Evidências Covid 19

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Quais medidas devem ser adotadas para pacientes que necessitam cuidados médicos para saúde dos olhos?

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Diretrizes Clínicas Preliminares para Práticas Oftalmológicas

BISOL, Tiago

GHAREBAGHI, Reza; et al. COVID-19: Preliminary Clinical Guidelines for Ophthalmology Practices. Med Hypothesis Discov Innov Ophthalmol., v. 9, n. 2, p. 149-158, Summer 2020. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7141793/pdf/mehdiophth-9-149.pdf

Os autores, radicados no Irã e nos Estados Unidos, descrevem diretrizes para o atendimento oftalmológico durante o período de pandemia.

A pequena distância entre profissional da saúde ocular e paciente, necessária ao exame dos olhos e que chega a 20 cm, juntamente com o tempo de contato próximo maior que 5 minutos, são fatores de risco para o contágio pelo SARS-CoV-2.

Apesar de relatos de conjuntivite relacionada ao vírus, sua frequência é bastante baixa, e os estudos que pesquisaram através de RT-PCR a presença de nucleotídeos virais na lágrima de pacientes contaminados mostraram uma frequência muito pequena de positividade. Desta forma, o potencial maior de transmissão e contaminação no ambiente de atendimento oftalmológico parece ser através da via respiratória/oral.

O risco de exposição e contágio do paciente, ao ser atendido na clínica oftalmológica, deve sempre ser contrabalanceado com o risco de morbidade pelo adiamento do diagnóstico e tratamento da doença em questão.

Telemedicina: apesar de limitado seu uso no exame ocular, deve ser priorizada se não comprometer a segurança do diagnóstico e tratamento.

Triagem: Sugere-se um protocolo de triagem dos pacientes por ocasião do agendamento telefônico do atendimento, questionando sobre sinais e sintomas da COVID-19, possível contato com doentes e viagem recente para áreas de risco. Além disso, aferição de temperatura na admissão ao estabelecimento é recomendada. Caso haja sinais de risco para a doença e o atendimento seja urgente, o paciente deve ser direcionado para área de isolamento na instituição, para que seu atendimento seja realizado com cuidado adicional de proteção e desinfecção de superfícies.

Proteção individual: Sugere-se uso de máscara N95 ou superior, luvas descartáveis e proteção ocular, tocando somente a pele e os olhos do paciente com bastonetes de algodão, evitando contato direto.

Fluxo de trabalho: Aumento do intervalo entre atendimentos (em torno de 1 hora) para não haver aglomeração de pacientes na área de espera e uso de máscara de proteção por todos, mesmo que não cirúrgicas, bem como distanciamento a partir de 2 metros entre indivíduos, espaçando os assentos disponíveis. O agendamento deve ser priorizado para pacientes com olho único, tumores oculares e emergências.

Equipamentos e instrumental: Instalação de barreiras de proteção plásticas entre paciente e médico nas lâmpadas de fenda é altamente recomendada, e preferência pelo uso de tonômetros de contato com ponteiras descartáveis ou tonômetros de não contato. Desinfecção com álcool 70% de todas as superfícies que entrem em contato com paciente e profissional deve ser realizada entre atendimentos, incluindo teclados, mouses e telefones. Como o vírus pode persistir por dias nas superfícies, desinfecção frequente de chão e móveis do ambiente deve ser realizada. Para fluxo de pagamento e faturamento, dar preferência para métodos eletrônicos e evitar manuseio de dinheiro, bem como não fornecer recibos físicos aos pacientes.

O ambiente deve estar com adequada ventilação e deve ser desestimulada a conversa tanto no ambiente de espera quanto durante o atendimento, falando-se somente o indispensável.

Cirurgias: Procedimentos eletivos que não apresentem algum tipo de urgência devem ser postergados, e nos casos não adiáveis a coleta de teste para COVID-19, bem como a aplicação de termo de consentimento informado, deve ser realizada. Anestesia geral deve ser evitada sempre que possível.

Outros: Atividades de ensino presenciais devem, se possível, ser substituídas por atividades on-line e atenção deve ser dada ao estado psicológico de todos os profissionais envolvidos nos atendimentos.

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Qual é o impacto da COVID-19 em pacientes com câncer?

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Oncologia intervencional na época da pandemia de COVID-19: Problemas e soluções

ZAMBONI, Mauro

DENYS, A.; et al. Interventional oncology at the time of COVID-19 pandemic: Problems and solutions. A. Denys, B. Guiu, P Chevalier, A Digklia, E. de Kerviler, T. de Baere. Diagnostic and Interventional Imaging, v. 101, n. 6, p. 347-353, Jun. 2020. DOI: 10.1016/j.diii.2020.04.005, Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32360351/

A epidemia da COVID-19 impactou profundamente as organizações de saúde em todo o mundo. As diferentes instituições e centros oncológicos tiveram que reorientar suas atividades clínicas para acomodar grande número de pacientes com câncer e com síndrome respiratória aguda secundária à pneumonia pela COVID-19.

