamente as normas de proteção. Embora se saiba que existe risco de transmissão da COVID-19, mesmo com todas as medidas protetoras  rigorosamente cumpridas, sabe-se que a transmissão da doença é feita pessoa a pessoa através das gotículas expelidas pela tosse ou pelo espirro. Trabalhos anteriores demonstraram que a carga viral em amostras do trato respiratório em pacientes assintomáticos foi semelhante à carga viral dos pacientes com sintomas. Outros autores, dessa e de outras publicações, sugerem que a carga viral em portadores assintomáticos possa ser mais baixa. Além do mais, embora o ácido nucleico patogênico possa ser identificado em amostras do trato respiratório de portadores assintomáticos, a oportunidade de transmissão é menor já que estes pacientes tossem e espirram menos.

A infectividade dos portadores assintomáticos do SARS-CoV-2 é fraca.  O resultado desse estudo pode mitigar nossas preocupações a respeito dos infectados assintomáticos. Mas, no momento, a prevenção e as medidas de controle devem ser mantidas.

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Como ocorre e qual o manejo dos pacientes com delírio em decorrência da COVID-19?

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Uma complicação da doença de coronavírus 2019: delirium

APRATTO JUNIOR, Paulo Cavalcanti

Cipriani G; et al. A complication of coronavirus disease 2019: delirium Acta Neurol Belg. p.1-6, Jun. 2020 [publicado online antes do impresso].  doi:10.1007/s13760-020-01401-7. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32524537/

O objetivo deste estudo é descrever a relação entre a infecção por corona vírus e o delirium nos idosos. A COVID-19 é predominantemente uma doença respiratória. Exibe sintomatologia ampla, incluindo sintomas do sistema nervoso central, alguns atípicos, que incluem delirium e suas complicações. O alvo principal são os pulmões, mas outros órgãos, como coração, fígado, rins e cérebro, também podem ser danificados. Os sintomas do sistema nervoso central foram a principal forma de lesão neurológica em pacientes com COVID-19. Os pacientes que necessitaram de terapia intensiva apresentaram maior probabilidade de apresentar morbidades e complicações. Não há tratamento antiviral específico recomendado para COVID-19. Os pacientes críticos mostram uma alta porcentagem de delirium.

Foi realizada pesquisa sistemática (Cochrane Library e Pubem). As publicações encontradas foram revisadas e rastreadas para identificar estudos relevantes. Os termos de pesquisa utilizados incluíram “COVID-19, Delirium, Demência, Unidade de Terapia Intensiva”.

Delirium é comum em idosos com doença física, com alta morbimortalidade, sub-reconhecida e sub-tratada. Desenvolvem alterações da consciência 50% dos pacientes enfermos e 15% dos pacientes clínicos, com desatenção ocorrendo em 20%. Idosos com apatia, letargia, humor baixo devem ser avaliados. O estado confuso agudo contribui para maior hospitalização, asilamento e maior mortalidade. Enfermos estão sujeitos a fatores de risco para delirium, envolvendo fatores da doença aguda. As drogas são um importante fator de risco e precipitante para delirium em idosos: os medicamentos podem ser o único precipitante em 12–39% dos casos de delirium.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, pode ser um sintoma de apresentação da COVID-19, mesmo antes da febre e da tosse. A presença de morbidades encontradas durante a infecção viral pode facilitar o aparecimento de um estado confuso agudo. Num estudo de casos, apresentado por pesquisadores chineses, a prevalência de morbidades foi hipertensão (16,9%), outras doenças cardiovasculares (53,7%) doenças cerebrovasculares (1,9%), diabetes (8,2%), infecções por hepatite B (1,8%), doença pulmonar obstrutiva crônica (1,5%), doenças renais crônicas (1,3%), malignidade (11,1%) e imunodeficiência (0,2%). As pessoas  graves, que necessitam de UTI, correm maior risco de desenvolver delirium. Isso é ainda mais agravado pela necessidade frequente de altas doses de sedação para suprimir a tosse grave com COVID-19.

