Evidências Covid 19

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Como as mídias sociais afetam negativamente a saúde mental das pessoas na pandemia?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

O impacto das mídias sociais no pânico durante a pandemia de COVID-19 no Curdistão iraquiano: estudo de questionário on-line

BERMUDES, Priscilla Mara

AHMAD, Araz Ramazan; MURAD, Hersh Rasool. The impact of social media on panic during the COVID-19 pandemic in iraqi Kurdistan: online questionnaire study. Journal of Medical Internet Research, v. 22, n. 5, e19556, May 2020.  DOI: 10.2196/19556. Disponível em: https://www.jmir.org/2020/5/e19556/

O presente artigo ressalta a relação entre o uso das mídias sociais e a disseminação do pânico durante a pandemia da COVID-19 no Curdistão iraquiano, com o objetivo de determinar como tais mídias afetam a saúde mental dos indivíduos.

Nos primeiros meses de 2020, informações e notícias sobre a COVID-19 foram rapidamente publicadas e compartilhadas nas plataformas de redes sociais. Não obstante o campo da infodemiologia estudar os padrões de informação na internet e nas mídias sociais há pelo menos 18 anos, a pandemia da COVID-19 foi referida como a primeira infodemia das mídias sociais. No entanto, existem evidências limitadas sobre se e como a massa infodêmica espalhou pânico e afetou a saúde mental dos usuários dessas plataformas sociais.

A metodologia utilizada para realizar este estudo foi a aplicação de um questionário on-line, preparado e realizado no Curdistão iraquiano para 516 usuários de mídias sociais. Este estudo implantou um método de análise de conteúdo para análise de dados, correspondentemente, os dados foram analisados ​​usando o software SPSS.

Como resultados, os participantes relataram que a mídia social tem um impacto significativo na disseminação do medo e do pânico relacionados ao surto de COVID-19 no Curdistão iraquiano, com uma potencial influência negativa na saúde mental e no bem-estar psicológico das pessoas. O Facebook foi a rede de mídia social mais usada para espalhar pânico sobre o surto de COVID-19 no Iraque. Foi encontrada uma correlação estatística positiva significativa entre o uso de mídia social autorreferido e a disseminação do pânico relacionado à COVID-19 ( R = 0,8701). Além disso, resultados mostraram que a maioria dos jovens de 18 a 35 anos enfrenta ansiedade psicológica.

Concluindo, a pesquisa revela que a mídia social tem desempenhado um papel fundamental na disseminação de ansiedade sobre o surto de COVID-19 no Curdistão iraquiano, no qual as pessoas estão usando plataformas de redes sociais para obter informações sobre a COVID-19. A natureza do impacto do pânico nas mídias sociais entre as pessoas varia de acordo com o gênero, a idade e o nível de educação de um indivíduo. 

Por conseguinte, especialistas em mídia e educadores do Curdistão devem trabalhar para educar os consumidores de mídia sobre o que constitui informação boa e confiável, além de como pensar criticamente com essas informações. Em razão das pessoas mais jovens também estarem consumindo informações das mídias sociais e consequentemente divulgando para seus familiares e amigos, enfatiza-se que as universidades são locais ideais para criar cursos e simpósios com a finalidade de ajudar estudantes e professores a distinguir como procurar, encontrar e avaliar informações de saúde no caso de uma epidemia ou pandemia, de forma segura e eficaz.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Quais os desafios dos pacientes em relação ao uso de telessaúde na pandemia?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Alfabetização tecnológica (healthtech literacy) como uma barreira à telessaúde durante a COVID-19

MARTINHO, Alfredo

TRIANA, Austin J. ; et al. Technology Literacy as a Barrier to Telehealth During COVID-19. Telemed J E Health, May 2020. [publicado antes da impressão] Doi: 10.1089/tmj.2020.0155. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32429770/

Durante a pandemia em curso da COVID-19, ocorreram muitas mudanças fundamentais no sistema de saúde, uma das quais foi a rápida adoção da telessaúde (telemedicina).

Nos Estados Unidos, a utilização da telessaúde, apesar de ampla capacidade tecnológica, estava limitada em muitas áreas, pela regulamentação diferente em cada estado e por ser baixo o reembolso pago pelas seguradoras.

O distanciamento social foi necessário para proteção dos pacientes, modificando todo fluxo de trabalho tradicional na assistência à saúde.

Nesse artigo, uma instituição de saúde teve o número de visitas diárias aumentadas mais de 1000 vezes em poucas semanas.

Tanto os médicos quanto os pacientes foram submetidos a uma reorganização, que incluiu treinamentos dos médicos e identificação das diversas barreiras de acesso encontradas pelos pacientes.