Diferentes países adotaram diferentes protocolos para o manejo dos pacientes com câncer infectados pela COVID-19. Com a persistência da pandemia, a abordagem dos pacientes com câncer é particularmente complexa e deve ter seu risco cuidadosamente avaliado, principalmente no atraso no diagnóstico bem como no tratamento desses pacientes.

Os autores, nesta publicação, apoiados na sua experiência e na revisão das  diretrizes das sociedades europeias e americanas de oncologia, resumem as recomendações para a abordagem dos pacientes com câncer durante a pandemia da COVID-19.

Liang relatou em sua publicação que 1% de 1590 pacientes hospitalizados pela pneumonia da COVID-19 eram portadores de neoplasias com idade mediana de 63 anos. Outras publicações demonstraram que os pacientes com câncer apresentam as formas mais severas da COVID-19, quando comparados com aqueles sem neoplasia.

Pacientes com história de neoplasia tratados com cirurgia ou radioterapia meses antes da infecção pela COVID-19 apresentam risco maior de desenvolver as formas graves da infecção. Os pacientes acima dos 60 anos têm maior incidência da infecção. Os pacientes com câncer têm uma probabilidade de se infectar pela COVID -19 que é 3 vezes maior do que os que não têm alguma neoplasia, sendo que o risco de infecção viral severa aumenta 5 vezes e o de óbito 8 vezes.

O impacto da COVID-19 nos pacientes oncológicos nos diferentes centros de câncer já é bem conhecido. Também são conhecidas as dificuldades dos centros oncológicos em todo o mundo em se adaptarem a esta nova realidade.  Os autores fazem uma revisão da literatura e das diretrizes das sociedades especializadas numa tentativa de se estabelecer um guia de recomendações a serem seguidas na abordagem dos pacientes oncológicos na era da COVID-19, desde o diagnóstico até as mais diferentes formas de abordagem terapêutica, envolvendo a organização dos diversos serviços oncológicos, a segurança dos pacientes e a melhor forma de tratamento a ser oferecido a estes pacientes.

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Como a COVID-19 pode afetar os rins dos pacientes criticamente enfermos?

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Injúria Renal Aguda em doentes criticamente enfermos com COVID-19

MOURÃO, Talita

GABARRE, P. et al. Acute kidney injury in critically ill patients with COVID-19. Intensive Care Med., v.46, n. 7, p. 1339-1348, Jul. 2020. DOI: 10.1007/s00134-020-06153-9. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32533197/

Evidências apontam elevada prevalência de Injúria Renal Aguda (IRA) em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) – chamados de criticamente enfermos –  com infecção pelo SARS-CoV-2, especialmente com outras doenças subjacentes tais como hipertensão arterial e diabetes mellitus. A IRA – basicamente caracterizada pelo aumento da creatinina no sangue – está associada a altas taxas de mortalidade nesse cenário, especialmente quando a terapia renal substitutiva (diálise) é necessária.

Diversos estudos destacaram alterações na composição da urina, incluindo aumento da eliminação de proteínas e de hemácias (sangue). Há ainda evidências de excreção do vírus SARS-CoV-2 na urina, sugerindo a presença de um reservatório renal para o vírus, não se podendo afirmar ainda sobre a possibilidade de contágio pela urina.

O entendimento fisiopatológico da IRA relacionada à COVID-19 ainda não foi elucidado, sendo sugeridos mecanismos inespecíficos – tais como instabilidade hemodinâmica, disfunção cardíaca/pulmonar, níveis elevados de PEEP em pacientes que requerem ventilação mecânica, hipovolemia, administração de medicamentos tóxicos aos rins e sepse. Há também mecanismos mais específicos da COVID-19, como lesão renal direta pelo vírus, desequilíbrio no sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA), elevação de citocinas pró-inflamatórias induzidas pela infecção viral e trombose na microcirculação.

Até o momento, não há tratamento específico para IRA induzida por COVID-19. Uma série de agentes, como antivirais e imunomoduladores, estão sendo explorados para o tratamento da doença, ainda que não haja estudos que sustentem o uso na COVID-19. Em relação à terapia de substituição renal (diálise), as indicações para início, escolha da modalidade (intermitente versus contínua) e dose prescrita dependem de dados não relacionados a esta nova doença, estando o foco nos pacientes com sepse. Em caso de proteinúria ou hematúria persistente na alta da UTI, os pacientes podem se beneficiar do acompanhamento por um nefrologista.