 A prevenção consiste em manter hidratação, incentivando o idoso a beber regularmente, garantir comunicação e orientação eficazes, garantir iluminação adequada e explicar aos que fornecem cuidado como eles podem ajudar com medidas importantes. Quando o delirium ocorre, o tratamento deve abordar todas as causas evidentes, fornecer cuidados de suporte, prevenir complicações e tratar sintomas comportamentais. O tratamento deve começar com a avaliação padrão das vias aéreas, respiração e circulação. A sedação deve ser evitada sempre que possível. A evidência não apoia o uso de antipsicóticos para tratamento (ou prevenção) de delirium em idosos hospitalizados. O uso de neurolépticos só deve ser considerado se a pessoa estiver sofrendo de alucinações / delírios angustiantes graves, se o paciente estiver muito agitado ou se estiver em risco imediato de causar danos a si próprio ou a outros. O tratamento começa com baixa dose de lorazepam ou midazolam ou haloperidol.

É esperado um curso grave da doença, em pacientes idosos com multimorbidade. Os corona vírus não limitam sua presença ao trato respiratório e invadem frequentemente o sistema nervoso central e os dados indicam que morbidades sistêmicas graves, incluindo doença neurológica aguda, estão associadas a nova infecção viral. Idosos podem apresentar sintomas neurológicos inespecíficos, como delirium, que podem preceder os sintomas de febre e tosse. Políticas que aumentam o isolamento e a imobilidade de pacientes hospitalizados, combinadas com doenças agudas, produzem um ambiente de alto risco para o delirium.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

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Quais os efeitos psicológicos da pandemia nos estudantes e nos trabalhadores de Universidade?

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Efeitos psicológicos do surto e do bloqueio da COVID-19 entre estudantes e trabalhadores de uma universidade espanhola

TEIXEIRA, Flávia

ODRIOZOLA-GONZÁLEZ, P.; et. Al. Psychological effects of the COVID-19 outbreak and lockdown among students and workers of a Spanish university. Psychiatry Res. May. 2020 [publicado on-line antes da impressão]. Doi:10.1016/j.psychres.2020.113108. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32450409

O objetivo deste estudo foi analisar os sintomas psicológicos dos membros da Universidade de Valladolid, na Espanha, durante o surto da COVID-19.

O total de participantes foi de 3707, sendo que 2530 pertenciam à Universidade de Valladolid, a qual foi considerada a amostra do estudo. A maioria dos participantes era do sexo feminino, com faixa etária variando entre 18 e 70 anos. Os participantes eram estudantes em sua maioria (76,8%), e o restante funcionários e professores da universidade.

A pesquisa foi composta por 66 perguntas de múltipla escolha, ficou disponível na WEB por oito dias, a partir do dia 28 de março de 2020.  O tempo aproximado para as respostas era de 10 minutos. Aspectos e dados incluídos na pesquisa:  demografia; situação pessoal durante o confinamento; tratamento psicológico / psiquiátrico atual e / ou passado; ingestão atual de medicamentos psicoativos; impacto percebido do confinamento nas relações pessoais e sociais; preocupação sobre a situação social e econômica causada pela crise; e seu impacto sobre a saúde de si mesmo, parceiro, pais, filhos e outros familiares e amigos.

O impacto emocional e os sintomas psicológicos associados ao confinamento devido à crise da COVID-19 foram avaliados usando duas escalas: Escala de Estresse de Ansiedade por Depressão (DASS-21) e Escala de Impacto de Eventos (IES).

Na escala IES é feita a avaliação do estresse subjetivo relacionado a eventos da vida. Os mecanismos de intrusão e evitação são medidos como forma de verificar sua intensidade, e assim serem considerados ou não sintomas de estresse pós-traumático.

Os resultados mostraram que, em relação às respostas psicológicas iniciais dos membros da Universidade de Valladolid, duas semanas após o bloqueio da população espanhola devido à pandemia da COVID-19, 34,19% dos participantes relataram sintomas de depressão moderados a extremamente graves; 21,34% dos participantes relataram sintomas de ansiedade moderados a extremamente graves; e 28,14% relataram sintomas de estresse moderado a extremamente grave. Além disso, 50,43% dos participantes obtiveram pontuação relacionada ao impacto psicológico do surto e bloqueio como moderado ou grave (IES ≥ 26).