As dificuldades de navegação, o acesso ao sistema virtual de atendimento, a conexão estável, todos esses fatores necessitaram de uma visão em larga escala para encaminhar soluções.

Foi efetuado um processo sistemático de recrutamento e apoio de jovens voluntários estudantes de medicina, treinados, que puderam oferecer um suporte operacional (para configuração e testes com os dispositivos), o que foi fundamental para encontrar as soluções. Dessa forma, um total de 135 estudantes de medicina conseguiu ajudar mais de 5000 pacientes.

Ao longo do caminho, vimos evoluir a oferta de uma ampla gama de confortos ao paciente com a tecnologia, avançando nossa compreensão da alfabetização tecnológica, não importando se eram pacientes já com uma experiência prévia ou sem nenhuma alfabetização de natureza tecnológica.

Além da própria tecnologia, os pacientes precisam saber o que esperar de suas consultas em telessaúde, devendo esses serem comunicados previamente sobre essas expectativas, além da combinação de um local privado apropriado para teleconsulta.

Estando o paciente no ambiente em que vive, é uma oportunidade de contextualizar suas experiências e utilizar melhor o modelo biopsicossocial que poderá ser oferecido.

Mesmo os estudantes de medicina, que cresceram imersos em tecnologia, viram a complexidade que é ter que ensinar a outras pessoas a utilizar essa tecnologia (smartphones, aplicativos, navegação na web) e as diferentes lacunas tecnológicas em várias populações de pacientes.

 Fora do contexto do atendimento direto ao paciente, a ampla adoção da telessaúde tem o potencial de melhorar a qualidade de vida e os resultados de saúde por meio de sinergias adicionais, embora muitos idosos percebam que os benefícios da tecnologia incluem as barreiras comuns como questões de autoeficácia, custo e privacidade.

Pesquisas anteriores mostraram que a adoção de tecnologia pode ser melhorada através da educação e, na medida em que os pacientes se sintam capacitados, podem exercer com desenvoltura o atendimento às suas demandas.

A melhoria permanente nos regulamentos e nas coberturas dos seguros refletirá na melhoria do acesso, abordando questões como distância, mobilidade e preocupações com a saúde.

Outros fatores, como o licenciamento além das fronteiras estaduais, continuam constituindo uma grande questão que pode afetar drasticamente o acesso de muitos pacientes.

A transição para a telessaúde requer tempo, paciência e recursos, um investimento crucial para os pacientes que correm o risco de serem deixados para trás.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como a temperatura ambiental afeta a transmissão da COVID-19?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Temperatura muda significativamente a transmissão de COVID-19 em cidades subtropicais do Brasil

NACCACHE, Monica Feijó

PRATA, David N. ;  RODRIGUES, Waldecy;  BERMEJO, Paulo R. Temperature significantly changes COVID-19 transmission in (sub) tropical cities of Brazil. Science of Total Environment, v. 729, Aug. 2020. DOI: 10.1016/j.scitotenv.2020.138862. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969720323792?via%3Dihub

O trabalho tem como objetivo determinar a relação entre a temperatura ambiente e a taxa de infecção da COVID-19 em capitais do Brasil.

Os autores usam 586 dados coletados entre 27 de fevereiro e 1 de abril de 2020.

Alguns artigos na literatura mostram que a permanência do vírus nas superfícies depende da temperatura. Assim, a temperatura média ambiente deve afetar a transmissão do vírus. Foi também observado que altas temperaturas são prejudiciais ao vírus. Alguns estudos para analisar o efeito da temperatura na propagação do vírus foram realizados em países não tropicais, com variações de temperatura entre -20 e +20 0C.

O trabalho apresenta um estudo que inclui todas as 27 capitais do Brasil. Exceto pela região sul (7%), todo o restante do território brasileiro fica na zona tropical.

Um modelo genérico aditivo (GAM) foi usado para calcular as relações entre os dados de temperatura e do número de casos de COVID-19 confirmados. O modelo tenta representar o comportamento polinomial da curva de crescimento dos casos confirmados cumulativos das cidades. Para validar a sensitividade do modelo foram utilizados dados de São Paulo, que possuía o maior número de casos. Além disso, um modelo linear generalizado foi usado para entender melhor o comportamento da curva de crescimento da COVID-19 no Brasil.