Portanto, a injúria renal aguda (IRA) durante a infecção por SARS-CoV-2 está associada a altas taxas de mortalidade em UTI e sua fisiopatologia envolve mecanismos inespecíficos (como hipovolemia, drogas nefrotóxicas e disfunção cardíaca),  bem como outros relacionados à infecção viral. Até o momento, não há tratamento específico para IRA induzida por COVID-19. Mais estudos com foco em IRA em pacientes com COVID-19 são urgentemente necessários para prever o risco de injúria renal, identificar os mecanismos exatos de lesão renal e sugerir intervenções direcionadas.

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Como a Vitamina D pode contribuir para diminuir os riscos de gripe e de COVID-19 ?

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Evidência que a Suplementação de Vitamina D poderia reduzir o Risco de Influenza e Infecções e Mortes por COVID-19

PALMEIRA, Vanila Faber

GRANT, W. B. et al. Evidence that Vitamin D Supplementation Could Reduce Risk of Influenza and COVID-19 Infections and Deaths. Nutrients, 2020, v. 12, n. 4, Abr. 2020. doi:10.3390/nu12040988 Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7231123/pdf/nutrients-12-00988.pdf

A vitamina D se destaca, entre os micronutrientes, por ter inúmeros relatos descrevendo suas ações e benefícios no corpo humano. Como, por exemplo, a modulação da resposta imune. Por isso, essa vitamina vem sendo discutida como importante aliada contra as infecções respiratórias, como a gripe pelo vírus Influenza e a infecção pelo Coronavírus 2019.

Nas infecções do trato respiratório a causa de morte, normalmente, está associada aos quadros clínicos de pneumonias (inflamações do tecido pulmonar). Dentre essas infecções destaca-se a gripe, que é causada pelo vírus influenza, bem como a COVID-19 que é causada pelo Coronavírus 2019. Em ambas as infecções ocorre uma ativação do sistema imune do hospedeiro, de maneira a gerar uma inflamação que pode ser descontrolada. Por este motivo o uso de suplementação de vitamina D vem sendo cogitado, uma vez que esta vitamina tem potencial de modular a resposta imune do hospedeiro, e poderia ajudar a reduzir a tempestade de citocinas, principalmente na COVID-19.

A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel (se dissolve em gordura) que possui receptores nucleares, regulando desta maneira a expressão gênica. Para que um indivíduo possa adquirir a vitamina D é preciso, ou consumir alimentos ricos nesta vitamina, como queijos amarelos e ovos, ou ficar exposto ao sol em horário que este está mais alto no céu (perto ao meio dia), para que possa produzir a sua vitamina D no corpo. A partir da exposição ao sol, o indivíduo produz um derivado da vitamina D, que precisará passar por processo de transformação no fígado e nos rins, para só então ser produzido o calcitriol, que é a forma ativa dessa vitamina.

A vitamina D possui a capacidade de reduzir as infecções, incluindo as do trato respiratório, principalmente através da modulação da resposta imune do hospedeiro. Na imunidade celular, a vitamina D aumenta a secreção de peptídeos antimicrobianos e reduz a tempestade de citocinas. Na imunidade adaptativa, a vitamina D modula a resposta, para aumentar o perfil Th2 (anti-inflamatório) e reduzir o perfil Th1 (pró-inflamatório). Com isso, a vitamina D permite que a inflamação aconteça, mas sob controle, para evitar lesões teciduais. Apesar de muitos estudos mostrando sua importância, sua suplementação precisa ser mais bem estudada a fim de se determinar concentrações de uso para que se possa evitar as infecções do trato respiratório.

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A COVID-19 pode afetar diferentemente as pessoas conforme suas etnias?

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Questões únicas de saúde pública enfrentados pelas comunidades negras, asiáticas e de minorias étnicas

DUARTE, Rosália

ABUELGASIM, E. ; et al. COVID-19: Unique public health issues facing Black, Asian and minority ethnic communities. Curr Probl Cardiol., v. 45, n. 8, p. 100621, aug.  2020. Doi: 10.1016/j.cpcardiol.2020.100621. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32448759/

Utilizando dados governamentais de estudos recentes sobre a disseminação da COVID-19 e revisão de estudos anteriores, os pesquisadores analisam possível associação entre etnia e incidência e agravamento da doença.  

O Reino Unido foi o primeiro território com população etnicamente diversa a adotar na pandemia atendimento universal para tratamento da doença. Dados observacionais divulgados, em abril de 2020, pelo Centro Nacional de Auditoria e Pesquisa de Terapia Intensiva, do Reino Unido mostraram indicadores de internação em unidades de cuidados intensivos na Inglaterra proporcionalmente maiores entre asiáticos, negros e outros grupos étnicos minoritários em relação à população branca. Isso levantou alerta de possíveis associações entre etnias minoritárias e contágio e evolução da doença. Com base em dados governamentais e revisão de estudos anteriores, os autores exploram essa associação e inferem que a maior incidência da COVID-19 entre minorias étnicas pode estar associada a predisposição genética, diferenças fisiopatológicas na suscetibilidade ou resposta à infecção e, principalmente, a fatores socioeconômicos, culturais ou de estilo de vida.   