Os pontos fortes da pesquisa são: 1) Grande tamanho da amostra (2530 respondentes); 2) Estudo inicial que oferece uma oportunidade única de investigar o impacto emocional da pandemia da COVID-19 em um ambiente universitário; 3) Fornece informações valiosas sobre a situação atual, úteis para obter informações sobre a situação em outras universidades.

As limitações do estudo são: 1) Estudo transversal realizado em uma universidade espanhola em uma situação sem precedentes. 2) Foi adotada uma pesquisa on-line conveniente em apenas uma universidade da Espanha; 3) Os resultados indicam a necessidade de incorporar aspectos adicionais em estudos futuros.

As principais conclusões da pesquisa são: Estudantes universitários foram especialmente afetados pelo confinamento devido à COVID-19. Algumas áreas acadêmicas se mostraram mais sensíveis a alguns aspectos do que outras. Estudantes de Ciências Sociais e Direito, Artes e Humanas, pareceram mais afetados do que alunos da área de Engenharia e Arquitetura. O período acadêmico também pareceu ser um diferencial. Funcionários e corpo docente também apresentaram resultados diferentes quando comparados aos alunos. O estudo sugere que a saúde mental de estudantes e funcionários da universidade deve ser cuidadosamente monitorada, durante esta crise, e que as universidades devem fornecer serviços psicológicos orientados, e adaptados a essas circunstâncias, para mitigar o impacto emocional sobre os membros da universidade.

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Como as mídias sociais podem contribuir para a comunicação das autoridades de saúde com a população?

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Medindo os esforços de divulgação das autoridades de saúde pública e a resposta pública no Facebook durante a pandemia do COVID-19 no início de 2020: comparação entre países

DIAS, Elaine

Sesagiri Raamkumar A.; Tan, SG; Wee, HL. Measuring the Outreach Efforts of Public Health Authorities and the Public Response on Facebook during the COVID-19 Pandemic in Early 2020: Cross-Country Comparison. J Med Internet Res., v. 22, n. 5 p. e19334, May 2020. Doi:10.2196/19334 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32401219/

A pandemia de coronavírus (COVID-19) apresenta uma das crises globais mais desafiadoras no início desta década. As autoridades de Saúde Pública ao redor do mundo estão adotando cada vez mais o uso de mídias sociais, como o Facebook, para comunicar e disseminar respostas à pandemia para o público em geral.

Compreender as estratégias de comunicação entre diferentes autoridades de Saúde Pública e examinar a resposta do público nas mídias sociais podem ajudar a melhorar as práticas de disseminação de informação.

Este estudo tem como objetivo examinar os esforços de divulgação no Facebook relacionados a COVID-19 pelas autoridades de Saúde Pública de Cingapura, Estados Unidos e Inglaterra.

Foram analisadas as publicações e os comentários das páginas do Facebook do Ministério da Saúde (MS) em Cingapura, dos Centros de Doenças, Controle e Prevenção (CDC) nos Estados Unidos e o de Saúde Pública da Inglaterra, do período de 1º de janeiro de 2019 (antes da COVID-19 e, portanto, categorizadas como “pré-COVID-19”) a 18 de março de 2020.

Os posts relacionados a COVID-19 foram identificados e classificados em temas e as medidas utilizadas para medir o alcance e o envolvimento do público foram: frequência, média de postagens por dia, reações médias por post, compartilhamentos médios por postagem e comentários médios por postagem. Também foi realizada análise de tendências para examinar como as métricas variavam com os principais eventos, como quando a COVID-19 foi declarada uma pandemia.

O Ministério da Saúde de Cingapura publicou mais sobre a COVID-19 em comparação com as autoridades dos EUA e Inglaterra. Porém, comparando o número médio de comentários por postagem sobre COVID-19, a autoridade dos EUA teve o número mais alto. Foram identificados seis temas principais, com publicações sobre prevenção e medidas de segurança e atualizações da situação prevalecendo nos três países.

As postagens no Facebook pelas Autoridades em Saúde forneceram alguns insights sobre as estratégias de comunicação dos países analisados. Através do estudo, foram identificadas diferenças no envolvimento e esforços dos três países durante os períodos pré-pandêmico e pandêmico. O estudo mostrou que a análise das mídias sociais foi capaz de fornecer informações sobre as estratégias de comunicação durante surtos de doenças.

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