Os resultados mostram um decréscimo no índice de contágio com o aumento da temperatura média anual até o valor de 25,8 0C. A partir deste valor a curva de contágio tende a um patamar constante, porém poucos dados estavam disponíveis para uma conclusão confiável nesta faixa.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como se caracteriza o quadro clínico em crianças e com quais infecções associadas?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Coinfecção e outras características clínicas da COVID-19 em crianças

FAULHABER, Maria Cristina Brito

Wu,Q.; et al. Coinfection and Other Clinical Characteristics of COVID-19 in Children. Pediatrics, v. 146, n. 1, Jul. 2020. DOI: 10.1542/peds.2020-0961. Disponível em: https://pediatrics.aappublications.org/content/early/2020/06/08/peds.2020-0961

Trata-se de um estudo retrospectivo com 74 crianças realizado entre 20 de janeiro e 27 de fevereiro em dois hospitais chineses objetivando determinar características clínicas e epidemiológicas de pacientes pediátricos com COVID-19 além de eventuais comorbidades associadas. Foram coletados dados epidemiológicos detalhados, avaliando se tinha havido contato domiciliar com casos confirmados de adultos (95,6%), sequência de contaminação dentro da família (27,7% foi o 2º caso, 35,4% o terceiro, 21,5% o quarto, 13,9% o quinto e 1,5%  o sexto caso) e se a criança infectada havia transmitido o vírus para outras pessoas. A confirmação laboratorial foi feita pela positividade da RT-PCR para SARS-CoV-2 em swab nasofaríngeo.

O diagnóstico foi feito de acordo com os critérios definidos pela Sociedade de Pediatria Chinesa (SPC) em: 1) infecção assintomática (RT-PCR positivo para SARS-CoV-2, sem sinais clínicos, sem alterações radiológicas) [27,0%]; 2) infecção aguda do trato respiratório superior (febre, tosse, dor de garganta, congestão nasal, fadiga, cefaleia e/ou mialgia, sem pneumonia ao Rx, sem septicemia) [34,4%]; 3) pneumonia leve (sem sintomas clínicos ou com poucos sintomas, como febre e tosse, imagem radiológica sugestiva de pneumonia sem severidade) [39,2%]; 4) pneumonia severa (frequência respiratória ≥70 incursões respiratórias por minuto {irpm} em crianças < 1 ano ou  ≥ a 50 irpm em crianças ≥ 1 ano, saturação O2 <92%, hipóxia, cianose, alterações de consciência, recusa alimentar e sinais de desidratação) [1,4%] e 5) casos críticos (aqueles que indicaram necessidade de CTI: falência respiratória, choque séptico ou combinação com falência de órgãos) [0%].

A idade média foi 6 anos (1 mês a 15 anos), 59,5% meninos, 32,4% apresentaram tosse e 27,0% febre, os sintomas mais comuns no início da doença; 21,6% apresentaram roncos e crepitações na ausculta pulmonar. Entre os achados laboratoriais 31,1% apresentou alteração da leucometria, 13,5% da contagem de linfócitos, 17,6% aumento da PCR (máximo de 39,0 mg/L) e 35,7% da VHS; 46% das crianças foram triadas para outros patógenos que podem causar infecção respiratória e destas 51,4% apresentaram coinfecção (84,2% por Mycoplasma pneumoniae (MP), 15,8% por vírus sincicial respiratório, 15,8% pelo vírus de Epstein Bar, 15,8% por citomegalovírus e 1% por influenza). A análise de SARS-CoV-2 em amostras fecais foi positiva em 13,5% das crianças e mesmo após a negativação do vírus nas amostras respiratórias o exame permaneceu positivo nos exames fecais até mesmo 4 semanas após o início do quadro. Sabe-se que o RNA do SARS-CoV-2 pode ser detectado nas fezes de pacientes assintomáticos ou com história de diarreia prévia.

As análises estatísticas foram feitas usando SAS software (SAS 9.4; SAS Institute, Inc, Cary, NC).

Quando da admissão, 5,4% realizaram tomografia computadorizada de tórax (TCT) sem anormalidades. Alterações radiológicas foram vistas em 50%, sendo 21,6% no pulmão esquerdo, 35,1% no direito e em 43,2% bilaterais.  Nas crianças com alterações na TCT, 81,1% tinham sintomas clínicos. Apenas 12,2% mostraram alterações típicas de COVID-19 na TCT, incluindo imagens em vidro fosco.

Os pacientes foram tratados de acordo com o protocolo da SPC com interferon, inalação, drogas antivirais e medicina tradicional chinesa. As crianças com MP usaram azitromicina oral ou intravenosa.

Cerca de 27,0% eram portadoras assintomáticas de SARS-CoV-2 e 71,6% dos casos considerados leves a moderados apresentaram manifestações diversas.        

A mortalidade em adultos é cerca de dez vezes maior. O motivo da doença ser menos grave em crianças permanece a esclarecer, sendo talvez devido ao fato de a imunidade inata responder melhor que a imunidade adquirida.