Os principais fatores destacados no artigo:

  1. possível associação entre função pulmonar reduzida e pessoas de ascendência étnica minoritária, em comparação com seus homólogos caucasianos;
  2. possível associação entre deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e COVID-19, e alta prevalência desta deficiência entre pessoas de ascendência africana, asiática e mediterrânea;
  3. associação entre incidência da doença e deficiência de vitamina D, comum entre grupos étnicos minoritários no Reino Unido; como se trata de estudos observacionais, os autores alertam que são necessários mais estudos clínicos para sustentar essa hipótese;
  4. comunidades de minorias étnicas no Reino Unido são propensas a taxas mais altas de doenças cardiovasculares, fatores de risco para o agravamento da doença;
  5. doenças renais crônicas também têm implicações nos quadros de COVID-19; numerosos estudos indicam relação entre etnia e doença renal (nos EUA, por exemplo, minorias étnicas correm 1,5 a 4 vezes mais risco de insuficiência renal em estágio final da doença do que as de suas contrapartes brancas).
  6. Os pesquisadores assinalam, no entanto, que os principais fatores associados à alta incidência da COVID-19 entre minorias étnicas são de natureza cultural e socioeconômica. Informam que estudos sobre pandemias anteriores evidenciaram que minorias étnicas são afetadas de forma desproporcional por eventos desse tipo e apresentam piores resultados de saúde em comparação com outros grupos, devido ao acesso limitado aos cuidados de saúde, más condições de vida e obstáculos educacionais e linguísticos na adoção de medidas preventivas. Dados demográficos do Reino Unido, por exemplo, evidenciam que a superlotação habitacional afeta principalmente famílias asiáticas e famílias negras de origem africana, o que dificulta medidas de distanciamento social e aplicação de outras medidas de prevenção de contágio.

Uma grande proporção de comunidades de minorias étnicas tem altos indicadores de pobreza, em razão de desigualdades estruturais e do racismo institucional, maior vulnerabilidade em relação à capacidade de estocar alimentos e baixo acesso a serviços públicos. Além disso, suas condições financeiras pioram se não conseguirem trabalhar enquanto cumprem medidas de isolamento. Assim, a falta de recursos financeiros destinados ao atendimento dessas minorias, a desconfiança desses grupos com relação aos profissionais de saúde, a falta de estudos científicos específicos e de oferta de educação culturalmente apropriada, no planejamento da pandemia, aumentaram a desvantagem dessas pessoas no que diz respeito à disseminação e tratamento da COVID-19.

  

 

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Quais as recomendações para descarte de resíduos de hospitais e de suas águas residuais?

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Tecnologia de desinfecção de resíduos hospitalares e águas residuais: Sugestões para estratégia de desinfecção durante a pandemia da Doença do coronavírus 2019 (COVID-19) na China

LETICHEVSKY, Sonia

WANG, Jiao; et al. Disinfection technology of hospital wastes and wastewater: Suggestions for disinfection strategy during coronavirus Disease 2019 (COVID-19) pandemic in China. Environmental Pollution, v. 262, p. 114665, Jul. 2020. Doi:10.1016/j.envpol.2020.114665. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0269749120310435

Os hospitais geram poluentes, como metabólitos, químicos, resíduos farmacêuticos, marcadores radioativos, etc. Este estudo aborda uma revisão da literatura apresentando diferentes tecnologias para tratar os resíduos hospitalares e sugere um protocolo, adotado na China, de desinfecção e descarte para materiais gerados durante a pandemia da COVID-19.

O uso de ozônio, radiação ultravioleta, cloro, dióxido de cloro e hipoclorito de sódio compreende o conjunto das tecnologias mais utilizadas para a desinfecção de águas residuais hospitalares. A escolha do tipo de tecnologia deve considerar aspectos econômicos e viabilidade, considerando a quantidade de resíduos, segurança, disponibilidade de desinfetantes, distância entre o sistema de tratamento de águas residuais e a enfermaria, assim como da área residencial, custos de investimento e operação, etc.

Diferentemente dos efluentes, os resíduos são classificados antes de sua desinfecção. A composição típica de um resíduo hospitalar é 85 % não infecciosos, 10 % infecciosos/perigosos e 5 % químicos/radioativos. Existem diversas tecnologias para tratar estes resíduos, como incineração, desinfecção química, microondas e uso de vapor a altas temperaturas. A quantidade de resíduos, os custos, a manutenção e os tipos de resíduos devem ser considerados para selecionar as tecnologias apropriadas para cada hospital. Por exemplo, a incineração deve ser adotada quando a quantidade de resíduos é grande e, portanto, justifica-se o investimento para desinfectar resíduos patológicos e farmacêuticos. Se o hospital é menor, a desinfecção química e por vapor a alta temperatura são as técnicas mais adequadas.