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

O que são preprints de pesquisas e qual a sua confiabilidade?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Notícias rápidas ou notícias falsas? As vantagens e as armadilhas da publicação rápida através de servidores de preprints durante uma pandemia

PESSANHA, Pedro Gonçalves

King, Anthony. Fast news or fake news?: The advantages and the pitfalls of rapid publication through pre-print servers during a pandemic EMBO reports. V.21 n.6 p. e50817. 2020. Doi 10.15252/embr.202050817. Disponível em : http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32496027

Desde o início da pandemia os servidores de preprints disponibilizam muitos textos e informação sobre  COVID-19. Em momento de crise a velocidade que esse meio possibilita foi vista como grande aliada. Porém muitos cientistas preocupam-se com a qualidade dessa informação divulgada. Principalmente com o grande potencial de espalhar notícias falsas.

A principal motivação para a criação de servidores de preprints foi agilizar a disseminação de dados de pesquisa. Quanto mais rápido os dados preliminares  circularem, mais rápido a ciência avançará. Segundo os criadores, a importância dos preprints nunca foi tão evidente, e pessoas na linha de frente do tratamento da pandemia fizeram coro. Porém, preprints são manuscritos, não uma pesquisa completa, fato nem sempre conhecido pelo público geral. Muita informação ali não é necessariamente correta, e não é um problema exclusivo; em tempos de crise o rigor científico de revistas especializadas tem diminuído também, e isso é um problema.

A preocupação com os preprints vai além da pandemia, evidencia o problema das notícias falsas e os desacordos criados entre grupos sociais. A preocupação principal é criar um veículo de desinformação e de deslegitimação da ciência e da pesquisa científica, dando força a teorias da conspiração. Todavia, existe uma preocupação dos servidores de preprints de garantir rigor científico nos artigos publicados. Há um processo de triagem que filtra plágios e opiniões não embasadas. Foi o que aconteceu com alguns artigos que propunham terapias para COVID-19, que foram enviadas para revisão, para não criar alarde em algo que não funciona.

A quantidade de preprints é enorme. Faz-se necessário uma curadoria para separar o que é realmente relevante do que não trará avanços. A Organização Europeia de Biologia Molecular  criou uma plataforma de curadoria para tornar os dados nas publicações mais facilmente pesquisáveis. Apesar da velocidade, as desvantagens do crescimento no número de preprints normalmente superam a velocidade. Os periódicos estão acelerando o processo de publicação em detrimento do rigor científico. Apesar da velocidade ter valor, não são todos que possuem a experiência necessária para avaliar os rascunhos e reconhecer erros; ao mesmo tempo acontece um excesso de informações, nem todas boas.

O público não entende de servidores de preprints,  revisão por pares, ou quão real é o conhecimento científico. Preprints são trabalhos em andamento e um dos objetivos é receber comentários de outros cientistas que ajudem na progressão. Toma-se como fato informações divulgadas, mesmo que não tenham sido revisadas, ou sejam apenas rascunhos. A revisão por pares serve para evitar que estudos sem comprovações ou testes sejam publicados. Nesse momento de pandemia continua sendo importante, para que não se espalhe rumores ou crie-se situações como a da publicidade da cloroquina como tratamento, que foi uma promessa exagerada e com poucas evidências.

A pressão por descobertas desencadeada pela pandemia encoraja pessoas a publicar e reclamar créditos por pesquisas incompletas. A imprensa divulga amplamente conteúdos de preprints, porém os pesquisadores que os escreveram são desencorajados a dar declarações a jornalistas sobre suas pesquisas. O compartilhamento de dados ocorre em tempo real, mas a qualidade diminui. Isso tem acontecido também em artigos revisados por pares. Os preprints não vão parar, são uma realidade. O que deve ser feito é ficar atento às limitações e aos problemas, e manter o rigor científico mesmo em situações de crise, como pandemias.

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como as tecnologias vestíveis podem auxiliar no acompanhamento dos pacientes?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Monitoramento fisiológico contínuo usando tecnologia vestível para informar manejo individual de doenças infecciosas, saúde pública e respostas de surto

BARBOSA, Carlos Roberto Hall

MING, D. K.; et al. Continuous physiological monitoring using wearable technology to inform individual management of infectious diseases, public health and outbreak responses. International Journal of Infectious Diseases, v. 96, p. 648-654, Mai, 2020. DOI: 10.1016/j.ijid.2020.05.086. Disponível em: https://www.ijidonline.com/article/S1201-9712(20)30393-3/pdf

Este artigo descreve o uso de tecnologias vestíveis (wearable technologies) no monitoramento fisiológico contínuo de pacientes em ambientes hospitalares ou comunitários, com o objetivo de identificar aqueles com maior risco de agravamento da doença e deterioração clínica. O estudo é direcionado a infecções de importância global, incluindo pandemias como a COVID-19 e doenças endêmicas como a dengue.