Os resíduos hospitalares devem ser adequadamente descartados, pois há evidências de que estão associados à transmissão de infecção ou doenças no hospital. Existem normas técnicas para desinfecção de resíduos de portadores de doenças infecciosas, incluindo objetos como toalhas, material descartável, entre outros.

O ácido ribonucleico (RNA) do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) foi encontrado nas fezes de pacientes. O RNA deste vírus também foi encontrado nas águas residuais de um hospital na China. Baseado em estudos anteriores, acredita-se que, sob determinadas circunstâncias, o sistema de águas residuais tem o potencial de transmitir o SARS-CoV-2 pelo ar. Considera-se, também, que a transmissão possa ocorrer a partir de objetos no entorno da pessoa infectada.

A desinfecção de resíduos hospitalares é importante para evitar a propagação da doença, colocando em risco a equipe médica e pacientes. Existem poucos estudos sobre a inativação do SARS-Cov-2, porém, devido a sua similaridade com o SARS-CoV-1, considera-se que as tecnologias de desinfecção adotadas durante a epidemia de SARS são uma boa referência de como inativar o SARS-Cov-2 de resíduos e efluentes hospitalares.

Até o final de janeiro de 2020, existiam 1512 hospitais destinados ao tratamento de COVID-19 na China. Em Wuhan, foi adotada a desinfecção com o uso de cloro, irradiação UV e aquecimento, para a desinfecção de efluentes hospitalares incluindo os de hospitais de campanha. Os resíduos infecciosos, incluindo descartáveis, devem ser coletados sob condições de proteção e, posteriormente, ser desinfectados usando cloro. Os resíduos químicos e farmacêuticos devem se incinerados. Os resíduos radioativos contaminados com SARS-CoV-2 devem ser desinfetados como resíduos infecciosos, após estocagem por pelo menos 10 meias-vidas. O estudo sugere que o governo deve adotar medidas para aprimorar o gerenciamento de resíduos e efluentes hospitalares, principalmente durante a pandemia de COVID-19. São necessárias equipes especializadas e medidas restritivas para evitar perda de resíduos. A equipe envolvida no descarte de suprimentos descartáveis deve ser qualificada e adotar medidas rígidas de proteção.

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Que desafios e oportunidades a pandemia tem provocado para o desenvolvimento da telessaúde no Brasil?

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Desafios e oportunidades para telessaúde durante a pandemia de COVID-19: ideias sobre espaços e iniciativas no contexto brasileiro

DIAS, Elaine

CAETANO, R. ; et al. Challenges and opportunities for telehealth during the COVID-19 pandemic: ideas on spaces and initiatives in the Brazilian context. Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Cad Saude Publica, v. 36, n. 5, p. e00088920, Jun. 2020. DOI:10.1590/0102-311×00088920 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32490913/

A COVID-19 criou enormes desafios para os sistemas de saúde em todo o mundo, com o rápido crescimento do número de mortes e pacientes críticos necessitando de suporte ventilatório. Métodos alternativos para controlar a propagação da doença, como isolamento social, medidas extremas de quarentena e rastreamento de contato, têm sido usados ​​em todo o mundo. No entanto, essas medidas podem não ser totalmente eficazes no combate à COVID-19, em sintonia com os preparativos nacionais necessários para atender às novas demandas de atendimento ao paciente. Uma ampla gama de tecnologias digitais pode ser usada para aprimorar essas estratégias de saúde pública, e a pandemia gerou um uso cada vez maior da telessaúde.

Esse campo cresceu consideravelmente no Brasil nos últimos anos. Ainda assim, apesar da intensa proliferação de recomendações e regras, até a atual pandemia o país ainda carecia de um marco regulatório totalmente consolidado. O surgimento da COVID-19 marca um momento chave na expansão dos aplicativos e no uso da telessaúde para melhorar a resposta do sistema de saúde à crise atual.

Este estudo tem como objetivo discutir a contribuição da telessaúde no combate à COVID-19 e as recentes iniciativas desencadeadas no Brasil como oportunidades para a consolidação da telemedicina e o aprimoramento do Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS).

Historicamente, a telemedicina concentrava-se na aplicação das interações tradicionais médico-paciente (e médico-médico), aprimoradas por vídeo bidirecional e comunicações de áudio. Posteriormente, o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) foi ampliado para serviços de apoio, capacitação e atividades de informação em saúde para profissionais de saúde multidisciplinares e pacientes, configurando um campo ampliado denominado “telessaúde”.