Casos graves de doenças infecciosas como a COVID-19 podem levar a distúrbios fisiológicos como choque hemodinâmico ou hipóxia, e uma rápida identificação com intervenção médica são essenciais para reduzir eventos adversos e custos. O monitoramento fisiológico contínuo de pacientes envolve a medição de parâmetros como ECG, frequência cardíaca e respiratória, pressão sanguínea e oxigenação arterial, usando uma combinação de métodos invasivos e não-invasivos, que podem não estar disponíveis em países menos desenvolvidos. Simultaneamente, o avanço das tecnologias vestíveis, com custos relativamente baixos e potencial para conectividade, em conjunto com sistemas de diagnóstico rápido, pode ajudar a suprir tais necessidades.

Um dispositivo vestível na área da Saúde é uma tecnologia que pode ser adequadamente posicionada no corpo do paciente para monitorar aspectos fisiológicos relevantes, de forma não-invasiva ou minimamente invasiva. O artigo destaca as 3 principais modalidades cuja disponibilidade comercial tem crescido nos últimos anos: fotopletismografia, que utiliza a luz refletida na pele para caracterizar a circulação sanguínea, incluindo oxigenação, pressão, frequência respiratória e variação do pulso; detecção de atividade e impedância elétrica, que utiliza eletrodos para acompanhar a frequência respiratória e o eletrocardiograma; e biosensores, que utilizam diversos métodos enzimáticos, eletroquímicos e baseados em anticorpos para detectar substratos específicos no corpo.

O artigo apresenta então diversos exemplos concretos da aplicação de tecnologias vestíveis no setor da saúde, especialmente para a vigilância de doenças infecciosas como a COVID-19. As condições essenciais para tal aplicabilidade são um custo adequado e um desempenho com padrão clinicamente aceitável. Destaca também a importância da conectividade dos dispositivos, permitindo que múltiplos pacientes sejam acompanhados de um único ponto, melhorando a utilização de tempo e recursos e permitindo a identificação precoce das doenças. Tal conectividade também aumenta a eficiência de programas de vigilância epidemiológica e de modelos preditivos da disseminação de doenças infecciosas.

Em seguida, o artigo elenca os principais desafios à implementação das tecnologias vestíveis no setor da saúde. Inicia pela carência de estudos científicos que demonstrem seu uso em casos reais, enfatizando a necessidade de avaliar a aplicabilidade e o desempenho, em especial em países menos desenvolvidos. A maior disseminação do uso de tais dispositivos gerará grandes massas de dados, o que implicará em problemas de armazenamento, transparência e privacidade dos dados e dos pacientes. A OMS emitiu em 2018 diretrizes gerais sobre saúde digital, mas tal arcabouço regulatório precisa ser refinado. Quanto ao hardware, como o desenvolvimento dos dispositivos vestíveis está em suas primeiras fases, ainda há problemas relacionados ao consumo de energia, tempo de bateria e necessidade de recarga. Finalmente, o risco da geração de falsos positivos poderia comprometer a confiança da população na tecnologia.

O artigo conclui que a utilização de dispositivos vestíveis na área médica pode oferecer significativas vantagens, especialmente no gerenciamento de doenças infecciosas e na medicina de precisão. Uma vez que os principais desafios tenham sido superados, a disseminação de tais dispositivos no futuro próximo deverá melhorar a gestão dos pacientes, permitindo novas estratégias para o gerenciamento de infecções epidêmicas ou endêmicas.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Quais as características e os riscos da síndrome inflamatória de múltiplos sistemas derivada da COVID-19 em crianças e adolescentes?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Crianças e Adolescentes nos EUA

FAULHABER, Maria Cristina Brito

FELDSTEIN, L. R. ;  et al. Multisystem Inflammatory Syndrome in US Children and Adolescents. N Engl J Med, Jul. 2020; DOI: 10.1056/NEJMoa2021680. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2021680

Constatada a importância epidemiológica e o curso clínico dos processos inflamatórios multissistêmicos em crianças (síndrome inflamatória multissistêmica em crianças – SIM-C), com uma significativa associação temporal à doença COVID-19, os autores buscam neste artigo avaliar as implicações clínicas e na saúde pública desta síndrome.

Foram aplicados questionários padrão de março a maio de 2020 em centros de saúde pediátricos de 26 estados nos EUA, tendo como definição de caso a presença de seis critérios: doença grave que levou à hospitalização; idade inferior a 21 anos; febre > 38.0ºC ou com duração de pelo menos 24 horas; evidência laboratorial de processo inflamatório; envolvimento sistêmico de múltiplos órgãos (pelo menos dois) e evidência de infecção com síndrome respiratória aguda severa, causada pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2: PCR transcriptase reversa positiva; ou teste para anticorpos positivo; ou exposição a indivíduos com COVD-19 no mês anterior) {30 % mostraram evidências epidemiológicas de contato com pessoa com COVID-19}.  