O estudo relata algumas dificuldades para a implementação rápida e extensa da telemedicina, particularmente relevante na pandemia da COVID-19, tais como: requisitos de licenciamento de ativação e pagamento para prestadores; seguro contra erros médicos, aplicados à telemedicina; conformidade com os regulamentos sobre sigilo e segurança de dados; e o estabelecimento de protocolos de gestão de exames laboratoriais, prescrições e agendamento. No que se refere especificamente à epidemia de COVID-19, a literatura sinaliza desafios particulares que também se aplicam ao uso da telemedicina no Brasil na perspectiva do SUS.

A utilização das diversas possibilidades da telessaúde exploradas neste artigo envolve investimentos em infraestrutura, incluindo informações e padrões de TIC em saúde capazes de garantir interoperabilidade, sistemas, serviços, recursos humanos e modelos organizacionais. Esses investimentos não se limitam a – ou são resolvidos apenas com – recursos financeiros, mas demandam tempo, principalmente em contextos tão diversos como os existentes no Brasil, o que pode ser uma limitação para o aproveitamento de todo o seu potencial.

A telessaúde é um componente crítico para aumentar a capacidade de combate ao coronavírus e, ao mesmo tempo, manter os serviços de saúde funcionando e mais seguros. O uso imediato e a aplicação bem-sucedida da telessaúde para lidar com um desafio global provavelmente aumentará a aceitação pública e governamental de tais tecnologias para outras áreas da saúde no futuro, incluindo doenças crônicas não transmissíveis, tanto no Brasil quanto em outros lugares do mundo.

Os autores concluem que, embora ainda haja muito a ser construído e operacionalizado no Brasil para a telessaúde, é possível imaginar que esse campo fortalecerá ainda mais o Sistema Único e Universal de Saúde do Brasil.

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Como têm evoluído os sensores biológicos para detectar microrganismos geradores de doenças?

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Biossensores eletroquímicos para detecção de patógenos

MONTEIRO, Elisabeth Costa

CESEWSKI, Ellen; JOHNSON, Blake N.  Electrochemical biosensors for pathogen detection. Biosens Bioelectron. V. 159, p. 112214, Jul. 2020. DOI: 10.1016/j.bios.2020.112214. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32364936

O artigo revisa os recentes avanços associados a dispositivos biossensores eletroquímicos destinados à detecção de patógenos. Aborda seus elementos de transdução e de bioreconhecimento, as técnicas eletroquímicas, o desempenho dos biossensores, além de discutir sobre suas importantes aplicações e desafios científicos para atender às atuais demandas de detecção de patógenos.

Na literatura encontram-se revisões abrangentes sobre a detecção de patógenos utilizando as técnicas bioanalíticas como o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) e a reação em cadeia da polimerase (PCR). No entanto, poucos estudos abordam os emergentes biossensores label-free, como os biossensores eletroquímicos, que possibilitam a detecção de patógenos sem marcação por algum composto ou enzima, e apresentam características úteis para diversas aplicações. O estudo realiza revisão crítica sobre os biossensores eletroquímicos descritos na literatura desde 2005, considerando aspectos como patógeno alvo, matriz da amostra, projeto e desempenho do dispositivo, método de medição e fabricação, além de aplicações e desafios emergentes.

As técnicas bioanalíticas, como PCR e ELISA, utilizam um elemento seletivo de bioreconhecimento em combinação com um sistema analítico para quantificar componentes de uma amostra. Embora altamente sensíveis e robustos, são métodos destrutivos, com adição de reagentes e complexidade do preparo da amostra. Nos últimos 25 anos, os biossensores vêm fornecendo plataformas complementares às técnicas tradicionais para quantificação de patógenos. Baseados na integração de um elemento de bioreconhecimento a um elemento transdutor, os biossensores permitem a medição sem adição de reagentes e preparo de amostras, sendo compatíveis com protocolos label-free, ou seja, não-rotulados por espécies moleculares fixadas ao elemento alvo.

A revisão discute os elementos transdutores em termos de material do eletrodo e configuração (planar, fio, nanoestruturas, etc). Classificam-se os elementos de bioreconhecimento para detecção de patógenos, incluindo anticorpos, oligonucleotídeos, polímeros impressos; e discutindo aspectos como disponibilidade, produção e abordagem para imobilização desses elementos sobre a superfície do eletrodo. Procedimentos e métodos de medição para detecção de patógenos são classificados em termos de preparação e manuseio de amostras, princípios de medição e emprego de reação de ligação secundária. Discutem-se aplicações de biossensores eletroquímicos para detecção de patógenos na segurança de alimentos e água, diagnóstico médico, monitoramento ambiental e de bioameaça.