A análise estatística foi feita usando o software R, versão 3.6.1 (Projeto R para computação estatística).

A idade média das 186 crianças com SIM-C foi 8,3 anos, 62% meninos, 73% previamente saudáveis, 70% com exames laboratoriais positivos para SARS-CoV-2 e 88% foram hospitalizadas após 16 de abril. O envolvimento do trato gastrointestinal ocorreu em 92% das crianças, do sistema cardiovascular em 80% (91% realizou ecocardiograma e 73% teve alterações de BNP – peptídio natriurético do tipo B, hormônio liberado pelos ventrículos sempre que há agressão cardíaca), do sistema hematológico em 76%, do muco-cutâneo em 74% e do sistema respiratório em 70%. A média de internação foi 7 dias, com 80% das crianças necessitando de cuidados de centro de tratamento intensivo, 20% de ventilação mecânica, 48% de drogas vasoativas e 2% faleceram (4 pacientes entre 10 a 16 anos de idade, dois deles previamente hígidos). Aneurismas da artéria coronária ocorreram em 8%, e 40% mostraram características semelhantes à doença de Kawasaki – vasculite que ocorre predominantemente na infância, caracterizada pela possibilidade de formação de aneurismas. Embora sua causa seja ainda desconhecida, há fortes evidências de alguma infecção prévia ou em atividade. A SIM-C é considerada uma doença Kawasaki “like”. Alguns dos sinais e sintomas desta doença como febre, eritrodermia e descamação tardia também podem ser vistos na síndrome do choque tóxico, podem envolver múltiplos órgãos e podem estar associados a outros vírus.  Nos EUA cerca de 5% das crianças com Kawasaki apresentam choque cardiovascular, levando à necessidade do uso de drogas vasoativas em comparação aos 50% dos pacientes com SARS-CoV-2 avaliados neste artigo. O início de uma infecção grave por COVID-19 coincide com o declínio da carga viral no trato respiratório e aumento dos marcadores inflamatórios.

Cerca de 92% das crianças apresentaram elevações em pelo menos quatro marcadores indicativos de processo inflamatório. O uso de terapias imunomoduladoras foi comum: imunoglobulina intravenosa em 77%, glicocorticoides em 49% e inibidores da interleucina 6 ou 1RA em 20%, estas últimas substâncias sabidamente envolvidas na evolução da resposta imune inflamatória que ocorre em pacientes com comprometimento respiratório grave.

Embora ainda não se possa estabelecer causalidade, o estudo mostrou fortes evidências que as crianças foram infectadas pelo SARS-CoV-2 no mínimo 1 a 2 semanas antes do início da SIM-C.

Os autores concluem que SIM-C em crianças associada à SARS-CoV-2 pode levar a doença grave potencialmente fatal em crianças e adolescentes previamente hígidos.

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como o público e o governo na China se envolveram nas comunicações relativas à evolução da epidemia de COVID-19?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Engajamento público e capacidade de resposta do governo nas comunicações sobre a COVID-19 durante o estágio inicial da epidemia na China: estudo de infodemiologia sobre dados de mídia social

BERMUDES, Priscilla Mara

LIAO, Qiuyan; et al. Public engagement and government responsiveness in the communications about COVID-19 during the early epidemic stage in China: infodemiology study on social media data. Journal of Medical Internet Research, v. 22, n. 5, May 2020. DOI:10.2196/18796. Disponível em: https://www.jmir.org/2020/5/e18796/

O artigo investigou o envolvimento do público e a capacidade de resposta do governo nas comunicações sobre a COVID-19 durante o estágio inicial da epidemia, com base em uma análise de dados da Sina Weibo, uma importante plataforma de mídia social na China.

A pesquisa revela que a comunicação eficaz de surtos, particularmente no estágio inicial, torna-se extremamente importante para lidar com o medo excessivo do público, promovendo a conscientização de riscos, capacitando o público a tomar ações protetoras e ganhando confiança do público.

A metodologia aplicada nesse estudo foi a análise de dados da plataforma Sina Weibo, no qual identificaram-se informações relevantes sobre a COVID-19, no período de 01 de dezembro de 2019 a 31 de janeiro de 2020. Dados de engajamento (curtidas, comentários, compartilhamentos e seguidores) de postagens de contas de agências governamentais foram extraídos para avaliar o engajamento público com postagens do governo on-line.

As análises de conteúdo foram realizadas para um subconjunto aleatório de 644 publicações de contas pessoais de indivíduos e 273 publicações de 10 contas de agências governamentais relativamente mais ativas e da Comissão Nacional de Saúde da China para identificar os principais conteúdos temáticos nas discussões on-line. A análise de classe latente explorou ainda mais os principais padrões de conteúdo e o qui-quadrado de Pearson examinou como as proporções dos principais padrões de conteúdo mudavam com o tempo no período de estudo.

A resposta pública à COVID-19 pareceu seguir a disseminação da doença e das ações do governo, mas foi mais cedo para o Weibo do que o governo. Os usuários on-line geralmente tiveram pouco envolvimento com publicações relevantes para a COVID-19 de contas de agências governamentais. Os padrões de conteúdo comuns identificados em postagens pessoais e governamentais incluem o compartilhamento de situações epidêmicas; conhecimento geral da nova doença; e políticas, diretrizes e ações oficiais.

A conclusão do artigo desvela que o público pareceu responder mais cedo ao surto de COVID-19 on-line do que agências governamentais e o uso das mídias sociais pelas agências governamentais chinesas para a comunicação de surtos permaneceu limitado ao fornecimento de conhecimento e informação ao público.

À medida que a epidemia evoluiu, o público diminuiu o interesse em mensagens relacionadas a fatos, mas tornou-se mais empático com as pessoas afetadas e tendia a atribuir culpa a outros indivíduos ou ao governo. A tendência de atribuir cada vez mais culpa a outros indivíduos ou ao governo pode forçar o governo chinês a buscar responsabilização e refinar o sistema de compensação para as pessoas afetadas.

Ao passo que mais pessoas são afetadas, o governo pode adotar um estilo de comunicação mais empático para lidar com a resposta emocional pública, devendo monitorar de perto os dados de mídia social para melhorar o tempo das comunicações sobre uma epidemia.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como a COVID-19 pode agravar a saúde de pacientes com câncer de pulmão?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

COVID-19 e câncer de pulmão: riscos, mecanismos, e interações de tratamento

PALMEIRA, Vanila Faber

ADDEO, Alfredo; OBEID, Michel; FRIEDLAENDER, Alex. COVID-19 and lung cancer: risks, mechanisms, and treatment interactions. J. Immunother Cancer, v. 8, n. 1, p. 1-7, May 2020. DOI: 10.1136/jitc-2020-000892 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7246105/pdf/jitc-2020-000892.pdf

A infecção pelo Coronavírus 2019 não possui um tratamento específico até o momento, apesar de existirem potenciais alvos terapêuticos. Neste contexto, se destacam substâncias que agem na replicação viral ou na resposta imune do hospedeiro. O intuito é reduzir a morbimortalidade (índice de pessoas mortas) da doença, principalmente, nos grupos de risco, como idosos e pacientes com câncer.

Enquanto várias vacinas promissoras estão sendo pesquisadas pelo mundo, faz-se necessário um tratamento eficaz no combate ao Coronavírus 2019. As pesquisas acerca de um tratamento focam, principalmente, na modulação da resposta imune do hospedeiro, através de substâncias que possam inibir a tempestade de citocinas que o Coronavírus 2019 é capaz de induzir. Em pessoas idosas ou com câncer ocorre uma desregulação imunológica, levando a um maior potencial inflamatório desequilibrado. Com isso esses indivíduos, quando infectados pelo Coronavírus 2019, passam a apresentar um quadro inflamatório pulmonar muito intenso, causando desta forma lesão pulmonar. Todo este quadro é ainda pior se o paciente tiver câncer de pulmão.

A inflamação causada pelo Coronavírus 2019 gera lesão das células epiteliais pulmonares (pneumócitos tipo II, que são células produtoras de surfactante, que impede que os pulmões se “colem”). Nos pacientes que evoluem para as formas graves da doença, essa inflamação é responsável, entre outras coisas, pelo preenchimento dos alvéolos com fluidos inflamatórios, o que reduz o potencial de troca gasosa pulmonar. Além disso, ocorre uma tempestade de citocinas (proteínas de comunicação das células imunes) que levam a uma ativação intensa dos macrófagos pulmonares (principal célula da resposta imune imediata tecidual).

Os pacientes com câncer pulmonar possuem uma maior reatividade deste tecido. Quando estes pacientes estão sob tratamento anticâncer pode ser induzida uma pneumonite por drogas, que se assemelha à clínica da infecção pelo Coronavírus 2019. Por isso, foram desenvolvidas algumas estratégias que visam reduzir a exposição desnecessária desses indivíduos, além de reduzir o risco de transmissão. Os pesquisadores buscam biomarcadores, no sangue, que possam sinalizar precocemente a inflamação intensa causada pelo Coronavírus 2019, antes mesmo do paciente apresentar quadro clínico grave. Somado a isto, os alvos imunoterapêuticos são preferidos aos antivirais como opção para o tratamento, pois estes últimos possuem uma janela terapêutica estreita (ou seja, concentração de ação próxima à concentração tóxica para o hospedeiro), bem como mecanismos de resistência viral precoce.