A ampla revisão dos biossensores eletroquímicos para detecção de patógenos abrange os métodos, como o potenciométrico, impedimétrico (espectroscopia de impedância eletroquímica), condutométrico, amperométrico; os materiais empregados, como condutores e semicondutores, incluindo metais, como ouro, e não metais, como carbono; e suas configurações (planar, fio, nanoestrutura, multicanal). Esses aspectos impactam no desempenho do biossensor. Os limites de detecção alcançam uma única unidade formadora de placas ou de colônias por mililitro, com ampla faixa dinâmica. Discutem-se os desafios, dentre os quais a configuração de eletrodos descartáveis, reutilizáveis, label-free, portáteis, vestíveis, e com transdução sem fio.

A detecção de vírus e protozoários por biossensores eletroquímicos tem crescido nos últimos anos, mas patógenos bacterianos ainda são os mais comumente detectados. Eletrodos planares de ouro são os mais frequentemente empregados e os nanoestruturados são crescentemente investigados. Biossensores de baixo custo, reutilizáveis, vestíveis e sem fio estão entre os novos desafios investigados. Os biossensores eletroquímicos permitem a detecção rápida, sem preparo de amostras em variadas matrizes ou em superfícies, alta sensibilidade, com plataformas de baixo custo. Esses aspectos são desafios para técnicas bioanalíticas tradicionais e muito importantes para mitigar a pandemia de COVID-19 em curso.

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Qual o risco em relação à COVID-19 de pacientes com doenças da tireoide?

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Doença da Tireóide em época de COVID-19

PESSANHA, Katia Maria de Oliveira Gonçalves

DWORAKOWSKA, D. ; GROSSMAN, A. B. Thyroid disease in the time of COVID-19. Endocrine, v. 68, n. 3, p. 471-474, Jun. 2020. DOI: 10.1007/s12020-020-02364-8 . Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32507963/

A Covid-19, causada pelo SARS-Cov-2, mostrou que os grupos de risco mais acometidos seriam os idosos, gestantes e pessoas com comorbidades associadas, incluindo insuficiência cardíaca, diabetes, asma ou câncer; entretanto, não é mencionado até então o papel das doenças tireoidianas pré existentes ou a possibilidade de desenvolvimento posterior das mesmas em pacientes acometidos pela Covid-19.

Sendo as doenças autoimunes tireoidianas (AITD) bastante prevalentes na população, têm sido realizados estudos para avalições de risco ou de isolamento, e discussões sobre os medicamentos utilizados que causariam agranulocitose. A Sociedade Europeia de Endocrinologia recomenda proteger este paciente, testar para Covid-19 se foi exposto, evitar consultas presenciais e priorizá-las por telemedicina.

Neste estudo foi revisada a literatura atual sobre doenças da tireoide (excluindo câncer) e Covid-19, incluindo dados da pandemia anterior (SARS-CoV), que se apresentou de maneira semelhante e sobre a qual temos mais artigos publicados. Analogias foram também extraídas de experiências com doenças autoimunes reumatológicas. A doença tireoidiana autoimune pode estar ligada a doenças autoimunes sistêmicas com disfunção imunológica semelhante, e o fato da Artrite Reumatoide não ser considerada maior risco para Covid-19 nos sugere que o mesmo aconteça com a tireoide.

Em relação ao uso de antitireoidianos a indicação para os autores seria prudência, já que a neutropenia induzida por eles é rara, mas potencialmente fatal. Apresentam neutropenia grave dentro de várias semanas ou meses após a primeira exposição, com mortalidade de 5%. O mais usado é o metimazol, e a neutropenia é acompanhada de febre, calafrio, dor muscular/articular e dor na garganta. O diagnóstico é difícil em épocas de Covid-19, mas essencial para evitar um aumento da mortalidade.

Na pandemia de 2002 pelo SARS-CoV, da mesma família do coronavírus atual, várias revisões resumiram os mecanismos patogenéticos da disfunção tireoidiana, sendo o vírus encontrado em vários órgãos, incluindo adrenais e cérebro, mas não na tireoide. Os autores citam um estudo com pacientes recuperados da SARS, sem condições endócrinas pré-existentes, sugerindo hipofisite reversível ou efeito hipotalâmico direto causado pelo vírus, com relato de hipotireoidismo central ou primário, associado ou não ao hipocortisolismo, além de tireotoxicose subclínica transitória.

Relataram ainda baixos níveis séricos de triiodotironina e tiroxina em pacientes com SARS, constatando que níveis séricos de fT3 diminuem mais intensamente que de fT4, em qualquer fase da doença, o que se correlacionou a maior gravidade. A concentração sérica do hormônio estimulador da tireoide (TSH) em pacientes com SARS foi reduzida, sugerindo hipotireoidismo central, mas ficando dúvidas sobre dano epitelial folicular tireoidiano. Outros estudos levantaram a hipótese do eutireoidiano doente observada em pacientes gravemente enfermos, forma de adaptação fisiológica ou resposta patológica à doença aguda, e cujo tratamento com hormônios tireoidianos não parece trazer nenhum benefício.

Concluíram os autores que não há dados disponíveis atualmente que sugiram que pacientes com AITD permaneçam em maior risco de Covid-19. Embora os riscos dos medicamentos antitireoidianos permaneçam, eles provavelmente não são diretamente pertinentes a tais pacientes, que devem ser tratados da maneira usual. Na maioria dos pacientes, algum atraso nos exames de rotina não causaria preocupações, assim eles devem ser tranquilizados. Nos gravemente afetados por COVID-19, as alterações na função tireoidiana podem estar relacionadas a síndrome de ‘doença eutireoidiana’, mas outros danos podem existir que mereçam investigação. Até onde sabemos, não há artigos publicados até o momento especificamente sobre tireoide / AITD e COVID-19, sendo importante seu melhor estudo.

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Como prevenir e reduzir a propagação da COVID-19 em centros de hemodiálise?

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Recomendações para a prevenção, mitigação e contenção da emergente pandemia pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) em centros de hemodiálise

MOURÃO, Talita

BASILE, C.; et al. Recommendations for the prevention, mitigation and containment of the emerging SARS-CoV-2 (COVID-19) pandemic in haemodialysis centres. Nephrol Dial Transplant. v. 35, n. 5, p. 737-741, May 2020. DOI: 10.1093/ndt/gfaa069. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32196116/

O presente artigo – uma revisão do Grupo de Trabalho Europeu de Diálise (EUDIAL) – fornece as recomendações para prevenção, mitigação e contenção da COVID-19 em centros de hemodiálise, essenciais para minimizar o risco de transmissão da doença  para demais pacientes, equipe de saúde e familiares dos infectados.

A COVID-19 tem morbidade especificamente alta em idosos e em populações com comorbidades – como a doença renal crônica. Pacientes em diálise combinam fragilidade intrínseca e outras diversas condições mórbidas, sendo mais propensos a desenvolver doenças infecciosas graves. Estão ainda em maior risco de contaminação, pois o tratamento geralmente requer três sessões dialíticas semanais.

As recomendações para a equipe de saúde incluem atualização dos conhecimentos clínicos sobre a COVID-19, além da utilização adequada das ferramentas de prevenção, com instruções de como usar os diferentes tipos de equipamentos de proteção individuais (EPIs), descartar itens contaminados e realizar a higiene das mãos. Membros da equipe devem monitorar seus sintomas e, se doentes, devem permanecer em suas casas – sem contato com pacientes ou outros membros da equipe. Enfermeiros devem ser treinados para realizar swabs de nasofaringe para rastreio do SARS-CoV-2.

O paciente deve permanecer em casa enquanto fora da diálise, evitar transporte público, abster-se de eventos (privados ou públicos) com aglomeração de pessoas bem como de viagens. As instalações de diálise devem fornecer instruções sobre cuidados de higiene necessários e soluções hidroalcoólicas devem ser acessíveis nas salas de espera, com recomendação para ficarem separados por pelo menos 2 metros, sendo aconselhável a mesma distância entre as estações de diálise. As áreas de tratamento e espera devem ter ar condicionado e boa ventilação.

Deve-se medir a temperatura corporal dos doentes antes do início e no final da sessão de diálise. Reconhecimento precoce e isolamento dos indivíduos com infecção respiratória são obrigatórios. Idealmente, os sintomáticos devem ser dialisados ​​em uma sala de isolamento, com atmosfera de pressão negativa. Caso contrário, devem esperar em uma sala de isolamento e receber diálise no último turno do dia até que a infecção seja excluída, usando máscara adequada.

Os pacientes com infecção confirmada por COVID-19 não devem receber diálise em unidade ambulatorial. Todo o pessoal envolvido no cuidado direto deve assumir proteção total com uso de EPIs adequados até a transferência. Após a identificação de um caso, a desinfecção deve ser realizada imediatamente e o lixo hospitalar deve ser descartado de acordo com as normas. A descontinuação das precauções de isolamento de pacientes deve ser determinada caso a caso, em conjunto com as autoridades de saúde.

Os membros da família que vivem com pacientes em diálise devem seguir as precauções dadas aos pacientes. Se um membro da família ou cuidador for sujeito à quarentena (isolamento de precaução por 14 dias), o paciente em diálise pode seguir o tratamento como de costume. Se convertido em caso confirmado, o paciente deve ser tratado de acordo com as condições acima mencionadas.

De forma geral, o artigo traz as recomendações para manejo dos pacientes em diálise afetados pela COVID-19. Medidas de prevenção, proteção, triagem, isolamento e distribuição têm se mostrado eficientes em ambientes semelhantes, sendo essenciais na mitigação e na contenção da COVID-19 nos centros de hemodiálise.

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