A principal contribuição do trabalho foi fazer a relação entre a tempestade de citocinas com a patogênese e a clínica na infecção pelo Coronavírus 2019. A limitação do artigo foi não trazer as principais alterações causadas pelo câncer pulmonar neste tecido. Isto teria dado maior potencial de integração entre a infecção pelo Coronavírus 2019 e o câncer de pulmão ao leitor.

Esta resenha pertence ao grupo sobre:

Como as pessoas se comportaram buscando informação sobre COVID-19 na Internet?

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Comportamentos de Busca na Web e Atitudes Infodêmicas Relacionadas à COVID-19 na Itália: Estudo Infodemiológico

MONT'ALVÃO, Claúdia

ROVETTA A., BHAGAVATHULA A.S. COVID-19-Related Web Search Behaviors and Infodemic Attitudes in Italy: Infodemiological Study. Journal of Medical Internet Research Public Health and Surveillance, v. 6, n. 2, Apr.-Jun. 2020. DOI: 10.2196/19374. Disponível em: http://publichealth.jmir.org/2020/2/e19374/

O objetivo do artigo foi analisar o comportamento das buscas na internet relacionadas à COVID-19 na Itália, a partir dos “infodemic monikers” (ie., codinomes,  apelidos, que divulgam informações erradas que levam a interpretações errôneas, fake news, episódios de racismo, etc.).

A pesquisa foi realizada a partir da análise do Google Trends, a fim de explorar as atividades de busca relacionadas à COVID-19 entre 21 de janeiro e 24 de março de 2020. Para busca no Google Trends, foram utilizadas como palavras chave “Coronavirus” e “Coronavirus+” tanto em inglês, quanto em italiano. Na busca foram considerados títulos de artigos de jornais e websites governamentais, investigando as atitudes dos “infodemic monikers” em diferentes regiões e cidades da Itália, durante 5 dias.

Para caracterizar os infodemic monikers, foram consideradas atitudes de infodemia em quatro grupos:
1) Atitude superficial: o usuário adota palavras que podem gerar confusão desde que o tópico não seja especifico (p.ex., coronavírus);

2) Atitude de desinformação/divulgação de informação falsa: o usuário adota palavras que podem levar à dispersão de notícias falsas, as ‘fake news’ (como p. ex., 5G coronavírus);

3) Atitude racista: o usuário adota palavras que, voluntariamente ou não, geram ou acentuam episódios de racismo (p.ex., coronavírus chinês);

4) Atitude assertiva: o usuário adota os termos apropriados para uma identificação correta da questão (p.ex., COVID-19).

Como ilustrado por gráficos, os cinco principais termos infodêmicos e científicos em uso sobre a COVID-19, na Itália, a partir dos resultados do Google, foram ‘novo coronavírus’, ‘coronavírus chinês’, ‘COVID-19,” “2019-nCOV,” e “SARS-COV-2”. Os cinco principais termos de busca relacionados à saúde foram “máscaras faciais,” “amuchina” (desinfetante à base de cloro), “sintomas do novo coronavírus,” “boletim de saúde” e “vacinas para o coronavírus.”

Considerando as atitudes, a maior parte das informações sobre a COVID-19 que circulou nas regiões de Basilicata, Úmbria, e Emilia Romagna foram consideradas superficiais, e que não forneciam informação clara sobre a COVID-19. A desinformação/divulgação de noticias falsas foi mais disseminada na Úmbria e Basilicata. Uma vez que a COVID-19 foi disseminada pelo mundo a partir da China, muitas informações de cunho racista, como “coronavírus chinês,” “vírus chinês,” “coronavírus chinês,” e “vírus de Wuhan,” foram buscados nas regiões da Campania e Friuli Venezia Giulia.

Como principais achados da pesquisa, a busca na Internet sobre a COVID-19 foi verificada em níveis regionais e locais (cidades) em toda a Itália, e as buscas foram influenciadas pela tradição, por jornais eletrônicos, e pela cobertura da mídia impressa.

Os autores atribuem as atitudes verificadas às falhas das autoridades chinesas em lidar com o vírus em seus estágios iniciais, bem como da OMS, que em suas investigações iniciais, negou a possibilidade de transmissão humano-humano da COVID-19. Os autores assumem que esse tipo de desinformação pode ter levado aos resultados encontrados de conversas furiosas no ambiente online, entre os cidadãos italianos.

Os autores apontaram como limitação do estudo o fato de somente ter sido utilizada a ferramenta Google Trends, limitada à análise dos dados da ferramenta de busca Google. Os autores também não discutem os métodos e ferramentas da Google para a geração de dados de busca e seus algoritmos. As demais ferramentas de busca não foram consideradas.

Sua ideia central pode ser vista no vídeo

Esta resenha pertence ao grupo sobre: